terça-feira, 31 de julho de 2012

OS RATOS ATACAM OUTRA VEZ EM ALEPO



"Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA revelou que Washington planeja aumentar a ajuda além do pacote de US$ 15 milhões já alocado para a oposição síria. As forças Anti-Assad também apelaram aos seus apoiantes estrangeiros para lhes fornecerem armas sofisticadas para usar contra os tanques e aviões do governo. Isso em meio a contínuos confrontos na cidade de Alepo, no norte do país, onde tanto o exército como as forças rebeldes reivindicam progresso. O foco das batalhas se deslocou para o centro comercial da Síria, depois que as tropas do regime varreram os rebeldes de Damasco há mais de uma semana."

Publicado em 31/07/2012 por RussiaToday


SOBRE AS BATALHAS DE 24/7/2012 (FR/ING)




segunda-feira, 30 de julho de 2012

ESCAPOU O TRAIDOR DO TRAIDOR

ALGERIA ISP/ "Segundo Akhbar Elmokawma, em Benghazi, o principal acusado do assassinato do general Abdelfateh Younes, o rebelde Aboukatada Afhgani, escapou da prisão. Homens barbudos que se apresentaram como comandantes de batalhão vieram vê-lo. Deram-lhe roupas para trocar. Ele tirou o uniforme da prisão e saiu com eles pela porta da frente. Depois os guardas da prisão descobriram que sua cela estava vazia. As pessoas que o ajudaram vieram em um carro branco do batalhão 'Kowa 17 de fevereiro'.

Anteontem em Bengazi manifestantes saíram às ruas para marcar o primeiro aniversário da morte do general Abdelfateh Younes, exigindo a verdade sobre sua morte. Eles queimaram a bandeira do Qatar diante do Hotel Tibesti, onde se hospedam os Qataris."

http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201207-A10903/libye-accuse-principal-assassinat-general-abdelfateh-younes-est-evade-prison-juillet-2012.html

Younes era um alto oficial próximo de Kadafi, que conspirou contra ele e tornou-se ministro da Defesa do CNT. Em 28/7/2011 foi preso e executado por ratos teoricamente subordinados a ele. Sua tribo desde então exige o esclarecimento dos fatos e a punição dos matadores. Abaixo, Aboukatada Afhgani declara que a ordem veio da França através de Mustafá Abdel Jalil, o rato n. 1 do CNT. Outros crêem que veio do Qatar através de Abdel Hakim Belhaj, comandante das milícias de Trípoli.



Em 24/7/2011, Younes é interrompido por um espectador que o insulta



SÍRIA - FLAGRANTES DA VIDA REAL

ALEPO, 28/7/2012 -- CIVIS FOGEM À CHEGADA DOS TERRORISTAS; POLICIAIS E FUNCIONÁRIOS DO GOVERNO CAPTURADOS SÃO HUMILHADOS E MORTOS:
















DEPOIS O EXÉRCITO CAÇOU OS MERCENÁRIOS TERRORISTAS EM ALEPO

http://resistencialibia.info/?p=4325

EM DARAA, MAIS UMA RATAZANA FOI BATER UM PAPINHO COM O TINHOSO:


http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-syrie/201207-A10906/libye-video-bataille-alep-juillet-2012.html

"Jovens sírios se organizaram para ajudar as famílias deslocadas vítimas de atos terroristas dos bandidos servis à OTAN e EUA"



LAVROV ACUSA EUA DE JUSTIFICAR O TERRORISMO



"Nós não entendemos por que nossos parceiros ocidentais se recusam a condenar o ataque terrorista em Damasco. Além disso, Susan Rice baseou-se nesse incidente para afirmar que Conselho de Segurança não pode mais hesitar em aprovar uma resolução nos termos do Capítulo 7. Então, basicamente, ela está dizendo: 'Nós vamos apoiar esses ataques terroristas até que o Conselho de Segurança faça o que queremos'. É uma abordagem horrível, eu não posso nem mesmo encontrar palavras para expressar o que sentimos. Isto é simplesmente a justificação do terrorismo."

http://libyanfreepress.wordpress.com/2012/07/28/lavrov-us-position-on-syria-directly-endorses-terrorism-la-posizione-degli-usa-e-una-giusticazione-diretta-del-terrorismo/

domingo, 29 de julho de 2012

A FORÇA DA DIREITA


27/7/2012 - Uma manifestação pacífica na Tunísia em apoio à Síria, também com bandeiras da Jamahiriya Líbia e da Palestina, é atacada por salafistas que pregam a "guerra santa" (jihad) contra Assad.
http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-syrie/201207-A10887/syrie-sit-tunisiens-pro-syrie-assad-des-manifestants-agresses-video-juillet-2012.html


E SUA FRAQUEZA: RATAZANAS COMANDANTES FORAM PRO SACO NA SÍRIA





RATOS DA AL-QAEDA APRISIONADOS PELO EXÉRCITO SÍRIO


http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-syrie/201207-A10889/syrie-une-video-montrant-qaida-syrie-juillet-2012.html


sábado, 28 de julho de 2012

SÍRIA: APAGARAM O VULCÃO


http://libia-sos.blogspot.com.br/


Governo e militares sírios recuperam a soberania e libertam civis em todo o país.
Christof Lehmann
28.07.2012

"O governo sírio e os militares assumiram a responsabilidade de restabelecer a soberania nacional, a segurança dos civis e o estado de direito nas áreas que foram tomadas pelo Consórcio do Terror apoiado pelo Ocidente. A mídia ocidental faz alarde sobre uma operação militar maciça. Na verdade, a eficaz contra-insurgência síria é também uma estratégia de contenção da violência, mais humanitária do que qualquer legislação internacional recomendaria...

[Seguem-se relatos das operações vitoriosas dos militares sírios em Damasco e região, em Alepo, na Província de Hasaka, Daraa e Deir Ezzor, Homs e Hama. Não mais existem áreas sob controle dos terroristas do FSA.] 

Nos casos em que os militares sírios têm que realizar grandes operações militares, como as de Damasco e Alepo, os militares preparam uma área de espera, ajudam a evacuar com segurança os civis, que muitas vezes são mantidos como reféns e escudos humanos pelos insurgentes; os militares sírios oferecem aos insurgentes passagem livre, permitindo-lhes deixar a área junto com a população civil, mas sem suas armas. Que outro corredor humanitário seria necessário além desta oferta para deixar a zona de combate sem armas, como uma pessoa livre, vivo, ileso, e com a possibilidade de deixar a Síria, retornar ao seu país de origem e ficar longe? Nem a Convenção de Genebra, nem qualquer outra convenção do Direito Internacional prevêm tal generosidade para quaisquer tropas, muito menos para forças mercenárias irregulares que não se atêm a qualquer código militar de conduta e sistematicamente usam o terrorismo como tática preferida.

O governo sírio, bem como fontes de dentro dos ministérios das Relações Exteriores russos e chineses, se recusam a aceitar a criação dos chamados corredores humanitários. O estabelecimento de tais corredores, como proposto por alguns dos auto-proclamados 'Amigos da Síria' seria equivalente ao governo sírio renunciar à soberania de partes do território sírio, resultando na incapacidade do governo de proteger os cidadãos sírios dos insurgentes. Esses corredores invariavelmente tornar-se-iam caminhos seguros para as armas que estão sendo financiadas e fornecidas por alguns estados membros da OTAN e do CCG, alguns agentes libaneses como Hariri e Jumblatt, Israel e outros. Os corredores invariavelmente seriam usados para facilitar a livre movimentação dos insurgentes por toda a Síria."

http://nsnbc.wordpress.com/2012/07/28/syrian-government-and-military-reclaim-sovereignty-and-liberate-civilians-throughout-the-country/


TERRORISTAS APRISIONAM CIVIS EM ALEPO - 25/07/2012


TERRORISTAS DO FSA CHEGAM A ALEPO - 25/07/2012


TERRORISTAS AVANÇAM DE DARAA A DAMASCO PELO DESERTO - 22/7/2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A SÍRIA E O "PODER ESPERTO"



DAMASCO (SANA) - "A TV síria mostrou imagens de corpos de terroristas do Egito e da Jordânia, que foram mortos pelo Exército Sírio ao limpar o bairro de al-Qaboun em Damasco de grupos armados terroristas.

Anteriormente a TV síria mostrou imagens de outros terroristas que vieram da Tunísia e da Líbia, com a Turquia e outros países vizinhos proporcionando os meios para permitir que esses assassinos entrem na Síria e matem seu povo. O jornal The Times havia informado que os chamados 'rebeldes' na Síria não são mais que mercenários que são financiados e recebem armas do exterior."



http://libyanfreepress.wordpress.com/2012/07/24/syrian-tv-shows-identities-of-some-foreign-terrorists-killed-by-syrian-army-in-damascus-la-tv-siriana-mostra-le-identita-di-alcuni-terroristi-stranieri-uccisi-dallesercito-siriano-a-damasco-vide/

(ANSAMed) - ROMA, 25 de julho - "Várias milícias armadas estão aterrorizando Alepo, algumas delas agitando bandeiras da Al-Qaeda, a cidade está sob cerco e os civis não têm para onde correr, disse a Madre Superiora do convento de Qara, Agnes-Mariam de la Croix, aos repórteres na quarta-feira.

As milícias 'estão tentando entrar no enclave da minoria cristã, e as pessoas temem a repetição de Homs', disse por telefone à Madre de la Croix uma testemunha ocular que é um prelado em Alepo.

Cerca de 400 famílias cristãs nos bairros de Hamidiyyeh e Bustan Al Diwan em Homs foram usados como escudos humanos por forças 'rebeldes' há um mês.

'A cidade está agora sob cerco, tomada por milícias que vêm da fronteira norte com a Turquia, as saídas ao sul da cidade estão bloqueadas e 200.000 civis não têm para onde fugir, a não ser de um bairro para outro,'  disse Madre de la Croix. As milícias estão infiltradas de estrangeiros, dirigidos por diversos mandantes externos, e 'lutam entre si nas ruas', acrescentou a Madre Superiora. Quanto às forças do governo que entraram ontem à noite em Alepo, eles foram chamados pelos sunitas do bairro Salaheddin de Alepo, de acordo com Madre de la Croix."

http://www.ansamed.info/ansamed/en/news/sections/generalnews/2012/07/25/Syria-Militias-rampage-Aleppo-some-al-Qaeda-flags_7236019.htm



[INTERESSANTE CONJECTURA]

Síria: ‘Mudança de regime’ e o ‘poder esperto’[1] de Hillary Clinton 

22/7/2012, M K Bhadrakumar, Asia Times Online
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/NG24Ak01.html 

A emergência de Israel, que sai da paisagem de fundo, só pode significar uma coisa: que a crise síria encaminha-se para a fase decisiva. Acenderam-se as luzes no palco de operações, e começou a operação de esculpir a Síria. O que vem por aí não será bonito de ver. O paciente não será anestesiado, e o cirurgião-chefe prefere liderar das coxias, enquanto seus capangas fazem o serviço sujo.

Até agora, Turquia, Arábia Saudita e Qatar fizeram tudo o que podiam para desestabilizar a Síria e remover de lá o regime chefiado pelo presidente Bashar al-Assad. E Bashar continua vivo. Daqui em diante, só a expertise dos israelenses, para completar o serviço.

Alguém terá de enfiar a faca, bem fundo, nas costas de Bashar. O rei da Jordânia não pode fazer o serviço: mal chega aos joelhos de Bashar. Os xeiques sauditas e quataris, flácidos e gorduchos, não são dados a agitação física. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) prefere ser deixada de fora, depois que queimou os dedos na Líbia, em operação limítrofe com crime de guerra. Sobra a Turquia.

Em princípio, a Turquia tem poder muscular, mas intervenção na Síria é missão de altíssimo risco, e uma das heranças mais duradouras de Kemal Ataturk é que a Turquia evite expor-se a riscos. Além do quê, os militares turcos não estão lá em muito boa forma.

O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tampouco tem conseguido arrastar a maioria dos turcos na direção de aceitarem fazer guerra contra a Síria. O próprio Erdogan navega águas perigosas, tentando aprovar emendas na Constituição turca que farão dele um verdadeiro sultão – como se o presidente François Hollande da França passasse, de repente, a acumular as funções do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e de Martine Aubry, presidente do Partido Socialista, além da presidência da França.

Obviamente, Erdogan não porá em risco a própria carreira política. Além do mais, há imponderáveis – uma potencial volta do chicote para dentro da própria Turquia, pela minoria alawita (que ressente o crescimento do salafismo no governo de Erdogan); e o perigo perene de cair numa armadilha armada por militantes curdos.

Al-Jazeera entrevistou um líder alawita na Turquia, semana passada, que manifestou preocupação crescente com o tom cada vez mais sectário da disputa interna na Síria, inspirada por sunitas salafistas. Temem um levante salafista dentro da Turquia. Para os alawitas turcos, Assad “tenta manter coesa uma Síria pluralista e tolerante.”

Planos de contingência
Mas tudo isso se vai tornando irrelevante. Na 6ª-feira, o New York Times noticiava, citando funcionários do governo em Washington, que o presidente Barack Obama dos EUA “está aumentando a ajuda aos rebeldes e redobrando esforços para construir uma coalizão de países com pensamento assemelhado ao dos EUA, para derrubar à força o governo [da Síria]”.[2]

Noticiava também que agentes da CIA que estão no sul da Turquia “já há várias semanas” serão mantidos na missão de criar cada vez mais violência contra o regime sírio. Enquanto isso, EUA e Turquia também estão trabalhando juntos para implantar um “governo provisório pós-Assad” na Síria.

Na mesma direção, líderes da Fraternidade Muçulmana proscrita na Síria organizaram um conclave de quatro dias em Istanbul para criar “um partido islâmico”. “Estamos prontos para a era pós-Assad, temos planos para a economia, as cortes de justiça, a política” – anunciou o porta-voz da Fraternidade Muçulmana.

Diz o New York Times que Washington mantém-se em íntimo contato com Ankara e Telavive, para discutir “uma ampla gama de planos de contingência” sobre “como administrar um colapso do governo sírio”.

O plano operacional que está emergindo prevê que, enquanto Ankara avança nas operações clandestinas dentro da Síria (pagas pela Arábia Saudita e Qatar), Israel cruzará a fronteira, entrando na Síria pelo sul e atacará Bashar militarmente, para degradar sua capacidade de resistir à ameaça turca.

A Turquia também avançou na guerra psicológica, projetando – com televisões, jornais e jornalistas – a ideia de que o regime sírio começa a rachar. Jornalistas e comentaristas turcos já disseminam a palavra. Murat Yetkin, do Hurriyet, jornal diário pró-establishment, reproduziu palavras de um oficial turco que dizia que,

Nosso pessoal [a inteligência turca] em campo já observa que a maioria urbana, que até agora estava preferindo manter-se neutra, começa a apoiar os grupos da oposição. Acreditamos que o povo sírio começa a perceber que o governo está rachando.

De fato, essas emocionantes versões também refletem a preocupação, no establishment turco, ante a evidência de que o regime sírio não dá qualquer sinal de capitulação, apesar dos incansáveis golpes que tem sofrido dos ‘rebeldes’.

Missão para Moscou

A melhor esperança de Erdogan é que a inteligência turca consiga orquestrar algum tipo de “golpe palaciano” em Damasco, nos próximos dias ou semanas. O que mais alegraria Ankara seria ver Bashar substituído por uma estrutura de transição que conserve elementos da atual estrutura Baathista do estado, o que facilitaria uma transferência ordeira de poder para novo governo – quer dizer, em termos ideais, uma transição em nada diferença do que houve no Egito depois da saída de Hosni Mubarak.

Mas Erdogan não tem certeza de que a Turquia consiga armar um golpe à moda Egito, em Damasco. A corrida de Erdogan a Moscou, 4ª-feira passada, foi tentativa de sondar Moscou para saber se seria possível montar uma estrutura de transição, nova e estável, em Damasco, mediante algum tipo de cooperação internacional. (Obama investiu o próprio peso na missão de Erdogan: na 5ª-feira, telefonou pessoalmente ao presidente Vladimir Putin da Rússia, para discutir a Síria.)

Curiosamente, pouco antes de Erdogan sair para o encontro agendado com Putin no Kremlin, aconteceu em Damasco um massivo ataque terrorista, que matou o ministro da Defesa da Síria e seu chefe de Inteligência. Considerado aquele evento, Moscou ouviu polidamente o que Erdogan tivesse a dizer e assegurou-lhe que manteria separação clínica entre os laços estratégicos que unem Rússia e Turquia, de um lado; e, de outro, a questão síria. E a posição russa manteve-se inalterada – como se viu bem claramente, no veto no Conselho de Segurança da ONU, uma semana depois do encontro com Erdogan.

Não há dúvidas de que Moscou já percebeu que o jogo aproxima-se do fim, na Síria. Em entrevista à rede de televisão Rússia Today na 6ª-feira, o embaixador da Rússia à ONU, Vitaly Churkin,[3] falou em termos excepcionalmente fortes sobre o que está acontecendo:

“Infelizmente, a estratégia de nossos colegas ocidentais parece estar sendo encaminhada exclusivamente para fazer aumentar as tensões na Síria e em torno da Síria. Não perdem uma oportunidade. Dessa vez, aproveitaram a circunstância de ser necessário prorrogar o mandato da missão de monitoramento que opera na Síria, e acrescentaram, no mesmo projeto de Resolução rascunhado por eles, inúmeras outras cláusulas inaceitáveis.”.

E continuou, trazendo à cena também o Iraque:

“Não há quem não saiba que os maiores interventores humanitários do planeta – EUA e Grã-Bretanha – intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos (naquele caso, a existência de armas de destruição em massa que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de seres humanos cujas vidas foram arruinadas e vagam pelo país. Por tudo isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito mais geopolítica, que humanismo.”

Antes de ir a Moscou, Erdogan foi a Pequim, que também já sente que os EUA estão batendo o martelo sobre a Síria. O Global Times comentou, em editorial, na 6ª-feira, que “É provável que o governo de Assad seja derrubado (...) diminuem muito rapidamente as chances de solução política (...) as coisas na Síria podem mudar bem rapidamente.”[4]

Toni Donilon, Conselheiro para Segurança Nacional dos EUA, está viajando para Pequim: vai tentar descobrir se há alguma chance de conseguir que os chineses moderem a posição sobre a Síria.

Rússia e China veem com bons olhos a era Erdogan, que ampliou os laços entre esses países e a Turquia. A Rússia obteve um contrato de $20-$25 bilhões de dólares para a construção de usinas nucleares na Turquia. A China atraiu a Turquia, como parceiro para os diálogos da Organização de Cooperação de Xangai. A Turquia realizou um segundo exercício de manobras militares com a China, recentemente; e sonha com ser a ponte que venha a unir a OTAN e Pequim.

O homem que não vendeu sua alma [5]

Mesmo assim, ambas, Rússia e China considerarão, na análise, que, com uma “nova guerra fria” em construção, Washington espera que a Turquia volte ao ninho antigo e desempenhe o papel de aliada numa vasta faixa de terra que se estende do Mar Negro ao Cáucaso e ao Cáspio e até a Ásia Central. Em última análise, os EUA jogam com inúmeros trunfos, cortesia da era da Guerra Fria, para manipular as políticas turcas. É o que se vê bem claro na centralidade que Washington atribui ao líder curdo iraquiano Massoud Barzani, na estratégia geral dos EUA.

Obama recebeu Barzani recentemente, na Casa Branca. Barzani passou a ser o “pino de conexão” das políticas de EUA-Turquia para a Síria. Está acontecendo poucos meses depois de a ExxonMobil assinar, em outubro, contratos para desenvolver os fabulosos campos de petróleo localizados no Curdistão, região controlada por Barzani, sem dar atenção aos protestos de Bagdá, de que tal negócio, firmado com uma autoridade provincial, atropelando o governo central, viola a soberania do Iraque.

Semana passada, a Chevron, gigante do petróleo dos EUA, anunciou que também adquirira 80% do controle de outra companhia que opera na região, cobrindo área somada de 1.124 quilômetros quadrados sob o controle de Barzani.

A entrada das empresas ExxonMobile e Chevron muda o jogo na política regional para a Síria. O ponto é que a melhor via para transportar até o mercado mundial o que for extraído dos depósitos gigantes de gás e petróleo no Curdistão é o porto sírio de Latakia, no Mediterrâneo oriental. Não há qualquer dúvida de que aí está uma nova dimensão a considerar no plano de jogo de EUA-Turquia sobre a Síria.

A empresa turca de engenharia e construção Siyah Kalem apresentou projeto para o transporte do gás natural extraído do Curdistão. Evidentemente, em algum lugar do subsolo, os interesses do business corporativo da Anatolia (que tem laços com o partido islâmico que governa a Turquia) e a orientação da política externa turca passaram a convergir. Os interesses de EUA e Turquia sobrepõem-se na geopolítica das reservas de energia do norte do Iraque.

Barzani não é só parceiro comercial de Washington e Ankara; é também agente chave que pode ajudar a encaminhar o problema que a Turquia enfrenta com os curdos. Com o apoio de Washington, Barzani lançou um projeto para reposicionar as várias facções curdas – turcos, iraquianos e sírios – numa nova trilha política.

Mês passado, Barzani organizou reunião das facções curdas em Arbil. Em termos claros: Barzani tentou subornar os líderes de várias facções curdas com fundos que lhe chegaram de Ankara. Diz que conseguiu reconciliar os diferentes grupos curdos sírios. (A insurgência curda na Turquia é comandada por sírios de etnia curda.) Diz também que conseguiu convencer os curdos sírios a romper os laços que os ligam a Bashar e a alinhar-se ao lado da oposição síria.

Esses ecos de Arbil têm peso vital no que Erdogan venha a fazer sobre a Síria. Como lembrou recentemente um importante analista do Washington Institute for Near East Policy, Soner Cagaptay, o xis da questão é que “grande parte da minoria curda, agitada e bem organizada na Síria, não confia na Turquia.”
[7]

O salafismo em asas israelenses
Fato é que, em última análise, só Israel pode resolver o dilema de Erdogan. O ministro da Defesa de Israel Ehud Barak declarou no fim de semana que “a Síria tem mísseis antiaéreos e mísseis terra-terra avançados e elementos de armas químicas. Ordenei que o Exército de Israel prepare-se para uma situação na qual teremos de considerar a possibilidade de um ataque.”
[8]

Barak acrescentou que “no momento em que [Bashar] começar a cair, nós [Israel] iniciaremos monitoramento de inteligência e nos associaremos a outras agências.” Falou depois de uma visita secreta de Donilon a Israel, na semana anterior. Nos calcanhares da visita de Donilon, chegou a Telavive a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, depois de um encontro histórico no Cairo com o presidente recém eleito Mohammed Morsi da Fraternidade Muçulmana, que garantiu a Washington que não pensa criar qualquer problema para Israel, em futuro pensável.

As declarações de Barak rompem o fino véu de indiferença que Telavive manteve até aqui sobre os desenvolvimentos sírios. O que emerge, em retrospecto, é que Washington manteve Israel em resguardo até o momento de demolir fisicamente a maquinaria de guerra de Bashar – empreitada que Erdogan não quer assumir ou não tem capacidade para assumir.

O mais provável é que Erdogan já estivesse de sobreaviso, para aparecer ao lado de Barak, mas, político arguto, manteve as aparências de quem muito sofria com a crise síria – ao mesmo tempo em que, clandestinamente, a alimentava.

Em versão simples, Washington passou a perna em Moscou e Pequim. Sempre afirmou que a ideia de os EUA intervirem diretamente na Síria, ou ao estilo da intervenção indireta, por operação da OTAN, como na Líbia, jamais passara pela cabeça de Obama. Como agora se vê, Obama não mentia.

O que se desdobra hoje é visão espantosamente interessante: o salafismo voa nas asas da Força Aérea israelense e vai aterrar em Damasco. Erdogan voltará, com renovado vigor, a sacudir a árvore de Bashar em Damasco. E, a qualquer momento, em futuro próximo, de repente, Barak por-se-á a decepar os galhos da árvore, varrendo-os como raio.

Erdogan e Barak deixarão tão nua a árvore de Bashar, tão desamparada, que ela perceberá a futilidade do esforço para manter-se ereta sobre a própria raiz. E nada de “intervenção militar”, nada de operações da OTAN, ninguém terá analogia alguma a fazer com o que foi feito na Líbia. Nem Erdogan ordenará que seu exército marche sobre a Síria.

A secretária de Estado Clinton diria que isso é o “poder esperto”. Em ensaio grandiloquente intitulado “A arte do Smart Power”, de sua lavra, semana passada, analisando o curioso desenlace do conto da Primavera Árabe, Clinton escreveu que os EUA, hoje, “lideram por novas vias”.[6]

Clinton esclarece que os EUA estão expandindo “sua caixa de ferramentas de política externa para integrar todos os ativos e parceiros, e fundamentalmente mudamos o modo como nós [os EUA] fazemos negócios. (...) A trilha que interliga todos os nossos esforços é um compromisso com adaptar a liderança global dos EUA às necessidades de um mundo em mudança.”

Ao final do dia, Erdogan fará da pedra, sopa, que engolirá untada em banha de porco. A verdade nua e crua é que Israel fará, por ele, o serviço sujo na Síria.

Nada resta a Erdogan, além de aceitar o fato de que não passa de uma das ferramentas na “caixa de ferramentas” de Washington – nada mais, nada menos. Nunca foi seu destino liderar o Oriente Médio muçulmano. O ocidente apenas lhe deu corda, para que se enforcasse na própria conhecida vaidade.

Liderar o Oriente Médio muçulmano é prerrogativa exclusiva de Washington.


NOTAS[1] Orig. smart power. Sobre a expressão, ver Eric Etheridge, New York Times, 14/1/2009, “How ‘Soft Power’ Got ‘Smart’” [como o ‘Poder Suave’ virou ‘Esperto’], onde se lê: “No discurso que fez ao aceitar a indicação para o cargo de secretária de Estado do governo Obama, Hillary Clinton usou quatro vezes a expressão smart power [geralmente traduzido no Brasil por “poder inteligente”, mas, mais literalmente, poder ‘esperto’]; na declaração, que antecedeu o discurso de aceitação do cargo, usou nove vezes a mesma expressão” (http://opinionator.blogs.nytimes.com/2009/01/14/how-soft-power-got-smart/) [NTs].

[2] 21/7/2012, New York Times, http://www.nytimes.com/2012/07/22/world/middleeast/us-to-focus-on-forcibly-toppling-syrian-government.html?pagewanted=all

[3] 20/7/2012, “Não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental”, Vitaly Churkin, embaixador da Rússia à ONU, à rede Russia Today (entrevista transcrita e traduzida ao português, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/07/russia-sobre-siria-nao-se-deixem.html) [NTs].

[4] 20/7/2012, Global Times, Pequim, em http://www.globaltimes.cn/content/722217.shtml

[5] Orig. A man for all seasons. É expressão do séc. 16 inglês, tradicionalmente aplicada a Thomas More. Dá título também a uma biografia cinematográfica, que recebeu no Brasil o título de “O homem que não vendeu sua alma” [que se aproveita nessa tradução] (NTs).
[6] 18/6/2012, “The art of smart power”, Hillary Clinton, New Statesman, em http://www.newstatesman.com/politics/politics/2012/07/hillary-clinton-art-smart-power. Aí se lê, na conclusão do artigo: “Não há precedente real na história para o papel que os EUA desempenhamos hoje ou para a responsabilidade que assumimos sobre os ombros. Isso é o que torna tão excepcional a liderança dos EUA. Por isso confio que continuaremos a servir e a defender uma ordem global pacífica e próspera ainda por muitos anos no futuro” [NTs].[7] 20/7/2012,  http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2012/07/20/should-turkey-be-afraid-of-the-syrian-kurds/ . [8] 20/7/2012, Jerusalem Post, Israel, http://www.jpost.com/Defense/Article.aspx?id=278314 .


tradução: Vila Vudu <vila.vudu@gmail.com>



UMA CANÇÃO PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA INTERNET


terça-feira, 24 de julho de 2012

WARCHFANA ATACA AZIZIYA


ALGERIA ISP / Os combatentes da Resistência de Warchfana atacaram e destruíram a sede da segurança do CNT na cidade de Aziziya.
http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201207-A10867/libye-une-nouvelle-chaine-television-watan-resistance-verte-juillet-2012.html


Ratos zoam tiozinho


Vídeo divulgado recentemente, mostrando Kadafi morto (ou Ali Al-Andalus)



TURQUIA


ANKARA (SANA) - O Vice-Presidente do Partido Trabalhista turco Hasan Basri Ozbey denunciou a posição do presidente turco, Abdullah Gul, que está incentivando os terroristas a cometer crimes na Síria, dizendo que o Partido Trabalhista vai apresentar uma queixa contra Gul no Superior Tribunal de Justiça.

Em um comunicado de imprensa publicado na sexta-feira, Ozbey disse que seu partido vai apresentar uma queixa contar Gul à Grande Assembleia Nacional da Turquia e ao Procurador Geral do Superior Tribunal, afirmando que o Partido Trabalhista tem evidências claras de que Gul incitou o terrorismo e guerra contra a Síria e assinou um acordo secreto com os Estados Unidos, o que é em si um motivo para julgamento.

Ele disse que a declaração de Gul após o atentado terrorista contra o quartel-general da Segurança Nacional em Damasco foi vergonhosa e escandalosa para os cidadãos turcos, e afirmou que Gul não cumpriu as suas obrigações e responsabilidades como estadista em relação a um ato de terrorismo contra oficiais de um país vizinho.

Ozbey disse que Gul encorajou os terroristas dizendo que o governo sírio não é legítimo em vez de denunciar o crime, acrescentando que suas declarações constituem um crime de acordo com o código penal turco.

Ele passou a observar que a mídia do mundo - principalmente a mídia dos EUA - revelou o fato de que o atual governo turco liderado por Recep Tayyip Erdogan está entre os governos que mais organizam operações terroristas na Síria e fornecem armas para os terroristas, tudo sob instruções dos EUA.

Ozbey apontou que o próprio Gul admitiu que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, no governo, assinou um acordo secreto com o ex-secretário de Estado EUA Colin Powell em 02 de abril de 2003, e que essas confissões foram publicadas no jornal Vatan em 24 de maio de 2004.

Ele afirmou que a Turquia está a avançar para aventuras sangrentas, e que os crimes de Partido da Justiça e Desenvolvimento constituem traição nacional.

H. Sabbagh

http://nsnbc.wordpress.com/2012/07/22/turkish-labor-party-deputy-chairman-we-have-clear-evidence-that-turkish-president-incited-terrorism-and-war-on-syria/


SÍRIA

ALGERIA ISP / Segundo Elmokawama Akhbar Libya, o comandante 'rebelde' líbio Mehdi Harati foi morto  em Damasco por um atirador do Exército Árabe Sírio.

As autoridades sírias destruíram grande número de pickups terroristas equipados de metralhadoras. Muitos terroristas foram mortos. Grandes quantidades de armas, incluindo metralhadoras, lançadores de foguetes e munições foram apreendidas.

http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201207-A10866/syrie-des-nouvelles-notre-chere-syrie-juillet-2012.html


ALGERIA ISP / Segundo Kanat Zenten (Pro CNT), este é um vídeo mostrando os terroristas do batalhão líbio Tawhid Rif na Síria, em um grande comboio a caminho de Alepo.
http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-syrie/201207-A10868/syrie-des-videos-montrant-grand-convoi-terroristes-entrant-syrie-juillet-2012.html



Al Qaeda no posto de fronteira Bab Al Hawa, Síria, 19/7/2012.
http://www.scoop.it/u/dputamadre#pg=1&mi=topics&si=curated&panel=followedPanel


sábado, 21 de julho de 2012

A BATALHA DE DAMASCO

(legendas - clique em "CC")

"Os poderes ocidentais e do Golfo lançaram a mais importante operação de guerra secreta desde os 'Contras', na Nicarágua. A batalha de Damasco não visa derrubar o presidente Bashar Al-Assad, mas fraturar o Exército Sírio para assegurar o domínio de Israel e Estados Unidos sobre o Oriente Próximo. Enquanto a cidade se prepara para um novo assalto dos mercenários estrangeiros, Thierry Meissan realiza um balanço da situação." (19/7/2012)

Há cinco dias, Washington e Paris lançaram a operação “Vulcão em Damasco, Terremoto na Síria”. Não é uma nova campanha de bombardeio aéreo, mas operação militar secreta, similar à usada no tempo de Reagan na América Central.

De 40 a 60 mil “Contras”, na sua maioria líbios, entraram em poucos dias no país, quase sempre pela fronteira jordaniana. A maioria destes está ligada ao “Exército Síria Livre”(Free Syrian Army), estrutura de fachada para as operações secretas da OTAN, atualmente sob comando turco. Alguns são filiados a grupos de fanáticos, inclusive a Al-Qaeda, estão sob o comando do Qatar ou de uma facção da família real saudita, os Sudeiris.

De passagem, tomaram alguns postos de fronteira, e então se mudaram para a capital, onde semeiam a confusão, atacando alvos aleatórios que eles encontram: grupos de policiais ou militares isolados.

Quarta de manhã, uma explosão destruiu a sede da Segurança Nacional, onde se reuniam alguns membros do Conselho de Segurança Nacional. O ataque tirou a vida do general Daoud Rajha (Ministro da Defesa), do general Assef Shawkat (Vice-Ministro) e do general Hassan Turkmani (assistente do vice-presidente da República). Os termos da operação permanecem incertos: pode ter sido tanto um ataque suicida quanto o disparo de um drone (avião não-tripulado) furtivo.

Washington esperava que a decapitação parcial do aparelho militar levaria alguns oficiais superiores a desertar com suas unidades, ou até mesmo a se voltar contra o governo civil. Isso não aconteceu. O presidente Bashar al-Assad imediatamente assinou os decretos designando seus sucessores e a continuidade do Estado foi assegurada.

Em Paris, Berlim e Washington, os patrocinadores da operação se sentem livres para jogar o jogo indigno que consiste em condenar a ação terrorista, reafirmando o seu apoio político, logístico e militar aos terroristas. Sem pudor algum, eles concluíram que a responsabilidade por esses assassinatos não cabe aos culpados, mas às vítimas, na medida em que haviam se recusado a renunciar sob pressão e entregar sua terra natal aos apetites ocidentais.

Caracas e Teerã enviaram suas condolências a Síria, sublinhando que o ataque foi encomendado e financiado pelas potências ocidentais e do Golfo. Moscou, igualmente, expressou suas condolências e disse que as sanções levadas ao Conselho de Segurança contra a Síria equivalem a um apoio político aos terroristas que realizaram o ataque.

Os canais de TV estatais sírios passaram a transmitir clipes militares e canções patrióticas. Interrompendo a programação, o ministro da Informação, al-Omran Zou'bi apelou à mobilização de todos: o tempo já não é mais de disputas políticas entre governo e oposição, é a nação que está sendo atacada. Lembrando o artigo do *Komsomolskaya Pravda* em que descrevi a operação midiática de desmoralização preparada pelos canais ocidentais e do Golfo, ele advertia seus compatriotas sobre o desastre iminente. Aproveitou para negar os boatos tóxicos dos canais de TV do Golfo segundo os quais um motim eclodira na quarta divisão e explosões haviam devastado seu quartel principal.

Os canais estatais levaram ao ar várias vezes anúncios que mostravam como captar seu sinal pelo satélite Atlantic Bird, em caso de interrupção dos satélites Arabsat e Nilesat.

No Líbano, Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, lembrou a fraternidade de armas que une o Hezbollah à Síria contra o expansionismo sionista, e garantiu ao Exército Sírio seu apoio.

O ataque foi um sinal para o início da segunda parte da operação. Os comandos infiltrados na capital passaram então a atacar vários alvos, mais ou menos premeditados. Assim, um grupo de cem “Contras” atacou a casa adjacente ao meu apartamento aos gritos de “Allah Akbar!”(Deus é maior). Um militar de alta patente reside lá. Foram dez horas de combate ininterrupto.

No início da noite, o Exército respondeu comedidamente. Mais tarde a ordem foi para usar a força sem restrições. Já não era o caso de lutar contra os terroristas que tentavam desestabilizar a Síria, mas enfrentar uma invasão estrangeira que não diz seu nome, e salvar o país em perigo.

A aviação síria entrou em ação para destruir as colunas de mercenários que se dirigiam à capital.

No final da manhã, a calma retornou gradualmente a cidade. Os “Contras” e seus colaboradores em todos os lugares foram forçados a se retirar. O tráfego foi restaurado nas principais estradas e postos de controle foram instalados no centro da cidade. A vida recomeçou. No entanto, ainda ouvimos tiros dispersos aqui e ali. A maioria das empresas estão fechadas, e há longas filas em frente às padarias.

Todos esperam que o assalto final seja lançado na noite de quinta para sexta, e por toda sexta-feira. Há pouca dúvida de que o exército sírio vai sair vitorioso novamente, a correlação de forças é favorável, o exército é apoiado pela população, inclusive pela oposição política interna.

Como era esperado, os satélites Arabsat e Nilesat desligaram o sinal de televisão Ad-Dounia no meio da tarde. A conta de Twitter do Ad-Dounia foi pirateada pela CIA para a divulgação de falsas mensagens que anunciam uma retirada do Exército sírio.

Os canais de TV do Golfo anunciaram o colapso da moeda do país como um prelúdio para a queda do Estado. O governador do Banco Central, Adib Mayaleh, falou em rede nacional de televisão para negar a desinformação e confirmar a taxa de câmbio de 68,30 libras sírias por dólar dos EUA.

Reforços foram mobilizados em torno da praça dos Omíadas para proteger os estúdios da televisão estatal que são considerados um alvo prioritário para todos os inimigos da liberdade. Estúdios de substituição foram instalados no hotel *Rose de Damas*, onde estão hospedados os observadores das Nações Unidas. A presença destes, que deixaram que se perpetrasse o ataque na capital sem que se interrompesse a sua ociosidade, é a proteção *de fato* para os jornalistas sírios que tentam informar os seus compatriotas sobre o perigo que ameaça suas vidas.

No Conselho de Segurança, Rússia e China vetaram pela terceira vez um projeto de resolução dos países do Ocidente e do Golfo para tornar possível uma intervenção militar internacional. Seus representantes têm denunciado incansavelmente a propaganda que visa apresentar o ataque estrangeiro contra a Síria como uma revolta reprimida com derramamento de sangue.

A Batalha de Damasco deve recomeçar hoje à noite.

Tradução da "Engenhoca do Rube"http://engenhocadorube.blogspot.com.br/2012/07/comecou-batalha-de-damasco.html



PROTESTO NO BAHREIN


20/7/2012 - Violentos combates irromperam no Bahrein quando milhares de pessoas protestaram contra a medida do governo de limitar manifestações políticas. A polícia usou gás lacrimogêneo e, alegadamente, balas de borracha para dispersar a multidão, que respondeu com bombas incendiárias.

A polícia usou gás lacrimogêneo contra a multidão reunida na capital do Bahrein, Manama, e em vários outros lugares, enquanto os protestos continuavam pela noite dentro.

Manifestações foram também realizadas nas aldeias de Diraz, Bilad al-Qadeem e Musalla, onde os manifestantes pediam a expulsão da família real al-Khalifa. Pelo menos um manifestante foi supostamente ferido pela polícia de choque em Musalla.

A elite governante quer proibir marchas anti-governo para evitar a interrupção de tráfego e coibir a violência de rua. Pelo menos 50 pessoas foram mortas no país desde fevereiro de 2011
.
A oposição classificou a atitude como uma nova tentativa pela monarquia para silenciá-la.

O reino foi engolido por mais de 17 meses de confrontos entre a monarquia sunita e manifestantes da maioria xiitas, que alegam discriminação sistemática.

A insurreição foi inicialmente esmagada durante o período de lei marcial, mas a agitação continuou com repetidos confrontos entre a polícia e jovens que dizem que a monarquia os marginaliza.

Sayed Hadi al-Mosawi, um membro da oposição que participou dos protestos, disse à RT que as forças de segurança do Bahrain visam deliberadamente matar manifestantes.

"Qualquer um que tente participar de um protesto no Bahrein pode estar em perigo, porque as forças policiais anti-motim, eles não se preocupam com a vida das pessoas e eles não se importam em como tratá-las", disse ele. "Eles não apenas as impedem ou avisam, eles atiram em seus corpos."

Al-Mosawi diz que o governo quer tirar completamente das pessoas a sua liberdade de expressão.

"Eles sabem muito bem que os nossos protestos e as nossas manifestações e os encontros são totalmente pacíficos", disse ele. "Eles sabem que milhares de pessoas vêm aos nossos protestos e vêm em paz, para participar pacificamente e partir em paz."



sexta-feira, 20 de julho de 2012

ONDE TERMINA O DESERTO -- ZVEROFORMA



"Durante 40 anos, ou mais, não me lembro, eu fiz tudo que pude para dar às pessoas casas, hospitais, escolas, e quando estavam com fome, eu dei-lhes comida, eu até fiz Benghazi, de deserto, terra fértil. Enfrentei ataques do cowboy Reagan quando ele matou a minha filha adotiva órfã, ele tentou me matar e em vez disso matou aquela pobre criança inocente. Então eu ajudei meus irmãos e irmãs da África financiando a União Africana. Fiz tudo o que pude para ajudar as pessoas a entenderem o conceito de democracia real, em que os comitês populares dirigem o país, mas isso nunca foi suficiente, e alguns me disseram que mesmo pessoas que tinham casas com 10 quartos, roupas e móveis novos, nunca ficavam satisfeitas, egoístas como eram eles queriam mais, e diziam aos americanos e outros visitantes que precisavam de "democracia" e "liberdade", sem nunca perceber que o sistema deles é um sistema de degola, onde o maior cão devora os demais, mas eles ficavam encantados com suas palavras, sem nunca atinar que na América não há medicina gratuita, nem hospitais nem habitação nem educação gratuitos, e não há comida gratuita a não ser quando as pessoas mendigam ou enfrentam longas filas para conseguir uma sopa. Não, não importava o que eu fizesse, nunca foi suficiente para alguns, mas outros sabiam que eu sou filho de Gamal Abdel Nasser, o único verdadeiro líder árabe e muçulmano que nós tivemos desde Saladino, quando ele reclamou o Canal de Suez para o seu povo, como eu reivindiquei a Líbia para o meu povo. Foram seus passos que procurei seguir, para manter o meu povo livre da dominação colonial, dos ladrões que nos roubavam.

Agora estou sob o ataque de maior força militar na história, e o meu pequeno filho africano, Obama, quer me matar, para tirar a liberdade de nosso país, para tirar a nossa habitação gratuita, nossa medicina  gratuita, o nosso ensino gratuito, a nossa comida gratuita, e substituí-los pelo roubo em estilo americano, chamado de "capitalismo", mas todos nós no Terceiro Mundo sabemos o que isso significa, significa as grandes empresas dominando os países, dominando o mundo, e as pessoas sofrendo, por isso não há alternativa para mim, devo manter a minha posição, e se Deus quiser, vou morrer seguindo o seu caminho, o caminho que tornou o nosso país rico e fértil, com alimentação e saúde, e até mesmo nos permitiu ajudar os nossos irmãos e irmãs africanos e árabes, para virem trabalhar conosco aqui na Jamahiriya Líbia.

Eu não quero morrer, mas se se trata de salvar esta terra, meu povo, todos os milhares que são todos meus filhos, então que assim seja.

Que este testemunho seja a minha voz para o mundo, que eu enfrentei os ataques dos cruzados da OTAN, enfrentei a crueldade, a traição, enfrentei o Ocidente e as suas ambições colonialistas, e que eu permaneci com meus irmãos africanos, meus verdadeiros irmãos árabes e muçulmanos, como um farol, e quando outros construíam castelos eu morava em uma casa modesta ou em uma tenda. Eu nunca esqueci a minha juventude em Sirte, eu não gastei o nosso tesouro nacional futilmente, e como Saladino, nosso grande líder muçulmano que resgatou Jerusalém para o Islã, tomei pouco para mim.

No Ocidente, alguns me chamam de 'louco', 'maluco', mas eles sabem a verdade e continuam a mentir, eles sabem que a nossa terra é independente e livre, livre do jugo colonial, que a minha visão, o meu caminho, é e sempre foi claro e pelo meu povo, e que vou lutar até meu último suspiro para nos manter livres, que Deus todo-poderoso nos ajude a permanecer fiéis e livres."

Coronel Muamar Kadafi, 5/4/2011

http://www.scoop.it/t/the-greatest-wepons-is-not-a-gun-nor-it-is-nuclear-it-is-information-control



"Trípoli: Hoje pelo segundo dia continuam duros confrontos entre os ratos e a Resistência Verde em Trípoli. O balanço é de mais de 23 ratos eliminados na região de Janzour, já não causarão mais dano ao povo Líbio.

Ontem o assassinato de dois jovens no bairro de Al-Andalus em frente à estação de polícia, como resultado da participação num feroz tiroteio entre terroristas estrangeiros e a Resistência Verde.

Faz 3 dias, 7 ratos foram eliminados por franco-atiradores da Resistência Verde. Ademais a Resistência conseguiu liquidar o terrorista Fathi que pertencia à milícia de Abu Salim 'Brigada dos Mártires', um ramo da Al-Qaeda.

O traidor que posa de presidente do Comitê Olimpico da Líbia foi seqüestrado de seu automóvel por homens armados em Trípoli no domingo e se desconhece seu paradeiro. Seus acompanhantes foram deixados em liberdade.

Al Zintan: forte tensão após três mercenários do CNT-OTAN sequestrarem uma jovem estudante da Faculdade de Educação. Até este momento não a encontraram.

Sabha: 34 civis que estavam sequestrados e sendo torturados pelas bestas da OTAN conseguiram escapar.

Bin Jawad: traidores e agentes da OTAN humilham e torturam a população civil na cidade de Bin Jawad, golpeiam-nos e falam-lhes todo tipo de tolices, acusam-nos injustamente."

http://libia-sos.blogspot.com.br/2012/07/libia-ultimo-informe-de-la-jamahiriya_19.html#.UAiWzKLUc7w


Tratamento de civis presos em Jerdan



A BANDEIRA VERDE ONDULA EM MISRATA -- 17/4/2012



ENQUANTO ISSO, NA MÍDIA...



SÍRIA: NOVO VETO RUSSO E CHINÊS



"19 julho de 2012 - A Rússia e a China, representando uma população que supera em muito a dos Estados Unidos, do Golfo Árabe e da União Européia combinadas, vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU destinada a impor sanções à Síria apoiada com ameaças de intervenção militar.

A votação, inicialmente prevista para quarta-feira, foi precedida por suspeitas campanhas de desinformação programados por empresas dos meios de comunicação ocidentais -- primeiro retratando falsamente uma operação de segurança da Síria em Al Trimsa, na província de Hama, como um 'massacre', em seguida tentando retratar Damasco como 'caindo' nas mãos dos militantes do 'Exército Síria Livre' respaldado pela OTAN, depois que uma bomba matou vários altos oficiais sírios.

Ambas as campanhas de desinformação visavam pôr em pânico os intervenientes russos e chineses para forçar os respectivos governos a um compromisso.

Afora um mandato da ONU, a OTAN, Israel e os Estados do Golfo enfrentam agora as opções de continuar queimando intencionalmente a sociedade síria, tal como planeja o 'Memo n. 21 sobre o Oriente Médio' do think-tank Brookings Institution, dos EUA,  ou uma intervenção militar unilateral com base em ainda outra provocação fabricada."

http://landdestroyer.blogspot.gr/2012/07/urgent-repost-nato-preparing-vast.html


"Rússia e China vetaram uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que ameaçava a Síria com mais sanções.

Foi a terceira vez em nove meses que a Rússia e a China usaram seus poderes como membros permanentes do conselho de 15 nações para bloquear resoluções sobre a Síria. Houve 11 votos a favor da resolução. Rússia e China votaram contra, enquanto a África do Sul e o Paquistão se abstiveram de votar.

Dirigindo-se ao Conselho, o representante da Rússia para a ONU Vitaly Churkin acusou os membros ocidentais do Conselho de Segurança de tentarem 'atiçar as chamas do confronto no Conselho de Segurança'.

'O projeto de resolução que foi votado era tendencioso. A ameaça de sanções era dirigida exclusivamente ao governo da Síria, e não reflete a realidade do país hoje. É especialmente ambígua à luz do que aconteceu com o grave atentado terrorista ocorrido em Damasco', acrescentou Churkin.

O Secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, que elaborou a resolução, dissera anteriormente que o agravamento da crise confirmava 'a necessidade urgente de uma resolução do Capítulo 7 do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria'.

O Capítulo 7 permite que o conselho de 15 membros autorize ações que vão desde sanções diplomáticas e econômicas até a intervenção militar. Autoridades dos EUA disseram que estão falando sobre sanções à Síria, e não uma intervenção militar, mas Rússia e China acreditam fortemente que permitir passar tal resolução poderia criar uma repetição do chamado 'cenário da Líbia'.

Uma resolução proposta pela Rússia também estava programada para ser apresentada ao Conselho de Segurança, mas Churkin disse que o projeto não será submetido a votação, depois de alguns membros do Conselho se recusarem até mesmo a discuti-lo.

'Acreditamos que o confronto contínuo no Conselho de Segurança seria inútil e contraproducente, e por isso não vamos apresentar o nosso projeto para votação', disse Chukin.

Em vez disso, o representante russo propôs uma breve resolução despolitizada e técnica para prolongar a missão de observadores da ONU, cujo mandato expira na sexta-feira.

Enquanto isso, a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, criticou a Rússia e a China por vetar a resolução.

'O Secretário-Geral Ban Ki-moon não tem culpa pela violência imparável na Síria, e nem Kofi Annan. A culpa recai sobre o regime de Assad e os países que até hoje se recusam a tomar medidas contra ele', disse Rice.

Os EUA também se recusaram a votar uma resolução que iria prolongar a missão de observadores da ONU na Síria, que deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira."

Publicado por RT (http://www.rt.com/news/russia-china-unsc-veto-syria-584/)

http://libyanfreepress.wordpress.com/2012/07/19/russia-china-veto-western-backed-syria-resolution-at-un-security-council-video/


ESCÂNDALO !!! FALARAM A VERDADE EM UMA RÁDIO DA FRANÇA !!! (Ing/Ita)


"Em um programa matinal da Rádio RMC, conduzido por Jean Jacques Bourdin ('Bourdin & Co.'), o tema era a Síria. Uma ativista da 'oposição' síria fora convidada a dar entrevista, mas na última hora não pôde participar, e Stephane, sírio residente em Paris, foi convidado. E nem tudo correu como esperado..."

http://libyanfreepress.wordpress.com/2012/07/18/the-truth-about-syria-on-a-french-radio-la-verita-sulla-siria-su-una-radio-francese-video-with-eng-ita-subtitles/


EXÉRCITO SÍRIO CAÇA TERRORISTAS EM DAMASCO APÓS O ATENTADO

http://www.youtube.com/user/SyrianTVOfficial

Vídeos do "Exército Síria Livre" (FSA) dão aulas de terrorismo

"Falando aqui de alguns tipos de armas que podem ser usadas ​​por um sniper e alguns exemplos de alterações possíveis para melhorar o uso das armas disponíveis."

terça-feira, 17 de julho de 2012

O "VULCÃO DE DAMASCO"


Os 'rebeldes' da Síria anunciaram o lançamento de uma  grande ofensiva, com o codinome 'vulcão de Damasco e terremotos da Síria', enquanto grandes confrontos engolfam vários bairros da capital.

European Phoenix (hoje) - "Em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o Comando Conjunto Central de Homs do 'Exército Sírio Livre' (FSA) informou que a operação foi lançada às 8:00 hs da noite (17:00 GMT), 'em resposta aos massacres e crimes bárbaros cometidos pelo regime do Presidente Bashar al-Assad'.

O FSA, diz o comunicado, começou a realizar 'ataques a todos os postos de segurança nas cidades e no campo, para entrar em violentos confrontos e obrigá-los a se renderem'.

O comunicado conclama ao 'cerco de todos os postos de controle militares, da segurança e dos shabiha (milícias pró-regime) em toda a Síria, e a entrada em combate feroz com eles a fim de eliminá-los'.

O FSA ordena o fechamento de todas as estradas internacionais, 'de Alepo (norte) a Daraa (sul) e de Deir Ezzor (leste) a Lattakia (litoral), para cortar e dominar as linhas de abastecimento'. Também reitera pedidos de deserção à oposição, e anuncia a 'tarefa de libertar os prisioneiros e detidos'.

O comunicado declara que o FSA considerará como 'alvos legítimos' os agentes estrangeiros em solo sírio aliados ao regime -- ou sejam, a milícia xiita libanesa Hezbollah, a Guarda Revolucionária Iraniana, milícias iraquianas e facções palestinas pró-Assad.

A declaração descreve a operação 'vulcão de Damasco e terremotos da Síria' como 'o primeiro passo estratégico para levar a Síria a um estado de total e completa desobediência civil'.

Em entrevista à AFP via Skype, o porta-voz do Comando Conjunto do FSA Kassem Saadeddine declarou: 'Se Deus quiser, o comunicado pode ser considerado um convite para participar do fechamento das estradas, para paralisar o movimento das tropas do regime e para permitir ao FSA mover-se livremente'."

http://www.europeanphoenix.com/en/component/content/article/35-politica/1919-syrian-rebels-near-assad-seat-assad-uses-gunship-to-set-them-back.html


O MASSACRE DE AL-TRIMSA



UM ATAQUE DO "FSA" QUE NÃO DEU MUITO CERTO

Publicado em 28/06/2012 por http://www.youtube.com/user/4eversyr



Estados Unidos, Venezuela e Paraguai

12/7/2012, Samuel Pinheiro Guimarães

A política externa norte-americana na América do Sul sofreu as consequências totalmente inesperadas da pressa dos neogolpistas paraguaios em assumir o poder, com tamanha voracidade que não podiam aguardar até abril de 2013, quando serão realizadas as eleições, e agora articulam todos os seus aliados para fazer reverter a decisão de ingresso da Venezuela. A questão do Paraguai é a questão da Venezuela, da disputa por influência econômica e política na América do Sul. O artigo é do diplomata Samuel Pinheiro Guimarães. (Vila Vudu)

1. Não há como entender as peripécias da política sul-americana sem levar em conta a política dos Estados Unidos para a América do Sul. Os Estados Unidos ainda são o principal ator político na América do Sul e pela descrição de seus objetivos devemos começar.

2. Na América do Sul, o objetivo estratégico central dos Estados Unidos, que apesar do seu enfraquecimento continuam sendo a maior potência política, militar, econômica e cultural do mundo, é incorporar todos os países da região à sua economia. Esta incorporação econômica leva, necessariamente, a um alinhamento político dos países mais fracos com os Estados Unidos nas negociações e nas crises internacionais.

3. O instrumento tático norte-americano para atingir este objetivo consiste em promover a adoção legal pelos países da América do Sul de normas de liberalização a mais ampla do comércio, das finanças e investimentos, dos serviços e de “proteção” à propriedade intelectual através da negociação de acordos em nível regional e bilateral.

4. Este é um objetivo estratégico histórico e permanente. Uma de suas primeiras manifestações ocorreu em 1889 na I Conferência Internacional Americana, que se realizou em Washington, quando os EUA, já então a primeira potência industrial do mundo, propuseram a negociação de um acordo de livre comércio nas Américas e a adoção, por todos os países da região, de uma mesma moeda, o dólar.

5. Outros momentos desta estratégia foram o acordo de livre comércio EUA-Canadá; o NAFTA (Área de Livre Comércio da América do Norte, incluindo além do Canadá, o México); a proposta de criação de uma Área de Livre Comércio das Américas - ALCA e, finalmente, os acordos bilaterais com o Chile, Peru, Colômbia e com os países da América Central.

6. Neste contexto hemisférico, o principal objetivo norte-americano é incorporar o Brasil e a Argentina, que são as duas principais economias industriais da América do Sul, a este grande “conjunto” de áreas de livre comércio bilaterais, onde as regras relativas ao movimento de capitais, aos investimentos estrangeiros, aos serviços, às compras governamentais, à propriedade intelectual, à defesa comercial, às relações entre investidores estrangeiros e Estados seriam não somente as mesmas como permitiriam a plena liberdade de ação para as megaempresas multinacionais e reduziria ao mínimo a capacidade dos Estados nacionais para promover o desenvolvimento, ainda que capitalista, de suas sociedades e de proteger e desenvolver suas empresas (e capitais nacionais) e sua força de trabalho.

7. A existência do Mercosul, cuja premissa é a preferência em seus mercados às empresas (nacionais ou estrangeiras) instaladas nos territórios da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai em relação às empresas que se encontram fora desse território e que procura se expandir na tentativa de construir uma área econômica comum, é incompatível com objetivo norte-americano de liberalização geral do comércio de bens, de serviços, de capitais etc que beneficia as suas megaempresas, naturalmente muitíssimo mais poderosas do que as empresas sul-americanas.

8. De outro lado, um objetivo (político e econômico) vital para os Estados Unidos é assegurar o suprimento de energia para sua economia, pois importam 11 milhões de barris diários de petróleo sendo que 20% provêm do Golfo Pérsico, área de extraordinária instabilidade, turbulência e conflito.

9. As empresas americanas foram responsáveis pelo desenvolvimento do setor petrolífero na Venezuela a partir da década de 1920. De um lado, a Venezuela tradicionalmente fornecia petróleo aos Estados Unidos e, de outro lado, importava os equipamentos para a indústria de petróleo e os bens de consumo para sua população, inclusive alimentos.

10. Com a eleição de Hugo Chávez, em 1998, suas decisões de reorientar a política externa (econômica e política) da Venezuela em direção à América do Sul (i.e. principal, mas não exclusivamente ao Brasil), assim como de construir a infraestrutura e diversificar a economia agrícola e industrial do país viriam a romper a profunda dependência da Venezuela em relação aos Estados Unidos.

11. Esta decisão venezuelana, que atingiu frontalmente o objetivo estratégico da política exterior americana de garantir o acesso a fontes de energia, próximas e seguras, se tornou ainda mais importante no momento em que a Venezuela passou a ser o maior país do mundo em reservas de petróleo e em que a situação do Oriente Próximo é cada vez mais volátil.

12. Desde então desencadeou-se uma campanha mundial e regional de mídia contra o Presidente Chávez e a Venezuela, procurando demonizá-lo e caracterizá-lo como ditador, autoritário, inimigo da liberdade de imprensa, populista, demagogo etc. A Venezuela, segundo a mídia, não seria uma democracia e para isto criaram uma “teoria” segundo a qual ainda que um presidente tenha sido eleito democraticamente, ele, ao não “governar democraticamente”, seria um ditador e, portanto, poderia ser derrubado. Aliás, o golpe já havia sido tentado em 2002 e os primeiros lideres a reconhecer o “governo” que emergiu desse golpe na Venezuela foram George Walker Bush e José María Aznar.

13. À medida que o Presidente Chávez começou a diversificar suas exportações de petróleo, notadamente para a China, substituiu a Rússia no suprimento energético de Cuba e passou a apoiar governos progressistas eleitos democraticamente, como os da Bolívia e do Equador, empenhados em enfrentar as oligarquias da riqueza e do poder, os ataques redobraram orquestrados em toda a mídia da região (e do mundo).

14. Isto apesar de não haver dúvida sobre a legitimidade democrática do Presidente Chávez que, desde 1998, disputou doze eleições, que foram todas consideradas livres e legítimas por observadores internacionais, inclusive o Centro Carter, a ONU e a OEA.

15. Em 2001, a Venezuela apresentou, pela primeira vez, sua candidatura ao Mercosul. Em 2006, após o término das negociações técnicas, o Protocolo de adesão da Venezuela foi assinado pelos Presidentes Chávez, Lula, Kirchner, Tabaré e Nicanor Duarte, do Paraguai, membro do Partido Colorado. Começou então o processo de aprovação do ingresso da Venezuela pelos Congressos dos quatro países, sob cerrada campanha da imprensa conservadora, agora preocupada com o “futuro” do Mercosul que, sob a influência de Chávez, poderia, segundo ela, “prejudicar” as negociações internacionais do bloco etc. Aquela mesma imprensa que rotineiramente criticava o Mercosul e que advogava a celebração de acordos de livre comércio com os Estados Unidos, com a União Européia etc, se possível até de forma bilateral, e que considerava a existência do Mercosul um entrave à plena inserção dos países do bloco na economia mundial, passou a se preocupar com a “sobrevivência” do bloco.

16. Aprovado pelos Congressos da Argentina, do Brasil, do Uruguai e da Venezuela, o ingresso da Venezuela passou a depender da aprovação do Senado paraguaio, dominado pelos partidos conservadores representantes das oligarquias rurais e do “comércio informal”, que passou a exercer um poder de veto, influenciado em parte pela sua oposição permanente ao Presidente Fernando Lugo, contra quem tentou 23 processos de “impeachment” desde a sua posse em 2008.

17. O ingresso da Venezuela no Mercosul teria quatro consequências: dificultar a “remoção” do Presidente Chávez através de um golpe de Estado; impedir a eventual reincorporação da Venezuela e de seu enorme potencial econômico e energético à economia americana; fortalecer o Mercosul e torná-lo ainda mais atraente à adesão dos demais países da América do Sul; dificultar o projeto americano permanente de criação de uma área de livre comércio na América Latina, agora pela eventual “fusão” dos acordos bilaterais de comércio, de que o acordo da Aliança do Pacifico é um exemplo.

18. Assim, a recusa do Senado paraguaio em aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul tornou-se questão estratégica fundamental para a política norte americana na América do Sul.

19. Os líderes políticos do Partido Colorado, que esteve no poder no Paraguai durante sessenta anos, até a eleição de Lugo, e os do Partido Liberal, que participava do governo Lugo, certamente avaliaram que as sanções contra o Paraguai em decorrência do impedimento de Lugo, seriam principalmente políticas, e não econômicas, limitando-se a não poder o Paraguai participar de reuniões de Presidentes e de Ministros do bloco.

Feita esta avaliação, desfecharam o golpe. Primeiro, o Partido Liberal deixou o governo e aliou-se aos Colorados e à União Nacional dos Cidadãos Éticos - UNACE e aprovaram, a toque de caixa, em uma sessão, uma resolução que consagrou um rito super-sumário de “impeachment”.

Assim, ignoraram o Artigo 17 da Constituição paraguaia que determina que “no processo penal, ou em qualquer outro do qual possa derivar pena ou sanção, toda pessoa tem direito a dispor das cópias, meios e prazos indispensáveis para apresentação de sua defesa, e a poder oferecer, praticar, controlar e impugnar provas”, e o artigo 16 que afirma que o direito de defesa das pessoas é inviolável.

20. Em 2003, o processo de impedimento contra o Presidente Macchi, que não foi aprovado, levou cerca de 3 meses enquanto o processo contra Fernando Lugo foi iniciado e encerrado em cerca de 36 horas. O pedido de revisão de constitucionalidade apresentado pelo Presidente Lugo junto à Corte Suprema de Justiça do Paraguai sequer foi examinado, tendo sido rejeitado in limine.

21. O processo de impedimento do Presidente Fernando Lugo foi considerado golpe por todos os Estados da América do Sul e de acordo com o Compromisso Democrático do Mercosul o Paraguai foi suspenso da Unasur e do Mercosul, sem que os neogolpistas manifestassem qualquer consideração pelas gestões dos Chanceleres da UNASUR, que receberam, aliás, com arrogância.

22. Em consequência da suspensão paraguaia, foi possível e legal para os governos da Argentina, do Brasil e do Uruguai aprovarem o ingresso da Venezuela no Mercosul a partir de 31 de julho próximo. Acontecimento que nem os neogolpistas nem seus admiradores mais fervorosos - EUA, Espanha, Vaticano, Alemanha, os primeiros a reconhecer o governo ilegal de Franco - parecem ter previsto.

23. Diante desta evolução inesperada, toda a imprensa conservadora dos três países, e a do Paraguai, e os líderes e partidos conservadores da região, partiram em socorro dos neogolpistas com toda sorte de argumentos, proclamando a ilegalidade da suspensão do Paraguai (e, portanto, afirmando a legalidade do golpe) e a inclusão da Venezuela, já que a suspensão do Paraguai teria sido ilegal.

24. Agora, o Paraguai procura obter uma decisão do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul sobre a legalidade de sua suspensão do Mercosul enquanto, no Brasil, o líder do PSDB anuncia que recorrerá à justiça brasileira sobre a legalidade da suspensão do Paraguai e do ingresso da Venezuela.

25. A política externa norte-americana na América do Sul sofreu as consequências totalmente inesperadas da pressa dos neogolpistas paraguaios em assumir o poder, com tamanha voracidade que não podiam aguardar até abril de 2013, quando serão realizadas as eleições, e agora articula todos os seus aliados para fazer reverter a decisão de ingresso da Venezuela.

26. Na realidade, a questão do Paraguai é a questão da Venezuela, da disputa por influência econômica e política na América do Sul e de seu futuro como região soberana e desenvolvida.

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"OBAMA CANDIDATO"