quinta-feira, 16 de junho de 2016

AGORA É NA ERITRÉIA

EUA montam o palco para uma mudança de regime "estilo Líbia" na Eritréia

Por Glen Ford - Publicado por ÁLVARO D'Escoto em 15 de junho de 2016

Os EUA avançam para a guerra contra a Eritréia, uma nação africana corajosamente independente com apenas seis milhões de habitantes. Washington incumbiu os seus testas-de-ferro "defensores de direitos humanos" na ONU de justificar uma outra intervenção militar "humanitária", notavelmente semelhante à agressão sancionada pela ONU contra a Líbia em 2011. Uma comissão da ONU acusa a Eritréia de "escravizar" e assassinar o seu próprio povo - um pacote de mentiras imperiais. Obama está decidido a acrescentar outra guerra ao seu legado sangrento.

"A brava independência da Eritréia colocou-a na mira do imperialismo"

Os Estados Unidos estão metodicamente preparando o palco para uma assim chamada intervenção militar "humanitária" contra a Eritréia, pequena nação do nordeste africano, sob pretextos legais idênticos aos usados ​​para justificar a guerra por mudança de regime da OTAN contra a Líbia, em 2011. Como na Líbia, os EUA seqüestraram o aparelho de direitos humanos das Nações Unidas para reivindicar uma "responsabilidade de proteger" (R2P) os cidadãos da Eritréia contra alegados abusos praticados pelo governo. Guerra e mudança de regime são o resultado pretendido.

Washington engendrou sanções da ONU contra a Eritréia, a partir de 2009, sob a acusação patentemente falsa de que o governo decididamente secular da Eritréia forneceu "apoio político, financeiro e logístico" para os combatentes islâmicos Shabaab na Somália. O jihadismo islâmico é um anátema para a Eritréia, cuja população de seis milhões às margens do Mar Vermelho é quase igualmente dividida entre muçulmanos e cristãos. Mas poucas pessoas nos Estados Unidos [como no Brasil - NdoT] sabem da existência da Eritréia, muito menos da sua história e sua política revolucionária e secular. As mentiras permanecem, assim como as sanções, mesmo depois de o Conselho de Direitos Humanos da ONU admitir que não há prova da ajuda da Eritréia ao Shabaab.

Uma comissão de três pessoas da ONU agora alega que a Eritréia é um estado bandido que comete "crimes contra a humanidade" escravizando até 400.000 pessoas e promovendo assassinatos, desaparecimentos forçados, estupro e tortura. Mark Smith, o presidente australiano da Comissão de Inquérito sobre direitos humanos na Eritréia ONU, exige que a Eritréia seja levada a julgamento perante o Tribunal Penal Internacional, uma corte que desde a sua criação em 2002 indiciou somente africanos, e apenas aqueles que estavam do lado errado da política externa dos EUA.

Em fevereiro de 2011, o Conselho de Segurança da ONU, liderado pelos EUA, Grã-Bretanha e França, remeteu o processo contra a Líbia ao TPI, para fornecer uma justificativa criminal para o assalto militar que já estava em curso contra o governo de Muammar Gaddafi. Porém desta vez, Washington deu instruções aos seus capangas na ONU para providenciarem com antecedência a cobertura legal "humanitária" para um ataque à Eritréia. A campanha de demonização é construída em torno de duas grandes mentiras: uma, que o sistema da Eritréia de serviço nacional -- uma forma de recrutamento, que é direito de todas as nações -- eqüivale a "escravidão"; e o outra, que a opressão interna na Eritréia é uma fonte importante de refugiados africanos para a Europa, com a pequena nação supostamente compondo a emigração transcontinental mais do que qualquer outro país, exceto a Síria devastada pela guerra.

O serviço nacional na Eritréia, como em muitos outros países, inclui não só o serviço militar na linha de frente com a Etiópia -- que ainda ocupa partes da Eritréia na clara violação de um acordo de arbitragem internacional -- mas também trabalho em projetos de obras públicas, bem como serviço em infra-estruturas de saúde e educação (por exemplo, a maioria dos professores na Eritréia são trabalhadores do serviço nacional). Muita gente chamaria isso de socialismo ou de construção da nação -- que é como os eritreus o vêem.

Os eritreus defendem o serviço nacional ampliado pela necessidade, citando a ameaça existencial do exército etíope com total apoio de Washington. As sanções econômicas também exigiram à Eritréia mobilizar a população para desenvolver os seus próprios recursos nacionais. No entanto, a auto-suficiência também é uma pedra angular da política de desenvolvimento interno da Eritréia, e vista como essencial para manter a verdadeira soberania e independência nacional. A Eritréia rejeita "ajuda" externa e envolvimentos com as estruturas do capital internacional, e é uma das duas únicas nações da África que não têm relação com o AFRICOM, o comando militar EUA no continente (a outra é o Zimbábue).

A outra grande mentira contra a Eritréia, de que seria o segundo maior causador das ondas de refugiados arriscando a vida para chegar à Europa, está diretamente relacionada às políticas europeias de imigração, impostas a eles pelos EUA. É insano acreditar que a pequena Eritréia, com apenas seis milhões de pessoas, criou mais refugiados do que a vizinha Etiópia, um dos países mais pobres do mundo, agora no meio de uma seca devastadora, com uma população 15 vezes maior; ou o vizinho Sudão, também desesperadamente pobre e afligido por muitas guerras, com 40 milhões de pessoas; ou a Somália, uma nação sem estado, habitada por 10 milhões. De fato, refugiados políticos, econômicos e de guerra de toda a África afirmam serem eritreus porque, ao contrário dos cidadãos de qualquer outro país africano, aos refugiados eritreus é oferecido o estatuto especial de refugiados políticos ao chegarem à Europa, presumindo que possam enfrentar tortura se voltarem para casa. Como na política dos EUA para Cuba, esse tratamento especial para eritreus foi projetada para enfraquecer e desestabilizar o país pela evasão de cérebros e recursos humanos. Inevitavelmente, no entanto, essa política tem feito dos documentos de identificação eritreus os mais valiosos à venda nas ruas de Cartum e outros pontos de encontro de refugiados. A Europa está inundada, assim como Israel, de falsos eritreus que fugiram de diversas catástrofes militares, políticas e econômicas, a maioria delas causada pela política externa euro-americana de desestabilização e pela "corrida para baixo" do capitalismo global.

Se todos os latino-americanos nos EUA pudessem passar por cubanos, a população de americanos "Little Havanas" somaria dezenas de milhões, cheia de hondurenhos, guatemaltecos, salvadorenhos e mexicanos.

Os etíopes passam mais facilmente como eritreus, já que milhões deles compartilham a mesma origem étnica. O Embaixador da Áustria na Etiópia, Andreas Melan, no ano passado opinou que "entre os milhares de migrantes eritreus na Europa, de 30 a 40 por cento são etíopes". Isso é provavelmente uma subestimativa. E muitos mais "eritreus", na verdade, vêm de lugares tão distantes como a África Ocidental.

O embaixador da Eritréia em Israel acredita que os etíopes são metade dos supostos eritreus que procuram o estatuto de refugiado nesse país. "Eles sabem que os eritreus recebem automaticamente um visto de seis meses, e para isso fingem ser da Eritréia", disse o embaixador.

O engodo dos refugiados da Eritréia é um segredo aberto em toda a Europa, e é bem conhecido dos governos americano e europeus. A grande mentira é mantida para servir a propósitos imperialistas, e agora será impingida para justificar um ataque armado à Eritréia como um suposto escravizador de massas e estado bandido. A Comissão de Inquérito da ONU para os Direitos Humanos na Eritréia irá apresentar as suas conclusões fabricadas ao Conselho de Direitos Humanos em 21 de Junho, defendendo o linchamento imperialista em andamento.

A Eritréia não pode esperar uma audiência justa de um órgão da ONU que não passa de um fantoche de Washington. Como o governo eritreu declarou na sua resposta preliminar às acusações da Comissão das Nações Unidas:

"Os objetivos do serviço nacional na Eritréia estão claros em uma proclamação legal de 1994 e são de três tipos: a defesa nacional, o desenvolvimento econômico e social e a integração nacional. O serviço não é de duração indefinida, mas temporário e, em certos casos, é prolongado devido à já explicada ameaça existencial da guerra".

A Comissão baseou as suas conclusões sobre o testemunho de cerca de 800 (alegados) eritreus entrevistados em várias cidades estrangeiras, ignorando os 42.000 expatriados eritreus que pediram ao organismo mundial para levantar as sanções contra seu país de origem.

A comissão da ONU está ignorando o que é "efetivamente um estado contínuo de guerra com a Etiópia, a ocupação ilegal do território eritreu que constitui uma violação flagrante dos direitos humanos, a repetida agressão armada, sanções, e políticas equivocadas que consideram eritreus quase todos os requerentes de asilo" disse o porta-voz do governo eritreu Yemane Gebreab. Esta é uma maneira diplomática de colocar a questão. Ao remeter o processo ao Tribunal Penal Internacional, implicitamente ameaçando uma ação militar contra a Eritréia, a comissão tornou-se uma força beligerante.

https://libya360.wordpress.com/2016/06/15/us-sets-stage-for-libya-like-regime-change-in-eritrea/


(ATUALIZAÇÃO - 21/06/2016)


Manifestação em Genebra protesta contra relatório da ONU

Asmara, 21 de Junho de 2016 - Eritreus e amigos da Eritréia realizaram uma manifestação em massa em Genebra, Suíça, hoje, 21 de junho de 2016. O comício foi para protestar contra o chocante relatório mais recente da Comissão de Inquérito sobre Direitos Humanos na Eritréia.

De acordo com o comitê de coordenação da manifestação pacífica, os participantes do comício incluíram eritreus e amigos da Eritréia da Suécia, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Itália, França, Holanda, Bélgica, Espanha, bem como dos EUA, Canadá, Austrália e outros países. Os participantes vindos de diferentes países usaram carros particulares, ônibus, e alguns voaram para chegar ao local do comício.

Os manifestantes carregavam cartazes em Tigrínio, Árabe, Inglês, Francês e Alemão onde se liam "Viva a Eritréia", "Não Mais Mentiras", "Suspendam sanções injustas", "Condenamos a Enganação da ONU", "Parem de violar os direitos da Eritréia", "Basta!", "Nunca de Joelhos", e outros.

Os manifestantes também afirmaram que o relatório é politicamente motivado e não representa a real situação na Eritréia. O seu objetivo é atacar e comprometer a independência da Eritréia e a sua soberania.

Os manifestantes expressaram também que o relatório é uma continuação do esforço para demonizar e deslegitimar a Eritréia na arena internacional e erodir a decisão definitiva e vinculante de delimitação e demarcação da Comissão da Fronteira Eritréia-Etiópia. Eles também condenaram o recente ataque pelo regime na Etiópia contra a nação soberana da Eritréia, e chamaram o Conselho de Segurança a condenar o ataque militar injustificado e a exigir à Etiópia que respeite as decisões finais e vinculantes daquela Comissão.

Ao final do ato, representantes dos manifestantes apresentaram as assinaturas de 223.810 eritreus e amigos da Eritréia junto à repartição competente das Nações Unidas em Genebra.

(do Ministério da Informação da Eritréia)

http://www.shabait.com/news/local-news/22050-demonstration-in-geneva-denouncing-coi-report




LEMBRANDO 2011


DISCURSO EM DEFESA DA LÍBIA

(ALGUÉM DO PDT EM ALGUM LUGAR DO BRASIL) - Enviado em 28 de agosto de 2011

https://www.youtube.com/channel/UCLsnbhrHmqheCRlXTlQ3N8g



DA REACIONÁRIA euronews:

Chavez "amigo" de Kadhafi defende mediação para a Líbia

Enviado em 3 de mar de 2011

"Hugo Chávez sai em defesa de Muamar Kadhafi depois de duas semanas de violência na Líbia para derrubar o ditador e o seu regime. O presidente venezuelano propôs a criação de uma comissão para mediar a crise líbia e acusa os Estados Unidos e a OTAN de pretenderem uma ação militar no país."


DISCURSOS DE HUGO CHÁVEZ



28 de fevereiro de 2011: O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante uma cerimônia cultural, manifesta sua desconfiança quanto aos anúncios de massacres na Líbia feitos pelos meios de comunicação, lembrando a manipulação da mídia de que ele próprio foi vítima. Chávez exorta a comunidade internacional a buscar a paz e "não se deixar levar pelos tambores de guerra".


A VERDADE SOBRE A LÍBIA




Enviado em 12 de março de 2011

https://www.youtube.com/watch?v=h2xghOhqdjk



LÍBIA: O MASSACRE DOS PRESOS DE AL-HADBA


Em 10/6/2016, Alexandra Valiente do site Libya360° informou:

"A partir dos relatos recebidos por esta Agência, pelo menos quinze presos políticos detidos  durante os últimos cinco anos na prisão de Al Hadba e que tinham sido absolvidos e programados para serem libertados, foram tomados por milícias da Guarda Presidencial do Governo de Acordo Nacional (GNA) e brutalmente assassinados.

O seguinte apelo descreve a cena do primeiro grupo de assassinatos e os nomes do falecidos. Estes prisioneiros foram encontrados algemados, com sinais de tortura severa, deixados em exposição horripilante em um cruzamento de Trípoli.

Acompanhando o relatório há uma atualização que expõe que pelo menos 12 prisioneiros estão desaparecidos, como parte da mesma vingança.

Um terceiro relatório confirma que o número total de corpos encontrados até o final do dia foram 15. Todos os prisioneiros leais à Revolução Al Fateh. Todos absolvidos aguardando liberação. Todos mortos por milícias do LIFG (Grupo Líbio de Luta Islâmica) da Guarda Presidencial.

Este é um crime abominável, monstruoso.

Eu havia afirmado em um artigo anterior: 'O Estado de direito não tem força onde as milícias dominam. Em nenhum momento desde a sua prisão, os prisioneiros estiveram em maior perigo do que agora.'

Apelamos à comunidade internacional, organizações de direitos humanos, às Nações Unidas e a todos os órgãos de direitos humanos para condenar estas atrocidades e exigir uma investigação completa que leve à apreensão e punição dos assassinos.

Nós exigimos também que sejam tomadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos detidos de Al Hadba até que a Lei de Anistia seja ativada e todos os reclusos sejam libertados.

Por favor, leia o apelo e relatórios a seguir, inalterados na sua forma original." (segue texto em Árabe)

Alexandra Valiente

Viva Líbia!

Agência de Notícias Jamahiriya

https://vivalibya.wordpress.com/2016/06/10/justice-for-15-prisoners-murdered-in-tripoli-urgent-appeal-to-the-united-nationshuman-rights-organizations-international-community/


Em 11 de junho:

"Hoje, o número de presos assassinados foi relatado em 32. Ainda não existe uma lista atualizada disponível de nomes ou detalhes.

Os seguintes relatórios revelam que os detidos foram assassinados dentro da prisão de Al Hadba 24 horas antes de seus corpos serem descobertos..." (textos em Árabe)

A.V.

https://vivalibya.wordpress.com/2016/06/13/more-on-the-12-detainees-murdered-at-alruyemi-prison-case-will-be-presented-to-the-icc/






Declaração do Coordenador da Divisão dos Assuntos Jurídicos do LNPM sobre o Crime de Liquidação Física de Cidadãos no Centro de Detenção de Jidayida em Trípoli


"Em 09/06/2016 a Corte de Apelações de Trípoli absolveu 12 presos no Centro de Detenção de Jidayida que passaram cinco anos no Centro sem acusações, e ordenou a sua libertação. No dia seguinte foram encontrados os corpos desses detidos nos arredores de Trípoli com sinais de tortura brutal e queimaduras.

A Divisão de Assuntos Jurídicos do Movimento Nacional Popular Líbio (LPNM) investigou os fatos deste crime contra a humanidade, cometido por milícias armadas a quem foi concedida legitimidade pelo chamado Governo de Reconciliação Nacional, e sob o nariz do Comitê de Segurança da Missão das Nações Unidas e de seu assessor de Segurança.

O LNPM ora e implora a misericórdia de Deus para as almas desses mártires e compartilha a tristeza de suas famílias, e condena este ato covarde e responsabiliza os líderes das milícias que controlam o Centro de Detenção de Jidayida; o chamado governo de reconciliação liderado por Fayez al-Sarraj; o sr. Kobler, representante da Missão das Nações Unidas na Líbia; bem como o representante da Líbia no Tribunal Penal Internacional especializado em tais atos criminosos proibidos por todas leis e convenções criminais internacionais.

O Movimento apela à comunidade internacional e todas as suas organizações e ao Tribunal Penal Internacional e organizações de direitos humanos para intervir rapidamente para pôr fim a tais crimes e pela libertação imediata de todos os detidos nas prisões de milícias e centros de detenção, e investigar os responsáveis ​​por este crime.

O Movimento condena o chamado Governo de Reconciliação e a missão da ONU por seu silêncio sobre esta carnificina.

A Divisão sublinha que, em solidariedade com as famílias das vítimas, o Movimento abrirá processos em tribunais locais e internacionais para perseguir os criminosos, e fornecerá relatórios sobre esse crime às organizações locais e internacionais competentes e aos interessados ​​em processar os autores de tais crimes.

O Movimento adverte que a prática de tais crimes pelos extremistas terroristas mina a fé nos esforços de boa vontade que resultaram na libertação de alguns detidos na semana passada, que, segundo esperávamos, levariam a um diálogo entre os antagonistas visando uma verdadeira reconciliação que poderia salvar o resto da Líbia e evitar mais sofrimento.

Glória aos Mártires e liberdade para a Pátria!"

Juiz Ahmed Bo Khurais, Coordenador da Divisão de Assuntos Jurídicos do LNPM

https://vivalibya.wordpress.com/2016/06/11/lpnm-division-of-legal-affairs-statement-on-the-murder-of-15-detainees/


sexta-feira, 3 de junho de 2016

DANDO NOME AOS BOIS



Wall Street por trás do Golpe de Estado no Brasil


Michel Chossudovsky (CRG): O controle sobre a política monetária e a reforma macro-econômica foram o objetivo final do golpe de estado no Brasil. As nomeações importantes do ponto de vista de Wall Street são as dos dirigentes do Banco Central, que domina a política monetária e as operações de câmbio; do Ministério da Fazenda e do Banco do Brasil.

Em nome de Wall Street e do 'consenso de Washington', o 'governo' interino pós-golpe de Michel Temer nomeou um antigo executivo (CEO) de Wall Street, cidadão dos EUA, para dirigir o Ministério da Fazenda.

Henrique de Campos Meirelles, ex-presidente do FleetBoston Financial's Global Banking (1999-2002) e ex-presidente do Banco Central sob a presidência de Lula, foi nomeado ministro da Fazenda em 12 de maio.

Ilan Goldfajn (Goldfein), nomeado para dirigir o Banco Central, foi economista-chefe do Itaú, maior banco privado do Brasil. Goldfajn tem laços estreitos tanto com o FMI como com o Banco Mundial. Ele é um compadre [crony = comparsa, cliente] financeiro de Meirelles.

Contexto histórico

O sistema monetário do Brasil sob o Real é fortemente dolarizado. Operações da dívida interna resultam em uma dívida externa crescente. O objetivo de Wall Street é manter o Brasil em uma camisa de força monetária.

Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, Wall Street tem exercido controle sobre os postos-chave econômicos, incluindo o Ministério da Fazenda, o Banco do Brasil e o Banco Central. Sob os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio da Silva (Lula), a nomeação do presidente do Banco Central foi aprovada pela Wall Street.

Nomeações de Cardoso, Lula e Temer em nome de Wall Street:

Arminio Fraga: presidente do Banco Central (04 de março de 1999 - 1 de Janeiro 2003), gerente de hedge fund e associado de George Soros, do Quantum Fund em New York, com dupla nacionalidade Brasil-EUA.

Henrique de Campos Meirelles, presidente do Banco Central, (01 de janeiro de 2003 - 1 de Janeiro de 2011). Dupla nacionalidade Brasil-EUA.

Presidente e executivo (COO) do Bank Boston (1996-1999) e Presidente da FleetBoston Financial's Global Banking (1999-2002). Em 2004, o FleetBoston se fundiu com o America Bank. Antes da fusão com o America Bank, o FleetBoston foi o sétimo maior banco em os EUA. O America Bank é atualmente o segundo maior banco nos EUA.

Depois de ter sido demitido por Dilma em 2010, Meirelles retornou: foi nomeado Ministro da Fazenda pelo 'presidente interino' Michel Temer.

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú, maior banco privado do Brasil. Goldfajn foi nomeado pelo 'governo' interino de Michel Temer para dirigir o Banco Central. (16 de maio de 2016). Dupla nacionalidade Israel-Brasil.

Goldfajn já havia trabalhado no Banco Central sob Arminio Fraga, bem como sob Henrique Meirelles. Ele tem estreitos laços pessoais com o prof. Stanley Fischer, atualmente Vice-Presidente da Reserva Federal dos EUA. Não é preciso dizer que a nomeação de Golfajn ao Banco Central foi aprovada pelo FMI, o Tesouro dos EUA, Wall Street e o Federal Reserve dos Estados Unidos.

Vale a pena notar que Stanley Fischer havia ocupado anteriormente os cargos de Vice-Diretor do FMI e de Presidente do Banco Central de Israel. Ambos, Fischer e Goldfajn, são cidadãos israelenses.

Nomeado por Dilma Rousseff para o Banco Central, não aprovado por Wall Street:

Alexandre Antônio Tombini, presidente do Banco Central (2011-2016), funcionário de carreira do Ministério da Fazenda. Nacionalidade: Brasil.

Contexto histórico

No início de 1999, na sequência imediata do ataque especulativo contra a moeda nacional do Brasil (Real), o presidente do Banco Central, prof. Francisco Lopez (que havia sido nomeado no 13 de janeiro 'Quarta-feira Negra' de 1999) foi demitido pouco depois e substituído por Arminio Fraga, um cidadão dos EUA e funcionário do Quantum Fund de George Soros em New York.

'A raposa foi nomeada guardiã do galinheiro' 

Mais concretamente, especuladores de Wall Street estavam no comando da política monetária do Brasil.

Sob Lula, Henrique Campos de Meirelles foi nomeado Presidente do Banco Central do Brasil. Ele já havia atuado anteriormente como presidente e executivo dentro de uma das maiores instituições financeiras de Wall Street. O FleetBoston foi o segundo maior credor do Brasil, após o Citigroup. Para dizer o mínimo, ele estava em conflito de interesses. Sua nomeação foi acordada antes da posse de Lula como Presidente da República.

Henrique Meirelles foi um firme defensor do controvertido Plano Cavallo na Argentina na década de 1990: um 'plano de estabilização' de Wall Street, que causou grande estrago econômico e social. A estrutura essencial do Plano Cavallo da Argentina foi replicado no Brasil sob o Plano Real, ou seja, a execução de uma moeda nacional conversível dolarizada (Real). Este regime implica em que a dívida interna é transformada em uma dívida externa denominada em dólares.

A partir da ascensão de Dilma à presidência em 2011, Meirielles não foi renomeado como presidente do Banco Central.

Soberania na política monetária

O Ministro da Fazenda Meirelles do 'governo' interino apóia a chamada 'independência do Banco Central'. A aplicação deste falso conceito implica em que o governo não deve intervir nas decisões do Banco Central. Mas não há restrições para as 'raposas de Wall Street'.

A questão da soberania na política monetária é crucial. O objetivo do golpe de Estado era negar a soberania do Brasil na formulação da política macro-econômica, para eliminar a sua 'independência'.

Raposa de Wall Street

Sob Dilma, a 'tradição' de selecionar uma 'raposa de Wall Street' tinha sido abandonada com a nomeação de Alexandre Antônio Tombini, um funcionário do governo de carreira, que dirigiu o Banco Central do Brasil a partir de 2011 a maio de 2016.

A partir da nomeação de Michel Temer como 'presidente interino', Henrique Campos de Meirelles foi nomeado para chefiar o Ministério da Fazenda. Por sua vez, Meirelles nomeou seus próprios comparsas para chefiar o Banco Central e o Banco do Brasil. Meirelles foi descrito pela mídia dos EUA como 'amigável ao Mercado'.

Nomeações de Michel Temer na área econômica:

Henrique de Campos Meirelles, o ministro da Fazenda,

Ilan Golfajn, Presidente do Banco Central do Brasil, compadre nomeado por Meirelles

Paulo Caffarelli, do Banco do Brasil, compadre nomeado por Meirelles

Considerações Finais

O que está em jogo através de vários mecanismos - incluindo operações encobertas de inteligência, manipulação financeira, meios de propaganda - é a desestabilização pura e simples da estrutura do estado e da economia nacional do Brasil, para não mencionar o empobrecimento em massa do povo brasileiro.

os EUA não querem lidar ou negociar com um governo nacionalista reformista soberano. O que ele quer é um estado cliente (proxy state) obediente aos EUA.

Lula era 'aceitável' porque seguiu as instruções de Wall Street e do FMI

Embora sob Dilma tenha prevalecido a agenda política neoliberal, uma agenda reformista-populista também foi implementada, afastando-se dos fundamentos macroeconômicos patrocinados por Wall Street durante a presidência de Lula. De acordo com o Diretor Heinrich Koeller do FMI (2003) Lula foi 'o nosso melhor presidente':

'Estou entusiasmado (com o governo Lula); melhor dizendo, estou profundamente impressionado com o presidente Lula' (Conferência de Imprensa, FMI, 2003).

Sob Lula, não havia necessidade de 'mudança de regime'. Luis Ignacio da Silva havia sido engolfado pelo 'Consenso de Washington'.

O desaparecimento temporário de Henrique de Campos Meirelles após a eleição de Dilma Rousseff foi crucial. Wall Street não aprovou as nomeações para o Banco Central e o Ministério da Fazenda.

Se Dilma tivesse escolhido manter Henrique de Campos Meirelles, o golpe de estado muito provavelmente não teria ocorrido. 

O regime cliente dos EUA em Brasília

Um ex-executivo/presidente de uma das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos (e cidadão dos EUA) controla as instituições-chaves financeiras do Brasil e define a agenda macroeconômica e monetária para um país de mais de 200 milhões de pessoas. Este é o chamado golpe de estado... por Wall Street.

Michel Chossudovsky, Centre for Research on Globalisation

http://nsnbc.me/2016/06/03/wall-street-behind-brazil-coup-detat/




SÍRIA




01/06/2016 - "O Ministério da Defesa russo rejeitou alegações de que aviões de guerra russos realizaram ataques aéreos sobre a cidade de Idlib. O porta-voz do Ministério da Defesa, Major General Igor Konashenkov, disse na terça-feira que as forças aeroespaciais russas não têm realizado incursões na área de Idlib. Os relatórios da mídia ocidental anunciaram que ataques aéreos russos alvejaram vários locais em Idlib, incluindo um ao lado de um hospital, matando de 23 a 60 pessoas e ferindo mais de 200. A informação inicial sobre ataques aéreos da Rússia foi divulgada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG dirigida por um indivíduo residente no Reino Unido.

Desde o início do acordo de cessar-fogo na Síria, houve poucos relatórios sobre as ações da força aérea russa pelo Ministério da Defesa russo. Em 31 de maio, o Ministério da Defesa russo afirmou que aviões de guerra russos destruíram instalações de produção de petróleo ilegais dos terroristas perto de al-Taura, 42 km ao sul-oeste de Raqqah, enquanto outras fontes disseram que os ataques aéreos também foram realizadas na Planície de Maskanah, ao leste a Aleppo, e na área de Tall al-Harra, a oeste de Daraa.

Na sequência de confrontos pesados, o Exército Árabe Sírio (SAA) e as tropas do Hezbollah limparam de terroristas a Base de Construção Militar e a periferia sul de Beit Na'am em Ghouta Oriental. As forças leais lançaram uma ofensiva para tomar as cidades de Beit Naim e al-Mohammadiya, entrando na parte central da região.

Enquanto isso, há relatos de que o governo sírio está implantando uma força de 5000 homens para Hama Oriental, a fim de conduzir uma operação militar na direção de Deir Ezzor, e depois Raqqa. A Brigada dos Falcões do Deserto, fuzileiros navais sírias, o regimento Golani, o Regimento 550 da 4ª Divisão Mecanizada, e os Batalhões Al-Baath deverão participar da ofensiva.

Em 31 de maio, o Pentágono confirmou que 2 recrutas militares dos EUA foram feridos durante as chamadas 'operações não-bélicas' contra o ISIS no Iraque e Síria. 1 soldado norte-americano foi ferido aconselhando unidades Peshmerga na província de Nineveh do Iraque, enquanto outro foi ferido no norte de Raqqa, onde as Forças Democráticas sírias, apoiadas pelos EUA realizaram operações contra o ISIS. Apesar de Washington negar, há relatos de que forças especiais dos EUA estão liderando o avanço dos curdos na Síria." [menos mal, N. do T.]

https://southfront.org/international-military-review-syria-june-1-2016/




02/06/2016 - "Su-34s das forças aeroespaciais russos atingiram uma refinaria de petróleo, situada no território controlado pelo ISIS perto da aldeia de Ras al-Ain, na província de Al-Hasakah. O ataque causou um grande incêndio na fábrica. Aviões de guerra russos teriam destruído um acampamento militar de Harakat Ahrar Al-Sham perto da aldeia de Horsh Tal Touna na zona rural de Idlib e um campo de treinamento do ISIS na área de Al-'Arfi da cidade de Deir Ezzor.

O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse na terça-feira que terminará nesta semana o prazo para não efetuar ataques aéreos contra os grupos armados que não aderiram à cessação das hostilidades na Síria. Então, aqueles que não aderiram ao cessar-fogo vão tornar-se alvos legítimos independentemente do fato de estarem em uma lista de terroristas ou não.

De acordo com o ministro do Exterior da Rússia, a força militar russa restante na Síria depois de uma retirada parcial é suficiente para combater as ameaças terroristas remanescentes no país árabe. No início deste mês, a Rússia propôs para os EUA realizar operações aéreas conjuntas contra a Al-Nusra, ISIS e outros grupos que ignoram cessar-fogo na Síria. Os EUA rejeitaram a proposta.

Em 1º de Junho, um grande comboio de reforços do Exército Árabe Srio chegou à cidade de Aleppo. O comboio alegadamente incluía  unidades da 4ª Divisão Mecanizada do SAA, as Forças Nacionais de Defesa, e Kataebat Al-Baath (Batalhão Baathista). Essas unidades reforçam as tropas do Governo, que se concentraram a fim de realizar uma operação militar na Planície 'Anadan, a noroeste da cidade de Alepo."

https://southfront.org/international-military-review-syria-june-2-2016/


28/05/2016 - Discurso de Nasrallah - O "Crime" da Síria (leg.Ing.)

http://thesaker.is/the-world-sitrep-june-4th-2016-by-baaz/



ATUALIZAÇÃO - INTERNATIONAL Military Review - Síria, 07 de junho de 2016


Os avanços recentes da Al Nusra e da Ahram al-Sham no bairro Sheikh Maqsoud, e a sala de operação da Jaish al-Fatah, que também inclui a Al Nusra e a Ahrar al-Sham, perto da aldeia de Khan Touman, quase frustraram as iniciativas para instaurar um regime de cessar-fogo na cidade de Alepo e áreas próximas, mostrando que a retórica sobre as más condições humanitárias e o início do mês sagrado muçulmano do Ramadã são uma mera parte da guerra de relações-publicas em curso contra o governo Assad e seus aliados. O objetivo estratégico é impedir o avanço das tropas e operações das forças aeroespaciais russos pró-governo na cidade de Alepo e no norte da Síria em geral.

A única resposta a este desafio é uma pressão militar constante em todos os grupos armados sírios que ignoram as tentativas da cessação das hostilidades. O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse em 6 de Junho que a Rússia fornecerá "o mais ativo" apoio aéreo para as tropas do governo dentro e em torno da cidade de Alepo. Neste caso, grupos como Ahrar al-Sham e Jaish al-Fatah devem ser um alvo legítimo do poder aéreo russo. Se o Washington reconhece diretamente esses grupos ligados à al-Qaeda como uma oposição moderada em nível oficial, isso será um desastre de relações-públicas, ameaçando minar a posição diplomática dos EUA na Síria no futuro próximo.

Por sua vez, tolerar condições em que militantes islâmicos foram capazes de se preparar e invadir bairros de Alepo foi um erro dos conselheiros militares russos e dos militares sírios. Inicialmente, os grupos apoiados por sauditas e turcos entregaram as áreas perto da cidade de Mare para o ISIS. Isto permitiu-lhes re-implantar uma força significativa na cidade de Alepo e no distrito de Sheikh Maqsoud. As unidades da Al Nusra e da Ahram al-Sham foram reforçadas com o fornecimento de armas provenientes da Turquia. Além disso, há relatos de tropas turcas entre os grupos militantes. Segundo especialistas, conselheiros militares turcos vêm fornecendo planejamento estratégico e outros apoios à Al Nusra e à Ahram al-Sham, pelo menos desde meados de 2015. O fato de que o ISIS não invadiu Mare enquanto a Al Nusra e outros conduziam operações em Alepo demonstra, pelo menos, cooperação militar tática entre a Al Nusra e o ISIS. O avanço foi coberto pela campanha diplomática e de relações-públicas liderada pelos Estados Unidos, conhecida como "Não bombardeiem a oposição moderada". Como resultado, a situação militar na cidade de Alepo piorou.

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