sábado, 17 de março de 2012

A LÍBIA DOS RATOS


http://www.leonorenlibia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1037:libia-hoy&catid=10:catcron

Obama, Sarcozy, Cameron, Jalil, OTAN e ONU, vocês são uma desgraça para a Humanidade !!!

"Órfãos vendendo chicletes nos cruzamentos, lixo espalhado, mendigos, moradores de rua [parece o Brasil, né?], casas sem eletricidade nem água, racionamento de combustível, gangues com armas pesadas,  doenças, parasitas, falta de comida e água potável, crianças mordidas por baratas, as pessoas não têm dinheiro para comprar comida e os preços dispararam. Tudo isso o maníaco Jalil conseguiu com suas mentiras. Que vídeo deprimente! A culpa é de Jalil, o rato. E agora surgiu uma nova cepa da doença SAAT-2, que está varrendo os rebanhos do país."


"APROXIMA-SE A HORA DA VIRADA... A vitória está à mão com a ajuda de Deus, e felizmente Deus é grande"

http://www.leonorenlibia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1035:cancion-enviada-por-al-mukawma&catid=17:catcanc



CHINA APÓIA DIPLOMACIA BRASILEIRA


Proteção responsável

15/3/2012, Ruan Zongze, China Daily, Pequim - trad. Vila Vudu
http://usa.chinadaily.com.cn/opinion/2012-03/15/content_14838556.htm

Ruan Zongze é vice-presidente do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

Qualquer intervenção humanitária autorizada pela ONU deve procurar proteger civis inocentes. Em nenhum caso pode buscar mudança de governo.

Em anos recentes, o “neo-intervencionismo” ocidental sob a bandeira da “responsabilidade de proteger” tem causado tremenda controvérsia na arena internacional. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China deve defender, inequivocamente, a “proteção responsável”.

A doutrina da responsabilidade de proteger, que visava a impedir genocídios, crimes de guerra, limpeza étnica e crimes contra a humanidade, foi exposta pela primeira vez pela Comissão Internacional sobre Intervenção e Soberania do Estado do Canadá, em relatório apresentado à ONU em 2001. Em seguida, foi incluída no Documento Final da Cúpula Mundial de 2005.

No início de 2011, forças multinacionais lideradas pela OTAN lançaram ataques aéreos contra a Líbia e provocaram uma mudança de regime. Para o Ocidente, teria sido a primeira implementação da responsabilidade de proteger.

A partir dos anos 1990s, o Ocidente introduziu uma gama de idéias, entre as quais, ”intervenção humanitária”, “direitos humanos acima da soberania” e “excepcionalismo”, na tentativa de construir alguma base teórica para intervir em assuntos internos de outros países. “Responsabilidade de proteger” é apenas uma idéia a mais, nessa lista.

Apoiadores da responsabilidade de proteger argumentam que a intervenção armada seria “responsabilidade moral”, dado que seria feita por “razões humanitárias”. Mas, na prática, como a Líbia mostra claramente, a intervenção armada jamais foi além de busca de hegemonia, em nome da humanidade.

O ex-presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel d'Escoto Brockman, diplomata nicaragüense, disse que a suposta imparcialidade que haveria na responsabilidade de proteger não passa de disfarce para legitimar a intervenção armada pelas ricas potências ocidentais, em países pobres. E que o nome correto para aquele conceito seria “direito de intervir”.

Como a Líbia já demonstrou, a responsabilidade de proteger pode ser usada perversamente para forçar mudança no governo de um país – e esse movimento é claramente oposto aos objetivos da Carta da ONU, ao princípio da soberania nacional e ao princípio da não-interferência em assuntos nacionais internos.

A quem responsabilizar pelas consequências de qualquer intervenção humanitária? Dados da ONU mostram que há centenas de milhares de pessoas vivendo sem casa e na miséria, na Líbia, em parte como resultado da ação militar do Ocidente; e que há hoje na Líbia mais de 5.000 grupos armados, completamente fora do controle do estado, o que faz com que violentos confrontos armados entre grupos e milícias sejam a causa de incontáveis mortes de civis.

Relatório distribuído pela Comissão de Direitos Humanos da ONU dia 4 de Março afirma que, na Líbia, os dois lados cometeram “crimes contra a humanidade e crimes de guerra”. A Rússia está insistindo em que as ações da OTAN na Líbia sejam investigadas e que todos os considerados culpados sejam julgados e punidos.

Alguns analistas, referindo-se às guerras no Afeganistão e no Iraque, que causaram mais de 100 mil mortes de civis, chegam a dizer que esse tipo de intervenção humanitária é “solução brotada do inferno”. O uso frequente de forças militares em nome de oferecer “proteção” só tem feito estimular reações belicosas nas relações internacionais e já dá sinais de ter aberto uma caixa de Pandora de desastres.

Com tudo isso em mente, a comunidade internacional já está reconsiderando a doutrina da responsabilidade de proteger.

Em 2011, a Representante Permanente do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, introduziu o conceito de “responsabilidade enquanto protege”, que busca refletir sobre os graves defeitos de só se implementarem medidas militares no contexto da responsabilidade de proteger. Para o Brasil a “responsabilidade enquanto protege” deveria ser hoje o foco de toda a comunidade internacional.

Especialistas sugerem que, em vez de intervenção humanitária mediante intervenção militar, melhor seria fortalecer a “diplomacia humanitária”, provendo-se fundos para que se ofereçam serviços públicos de saúde e condições de relocalização para os refugiados, como meios para atender à responsabilidade de proteger sem recorrer a meios violentos – solução que terá impacto mais duradouro e menos negativo.

Mas, considerando as consequências provocadas pela responsabilidade de proteger quando foi posta em prática, vários países já começam a abraçar o conceito de “proteção responsável”, que inclui alguns elementos básicos:

(1) Toda e qualquer intervenção deve proteger civis inocentes no país alvo, e promover a paz e a estabilidade regionais, e não promover uma ou outra facção política ou um ou outro exército ou grupo armado.

(2) O Conselho de Segurança da ONU é o único organismo legítimo para implementar qualquer “intervenção humanitária”. Nenhuma outra organização, organismo ou estado pode confiscar para si o direito de fazer “intervenção humanitária”.

(3) A precondição necessária para a implementação da força deve ser que todos os meios diplomáticos e políticos tenham-se esgotado, sem que se tenha alcançado algum acordo. Embora os esforços diplomáticos e outros meios não militares quase sempre exijam tempo até gerar resultados, sempre têm efeitos menos perniciosos que a guerra.

(4) O objetivo da proteção deve ser impedir ou aliviar um desastre humanitário. Em nenhum caso se falará de proteção, quando se tratar de derrubar governos por meios militares.

(5) A reconstrução nacional, depois da intervenção para proteger, deve ser firmemente apoiada. Em nenhum caso se falará de responsabilidade para proteger se o país ‘protegido’ for deixado em ruínas, sem governo e sem meios para se sustentar.

(6) A ONU estabelecerá um mecanismo de monitoramento, de avaliação efetiva e de cobrança e prestação de informações sobre a situação existente no país ‘protegido’.

Em resumo, a proteção responsável pode refletir mais fielmente os objetivos e princípios da Carta da ONU e as normas básicas que regem as relações internacionais, e é conceito mais bem alinhado com a busca da paz e do desenvolvimento em todo o mundo.






DA RÚSSIA:

A crise síria é teste para o mundo multipolar
 
15/3/2012, Alexey Pilko, Voice of Russia, Moscou - trad. Vila Vudu
http://english.ruvr.ru/2012_03_15/68579718/

A crise na Síria e o modo como se desdobrou mostram que o modelo de relações internacionais que se desenvolveu depois do colapso do sistema bipolar mudou consideravelmente nos últimos dez anos. A idéia da unipolaridade continua sobre a mesa; mas cada dia menos nítida. Relações entre governos e entre estados-nação vão-se tornando aos poucos multipolares e mais complexas.

Para comprovar essa evidência, basta considerar a agressão pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Iugoslávia em 1999. Foi situação típica, com eclosão de um conflito étnico que levou à formação de um enclave separatista no território de um estado soberano. Muitos estados enfrentaram desafios semelhantes. Há vários modos para solucionar a questão. Podem ser soft e podem ser muito hard. Não se pode afirmar com certeza que o governo em Belgrado tenha escolhido a melhor via. Contudo, a Iugoslávia era país independente, politicamente soberano e submetido à legislação internacional: qualquer interferência nos assuntos internos da Iugoslávia seria inaceitável.

Mas, no caso da Iugoslávia, ninguém se preocupou com leis. Prevaleceu o princípio de que se faz justiça e serve-se ao Direito, quando o mais forte submete o mais fraco. Nenhum país da OTAN deu-se o trabalho de convocar reunião do Conselho de Segurança da ONU antes da operação militar, reunião que só aconteceu depois de muita insistência dos russos. Ali, sobre as ruínas da legitimidade internacional estabelecida desde 1945, começou a delinear-se uma nova realidade: uma legislação internacional paralela.

Em outras palavras, um grupo de países comandados pelos EUA nos anos 1990s ‘privatizaram’ o mecanismo de força para resolver conflitos na arena internacional e consagraram, num pedestal, o conceito de “intervenção humanitária”. A Aliança, assim, se converteu em excelente instrumento para intervir em assuntos internos de outros países, com certeza de impunidade.

Deve-se observar que, depois da campanha da OTAN na Iugoslávia, sobreveio período mais sóbrio. O brutal assalto de três meses contra estado europeu levou a alguma relutância a recorrer novamente aos mesmos métodos. Menos nos EUA, que decidiram que, na primeira década do século 21, caber-lhes-ia consolidar as próprias conquistas, fixando a hegemonia dos EUA nos Bálcãs, e iniciar a auto-implantação dos EUA, sob controle dos EUA, também no Oriente Médio. Resultado desse pensamento geopolítico foi, em 2003, a campanha para ‘mudança de regime’ no Iraque.

Naquele momento, Washington e Londres sequer se deram o trabalho de inventar esquemas complicadíssimos de “intervenção humanitária”. O Iraque foi acusado de estar produzindo armas de destruição em massa, as quais jamais foram encontradas, nem depois de o Iraque já estar totalmente em ruínas. A violação do Direito Internacional foi tão flagrante, que até França e Alemanha, aliados próximos dos EUA, uniram-se à Rússia na oposição à campanha militar que teve traços, de fato, de crime de guerra.

A campanha contra o Iraque durou até bem depois de 2003. A ‘operação rápida’ que os EUA haviam previsto acabou por ser uma longa, sangrenta guerra, de oito anos, na qual morreram mais de 4 mil soldados dos EUA e que terminou em retirada sem honra. Especialista norte-americano próximo da Casa Branca disse, em entrevista recente, ano passado, que o presidente Barack Obama dos EUA tentou persuadir o primeiro-ministro do Iraque Nuri al-Maliki a manter soldados dos EUA no Iraque, para permanência de longo prazo. Mas não conseguiu.

A crise das finanças globais e a crise econômica nos EUA tiveram papel importante no processo de fazer baixar as ambições de Washington. A economia dos EUA, arcada sob o peso do déficit público, já não tem fôlego para sustentar a mesma política externa agressiva dos anos 1990s e 2000s. Os países europeus vivem problemas semelhantes. O derradeiro acorde foi o ataque à Líbia, onde os EUA tentaram pela primeira vez uma mudança de tática, jogando sobre os ombros (e bolsos) de seus aliados europeus a parte maior dos custos da intervenção.

De início, Londres e Paris abraçaram entusiasticamente os novos papéis, na esperança de fortalecer as respectivas posições no Norte da África. As elites britânicas e francesas esperavam talvez vingar-se da Líbia pelo fracasso da aventura de Suez em 1956? Fato é que Grã-Bretanha e França, dadas suas limitadas capacidades militares e financeiras, não se mostraram à altura da muita confiança que os americanos depositaram nelas; e os EUA tiveram de acorrer rapidamente para socorrê-las. No fim, depois de esforços conjuntos que se arrastaram ao longo de quase um ano, o regime líbio foi derrubado, numa Líbia convertida em mar de sangue e em ruínas. Mas é muito evidentemente claro que as potências ocidentais não poderão persistir nesse tipo de aventura.

A atual situação na Síria mostra que Damasco pode ser osso duro de roer para os dentes dos EUA e da União Européia. As instituições do estado sírio são sólidas e o exército sírio é muito mais bem estruturado para o combate que o exército líbio. De início, os planos para a intervenção apoiavam-se no levante popular contra o governo de Bashar al-Assad e em criar fortes bolsões de resistência controlados pela oposição, bolsões que, como previam os planos iniciais, poderiam ser transformados em “zonas de segurança”, a serem usadas para derrubar o governo sírio. Os fatos mostraram que esses planos estavam errados e deram em nada.

Depois, as forças do governo retomaram o controle da cidade de Homs; e o sucesso recente das operações em Idlib mostra que a capacidade de resistência política do governo de Assad continua bastante alta. Além disso, a posição firme que Rússia e China assumiram também teve o mérito de impedir ataque militar de outros países contra a Síria.

Manifestando-se como uma só voz, Moscou e Pequim mostraram que não tolerarão nenhuma unipolaridade e que continuam a defender o princípio segundo o qual as relações internacionais devem ser regidas por leis, não por algum surto de desejo vicioso de derrubar um ou outro governo, num ou noutro país.

Tudo isso faz ver que, em 2012, o mundo já está mudado. Rússia, China e outros vários estados manifestaram-se contra a agressão de que foram vítimas a Iugoslávia e o Iraque. Mas, daquela vez, essas vozes não foram ouvidas.

Hoje, EUA e União Europeia já não têm como não ouvir aquelas vozes divergentes. Por isso, os ministros de Relações Exteriores de países da União Europeia votaram contra a idéia de enviarem soldados seus para atacar a Síria. E o presidente Barack Obama já reconheceu que empreender “ação militar unilateral” seria erro dos EUA.

A situação na Síria já é prova de fogo e teste pelo qual passa a multilateralidade de todo o sistema de relações internacionais. O modo como a crise síria for equacionada mostrará se nosso mundo tornou-se afinal um mundo multipolar, ou se continua, como é há muito tempo, uma ditadura militar unipolar.

++++++++++++++++++++++++++++++++

Nenhum comentário:

Postar um comentário