quarta-feira, 14 de junho de 2017

ALÍPIO DE FREITAS



Alípio de Freitas - 17/02/1929 - 13/06/2017

Baía da Guanabara
Santa Cruz na fortaleza
Está preso Alípio de Freitas
Homem de grande firmeza

Em Maio de mil setenta
Numa casa clandestina
Com a companheira e a filha
Caiu nas garras da CIA

Diz Alípio à nossa gente:
"Quero que saibam aí
Que no Brasil já morreram
Na tortura mais de mil"

"Ao lado dos explorados
No combate à opressão
Nao me importa que me matem
Outros amigos virão"

Lá no sertao nordestino
Terra de tanta pobreza
Com Francisco Julião
Forma as ligas camponesas

Na prisão de Tiradentes
Depois da greve da fome
Em mais de cinco masmorras
Nao há tortura que o dome

Fascistas da mesma igualha
(Ao tempo Carlos Lacerda)
Sabei que o povo nao falha
Seja aqui ou outra terra

Em Santa Cruz há um monstro
Só não vê quem não tem vista
Deu sete voltas à terra
Chamaram-lhe imperialista

Diz Alípio à nossa gente:
"Quero que saibam aí
Que no Brasil já morreram
Na tortura mais de mil"

Baía da Guanabara
Santa Cruz na fortaleza
Está preso Alípio de Freitas
Homem de grande firmeza

Em Maio de mil setenta
Numa casa clandestina
Com a companheira e a filha
Caiu nas garras da CIA

Diz Alípio à nossa gente:
"Quero que saibam aí
Que no Brasil já morreram
Na tortura mais de mil"

(Zeca Afonso)