segunda-feira, 30 de maio de 2016

A ESTRATÉGIA DO GOLPE GLOBAL



Manlio Dinucci

«Que ligação existe entre entre sociedades geográfica, histórica e culturalmente distantes, do Kosovo à Líbia e a Síria, do Iraque ao Afeganistão, da Ucrânia ao Brasil e a Venezuela?

O traço comum é serem sociedades arrastadas à estratégia global dos Estados Unidos, exemplificada pela 'geografia' do Pentágono. O mundo inteiro se encontra dividido em 'áreas de responsabilidade', cada uma confiada a um dos seis 'comandos combatentes unificados' dos Estados Unidos: o Comando Norte cobre a América do Norte, o Comando Sul a América do Sul, o Comando Europeu a região que compreende a Europa e a Rússia, o Comando África o continente africano, o Comando Central o Oriente Médio e a Ásia Central, e o Comando Pacífico a região da Ásia/Pacífico.

Aos seis comandos geográficos se somam três operando em escala mundial: o Comando estratégico (responsável pelas forças nucleares), o Comando para as operações especiais e o Comando para o transporte.

À frente do Comando Europeu se encontra um general ou um almirante nomeado pelo presidente dos Estados Unidos, que assume automaticamente o encargo de Comandante supremo aliado na Europa.

A Otan é assim inserida na cadeia de comando do Pentágono, ou seja, opera fundamentalmente em função da estratégia estadunidense. Esta consiste na eliminação de todo estado ou movimento político-social que ameace os interesses políticos, econômicos e militares dos Estados Unidos que, embora sendo ainda a primeira potência mundial, estão perdendo terreno em face da emergência de novos sujeitos estatais e sociais.

Os instrumentos dessa estratégia são múltiplos: da guerra aberta – ver os ataques aéreos e terrestres na Iugoslávia, no Afeganistão, Iraque e Líbia – às operações secretas conduzidas nesses como em outros países, ultimamente a Síria e a Ucrânia.

Para essas operações o Pentágono dispõe de forças especiais, cerca de 70 mil especialistas que 'cada dia operam em mais de 80 países em escala mundial'. O Pentágono dispõe também de um exército na sombra de contratados (mercenários): no Afeganistão, segundo documenta a revista Foreign Policy [1], os mercenários do Pentágono são cerca de 29 mil, ou seja, três para cada soldado estadunidense; no Iraque, cerca de oito mil, dois para cada soldado estadunidense.

Aos mercenários do Pentágono se acrescentam aqueles que fazem parte da tentacular Comunidade de Inteligência (informação) compreendendo, além da CIA, 15 outras agências federais. Os mercenários são duplamente úteis: eles podem assassinar e torturar, sem que isso seja atribuído aos EUA, e quando são eliminados, seus nomes não aparecem na lista dos mortos. Além disso, o Pentágono e os serviços secretos dispõem de grupos que eles armam e treinam, como os grupos islamistas utilizados para atacar de dentro da Líbia e da Síria, e os grupos neonazistas utilizados para o golpe de Estado na Ucrânia.

Outro instrumento da mesma estratégia são as 'organizações não-governamentais' que, dotadas de enormes meios, são utilizadas pela CIA e pelo Departamento de Estado para ações de desestabilização interna e em nome da 'defesa dos direitos dos cidadãos'.

No mesmo quadro entram a ação do grupo de Bilderberg [2] – que o magistrado Ferdinando Imposimato denuncia como 'um dos responsáveis da estratégia da tensão e dos massacres' na Itália [3], e a da Open Society do 'investidor e filantropo George Soros' [4], artesão das 'revoluções coloridas'.

No campo de visão da estratégia golpista de Washington encontram-se hoje o Brasil, para minar por dentro os BRICS, e a Venezuela, para minar a Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA). Para desestabilizar a Venezuela – indica o Comando Sul em um documento descoberto recentemente [5] – é necessário provocar 'um cenário de tensão que permita combinar ações de rua com o emprego dosado da violência armada'.

Passaram 4 décadas do golpe de estado no Chile, orquestrado por Washington e organizado pela CIA, mas a estratégia de Washington permanece a mesma: é uma estratégia golpista.»

Manlio Dinucci – Geógrafo e geopolítico – REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) | 30 DE MAIO DE 2016

http://www.voltairenet.org/article192034.html

Tradução: José Reinaldo Carvalho – Editor do site Resistência – http://www.zereinaldo.blog.br/

Fonte: Il Manifesto (Itália)

[1] 'Mercenaries Are the Silent Majority of Obama’s Military', Micah Zenko, Foreign Policy, May 18th, 2016. – http://foreignpolicy.com/2016/05/18/private-contractors-are-the-silent-majority-of-obamas-military-mercenaries-iraq-afghanistan/

[2] 'Aquilo que você não sabe sobre o Grupo Bilderberg', Thierry Meyssan, Tradução David Lopes, Komsomolskaïa Pravda (Rússia) , Rede Voltaire, 29 de Abril de 2011. – http://www.voltairenet.org/article169624.html

[3] 'Terrorismo: o juiz italiano Imposimato acusa o Grupo de Bilderberg', Tradução Alva, Rede Voltaire, 30 de Janeiro de 2013. – http://www.voltairenet.org/article177422.html

[4] 'George Soros, spéculateur et philanthrope', Réseau Voltaire, 15 janvier 2004. – http://www.voltairenet.org/article11936.html

[5] 'Operación Venezuela Freedom-2', Red Voltaire , 22 de mayo de 2016. – http://www.voltairenet.org/article191879.html




GRÉCIA

O GOVERNO GREGO ARCARÁ COM UMA GRAVE RESPONSABILIDADE
SE ARRASTAR O PAÍS A PARTICIPAR DE UM NOVO MASSACRE NA LÍBIA

Declaração do Gabinete de Imprensa do Comitê Central do KKE – Partido Comunista da Grécia
– Κομμουνιστικό Κόμμα Ελλάδας – 30/05/2016

Manifestação defronte à base naval de Suda, em Creta - 29/05/2016


"O que está acontecendo no Mediterrâneo? 

Será que está sendo planejada uma nova intervenção imperialista contra a Líbia? 

Qual é o objetivo do exercício 'Phoenix Express 2016' da OTAN na região? 

Qual é o papel da base de Suda?

Qual é a finalidade da NOTAM (notificação a pilotos) que foi emitida pelo governo grego – em paralelo com as NOTAM da Itália e de Malta – quanto à interdição do espaço aéreo para aviões vindos da Líbia e as boas vindas a aviões da OTAN dentro do espaço aéreo grego? 

O governo grego está obrigado a dar respostas claras. 

O KKE denuncia toda intervenção contra a Líbia e exige que não haja participação grega nos planos Euro-Atlanticistas. 

A conversa sobre lidar com jihadistas – os quais são criação dos EUA e seus aliados – é somente um pretexto para justificar guerras. 

As operações militares imperialistas na Síria e na Líbia desde 2011 agravaram seriamente a situação na região, levaram a milhares de mortos e feridos e arrancaram centenas de milhares de pessoas dos seus lares. 

O governo SYRIZA-ANEL arcará com novas e graves responsabilidades se pretende arrastar o nosso país à participação em um novo massacre na Líbia no interesse dos monopólios". 

http://inter.kke.gr/en/articles/The-government-will-bear-grave-responsibilities-if-it-drags-the-country-into-participating-in-yet-another-massacre/

http://resistir.info/grecia/nato_libia_30mai16.html

https://gz.diarioliberdade.org/mundo/item/16007-kke-o-governo-grego-arcara-com-uma-grave-responsabilidade-se-arrastar-o-pais-a-participacao-num-novo-massacre-na-libia.html#.V09c-N9ytwA


UM VÍDEO DO KKE DE 2013

"Os pretextos para a guerra imperialista" (sem legendas)
http://kalamarias.blogspot.com.br/2013/09/blog-post_16.html




LÍBIA/TUNÍSIA


31/05/2016 - LIBYAAGAINSTSUPERPOWERMEDIA.ORG PEDE PARA DIVULGAR:

"URGENTE – Tunisiano apela por ajuda para trazer o seu sobrinho de 3 anos da Líbia, as autoridades recusam.

A Líbia está se deteriorando e está entrando na sua pior era de estado falido e dividido. Peço aos meus leitores para demonstrarem sua humanidade para com esta criança. Pessoalmente não tenho ligações com a família, mas este menino, Baraa Al-Ziani, está sozinho em um hospital líbio com sua mãe em uma prisão por razões desconhecidas, mas na Líbia você não tem que fazer nada, basta olhar alguém de lado e eles colocam-no na cadeia. De qualquer forma, eu tenho certeza de que todos nós ainda temos uma gota de humanidade para ajudar este menino.


VAMOS VIRALIZAR ESTE APELO. Talvez então os oficiais da Tunísia e do governo da ONU na Líbia façam algo sobre isso."

https://libyaagainstsuperpowermedia.org/2016/05/31/urgent-tunisian-man-appeals-for-help-to-bring-his-3-year-old-nephew-from-libya-authorities-refuse/

Baraa Al-Ziani


Alguns links e endereços para enviar mensagens:



ONU:


UNSMIL: http://unsmil.unmissions.org/Default.aspx?tabid=3575&language=en-US

Jean Alam – Public Information Officer – Tunisia – alamj@un.org – Mobile: +(216) 97 408 051,


UNICEF: http://www.unicef.org/about/contact_contactusform.php

UNICEF Tunísia: tunis@unicef.org


OMS:

World Health Organization
Avenue Appia 20
1211 Geneva 27
Switzerland
Phone: + 41 22 791 21 11
Fax: + 41 22 791 31 11


OHCHR: InfoDesk@ohchr.org

Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights (OHCHR)
Palais des Nations
CH-1211 Geneva 10, Switzerland
Telephone: +41 22 917 9220
http://www.ohchr.org/EN/AboutUs/Pages/ContactUs.aspx


ACNUR: http://www.unhcr.org/contact-us.html

United Nations High Commissioner for Refugees
Case Postale 2500
CH-1211 Genève 2 Dépôt
Suisse.
Phone: +41 22 739 8111
Fax: +41 22 739 7377

General Protection & Detention: +(218) 91 989-7936 (Tripoli)

General Protection: +(218) 92 318-6819 (Benghazi)

UNHCR Libia: lbytr@unhcr.org



CRUZ VERMELHA e CRESCENTE VERMELHO: http://www.redcross.int/

Red Cross Red Crescent
P.O. Box 303, CH-1211 Geneva 19, Switzerland
E-mail: rcrc@ifrc.org
https://www.icrc.org/eng/who-we-are/contacts/


CRESCENTE VERMELHO – Tunísia

ICRC regional delegation (para Mauritania, Marrocos, Tunísia)
Galerie du Lac - Bloc A
Rue du Lac de Constance
1053 Les Berges du Lac
TUNIS
Phone:(+216) 71 960 179 /154/458/169/109
Fax: (+216) 71 960 156  

Head of regional delegation: Mr BRUDERMANN Markus
Media contact person: Ms M'TIR Faten
Mobile: (+216) 25 336 200
Languages spoken: Arabic/French/English


CRESCENTE VERMELHO – Líbia

ICRC delegation
Ibrahim Al Houni Street 10.53.050
Diagonally Opposite Brother’s Clinic (Al Okhowa)
Nouflieen
TRIPOLI
Phone: +218 21 340 93 31, +218 21 340 99 20
Mobile: +218 91 941 80 66, +218 92 523 65 82

Head of delegation: Mrs LORENZ Katja Elena
Libyan mobile number: +218 94 408 59 06, +218 91 947 89 82
Tunisian mobile number: +216 23 32 55 35

Deputy head of delegation: Mr CASANOVA Felix
Libyan mobile numbers: +218 92 862 97 75, +218 91 880 67 38
Tunisian mobile number: +216 29 01 01 23

Media contact person: Mr Ammar Ammar
Libyan mobile numbers: +218 92 894 21 45, +218 91 930 77 06
Tunisian mobile number: +216 26 90 34 85
Languages spoken: English/Arabic




SÍRIA

02 de junho de 2016




Moscou, SANA – "Maria Zakharova, porta-voz do Ministério do Exterior russo, anunciou na quinta-feira que Moscou conclama a fechar a fronteira turco-síria para parar o fluxo de armas e terroristas, reiterando a necessidade de uma cooperação internacional para combater o terrorismo na Síria.

Zakharova, numa conferência de imprensa semanal, acrescentou: 'nós chamamos novamente a ativar a cooperação internacional no combate aos terroristas na Síria, incluindo a Jabhat al-Nusra', acrescentando que não há mais possibilidade nem tempo para tratar os pistoleiros na Síria como uma oposição moderada.

Ela afirmou a necessidade de assegurar o fechamento da fronteira turco-síria como condição principal para deixar de abastecer os extremistas e terroristas com armas e munições e para parar o fluxo de pistoleiros que compensam as baixas nas fileiras dos terroristas.

Zakharova reiterou que o Ministério do Exterior russo refuta as acusações de que a força aérea russa atacou locais civis na província de Idleb, e ressaltou que os aviões russos não realizaram quaisquer missões militares lá.

A funcionária russa acrescentou que Moscou está pronta para cooperar mais estreita e eficazmente com Washington em relação à Síria, observando que essa cooperação existiu, 'mas poderia ter sido mais eficaz e estamos prontos para isso', negando que a Rússia tenha negligenciado o chamado para reforçar a coordenação de esforços com Washington."

Qabas/ Mazen





Damasco, SANA – Bouthaina Shaaban, Conselheira Presidencial para Política e Mídia, declarou nesta quinta-feira que o fornecimento por paraquedas de ajuda humanitária na Síria deve ser decidido pelo governo sírio e pela ONU.

'Temos necessidade de eliminar o terrorismo e eu desejo que os países ocidentais se concentrem mais em combater o terrorismo', disse Shaaban, citada pela agência de notícias Sputnik, em uma chamada de vídeo durante uma conferência em Washington sobre a luta contra o ISIS e a Jabhat al-Nusra.

Ela acrescentou que o governo sírio trabalha com a ONU para encontrar melhores meios para entregar comida e assistência médica para todos os sírios.

Em um contexto mais amplo, Shaaban afirmou que o exército sírio tem sido capaz, com a ajuda das forças aéreas russas, de derrotar os terroristas em grandes partes da Síria.

Mazen



segunda-feira, 16 de maio de 2016

GOLPE DE ESTADO NA LÍBIA

Conferência de Viena sobre a Líbia - a fase final do golpe de estado

Líbia 360° - Comentário Editorial:

"A agenda dessa reunião era finalizar o golpe de estado imperialista, legitimar um governo ilegítimo e formalizar acordos para a ocupação estrangeira permanente da Líbia.

Nós publicamos uma versão abreviada deste comunicado ontem. Embora esse evento tenha sido encenado para fins de propaganda, as consequências são devastadoras para a soberania da Líbia.

Para o Império, esta é uma vitória. Para o povo livre da Líbia, esta é uma aberta declaração de guerra."

https://libya360.wordpress.com/2016/05/16/ministerial-meeting-for-libya-the-final-coup-detat/



Nota de Imprensa

Escritório do Porta-Voz, Viena, Áustria

16 de maio de 2016

"Congratulamo-nos com a presença do primeiro-ministro Al-Sarraj e elogiamos sua liderança ao conduzir as instituições da Líbia ao estabelecimento do governo em Trípoli, um ponto de viragem no processo político da Líbia.

Expressamos nosso forte apoio ao povo líbio em manter a unidade da Líbia. Reafirmamos nosso apoio à implementação do Acordo Político Líbio (LPA) de Skhirat, Marrocos, assinado em 17 de Dezembro de 2015 e ao Governo de Acordo Nacional (GNA) como o único governo legítimo da Líbia, como indicado no Comunicado de Roma de 13 de dezembro de 2015 e aprovado pela resolução 2259 do Conselho de Segurança da ONU. Instamos todas as partes a trabalhar de forma construtiva para a conclusão do quadro institucional de transição, nomeadamente permitindo que a Câmara dos Representantes realize plenamente o seu papel, conforme estabelecido no LPA. [obs.: a Câmara dos Representantes não reconheceu o LPA.]

... Estamos empenhados em apoiar todos os esforços do GNA, a fim de reforçar seu alcance político em todo o país ...

A segurança é fundamental para o futuro da Líbia. O GNA enfrenta desafios de segurança críticos, mas não os enfrenta só. Saudamos a criação pelo Conselho da Presidência da Guarda Presidencial, que será composta por pessoal profissional [ver abaixo], de acordo com o artigo III do Decreto nº 2 do Conselho Presidencial, para proteger as instituições nacionais, os membros do Conselho Presidencial e membros do governo ...

Reiteramos nosso compromisso de cessar apoio e contato oficial com as instituições paralelas. O GNA é o único destinatário legítimo de assistência de segurança internacional e está encarregado de preservar e proteger os recursos da Líbia para o benefício de todos os seus habitantes ...

As instituições econômicas nacionais da Líbia, incluindo o Banco Central da Líbia (CBL), National Oil Corporation (NOC), e Libyan Investment Authority (LIA), devem funcionar sob a exclusiva jurisdição do GNA ...

Argélia, Chade, China, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Itália, Malta, Marrocos, Níger, Qatar, Rússia, Arábia Saudita, Espanha, Sudão, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia, Nações Unidas, Liga dos Estados Árabes e União Africana.

https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/16/joint-communique-from-the-ministerial-meeting-for-libya/


Formação da Guarda Presidencial

"O primeiro-ministro do Conselho Presidencial da Líbia, Fayez al-Sarraj, anunciou a formação de uma 'guarda presidencial' que os observadores alertam que levará a um confronto aberto entre o Conselho Presidencial e o Exército Nacional Líbio.

Estas etapas são parte de um plano que visa a liquidação das forças do Exército Líbio 'leais à Câmara dos Representantes', que servem sob o comando de Khalifa Haftar. É estratégia da Irmandade Muçulmana formar uma guarda nacional em aliança com a Turquia e o Qatar, e efetivamente substituir o legítimo Exército Líbio. [legítimo até certo ponto: o Conselho das Tribos apoia Haftar condicionalmente, como meio de eliminar as milícias fundamentalistas.]

A Guarda Presidencial irá 'beneficiar de independência financeira e administrativa', e seguir as ordens do comandante supremo do exército, encarregado de 'assegurar a sede presidencial, guardar os membros do Conselho Presidencial e visitantes importantes, e guardar portos vitais de entrada por terra, mar e ar'.

Embora esta decisão supostamente cumpra o acordo político assinado na cidade marroquina de Skhirat em 17 de Dezembro de 2015, o ativista político líbio Kamal Mrash não hesita em condenar o golpe, alertando para consequências políticas desastrosas. Ele denuncia que a decisão 'viola a Convenção de Skhirat, que se refere explicitamente ao desmantelamento das milícias e sua remoção de Trípoli e outras cidades líbias'. Ele diz que Al-Sarraj abusou deste acordo para servir a sua própria agenda e os interesses e esquemas do eixo Turquia-Qatar. 'O Exército Nacional Líbio é um obstáculo para o cumprimento da sua agenda'.

Kamal Mrash descreve o projeto por trás da formação da Guarda Presidencial como o 'Novo Velho'. Alterar um nome não esconde o fato de que as milícias que deveriam ter sido desmanteladas são a 'nova' Guarda Presidencial e que eles não vão cumprir as tarefas que seriam cumpridas pelo Exército Nacional da Líbia - guardar as fronteiras, protegendo instalações e portos vitais. [obs.: O próprio LPA é visceralmente ilegítimo e antipopular, resultado da colusão do representante da ONU com as milícias fundamentalistas de Tripoli e de Misrata, e inicialmente com a Câmara dos Representantes. Essa Câmara foi formada na tortuosa eleição promovida pela ONU em 2014. Os fundamentalistas perderam a eleição, e inconformados tomaram/destruíram Trípoli, obtendo assim o reconhecimento da ONU.]

A 'Guarda Presidencial' será composta inicialmente de 10 mil membros das milícias extremistas, encarregados de proteger a capital e seus subúrbios, a fim de facilitar o trabalho do GNA. Essas milícias têm estado sob a proteção do Conselho Presidencial desde a chegada desse Conselho à base naval de Tripoli, no final de março.

A gravidade e o alcance desse projeto devem ser entendidos. Ele irá conceder às milícias extremistas 'legitimidade' e a oportunidade de consolidar sua dominação de Trípoli e destruir o Exército Nacional Líbio.

Outro plano elaborado pelos líderes dessas milícias, sincronizado com a destruição do comando do Exército Líbio, foi realizar uma campanha de assassinatos, tendo como alvos os oficiais em Tripoli.

Este é um momento decisivo que marca uma 'mudança estratégica' ostensiva no tabuleiro de xadrez da Líbia - um golpe de Estado."

https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/11/presidential-guard-place-extremist-militias-in-power-to-destroy-the-libyan-national-army/


MAS AFINAL, QUE DIREITO TÊM ESSES ESTRANGEIROS
DE IMPOR O SEU GOVERNO AOS LÍBIOS ?
































ATUALIZAÇÃO EM 17/05/2016:

O ESTADO ISLÂMICO EXPANDE SUA INFLUÊNCIA NA LÍBIA



"Enquanto a situação permanece tensa para o Estado Islâmico (ISIS) no campo de batalha Síria+Iraque, o grupo continua procurando expandir sua influência em diferentes regiões do mundo. A  situação parece especialmente perigosa na Líbia. A campanha aérea dos EUA, França e Egito não evitou a expansão do grupo no país. Além disso, o ISIS realiza ataques transfronteiriços. Mais de 50 pessoas foram mortas em confrontos contra militantes do ISIS na cidade fronteiriça de Ben Guerdane, na Tunísia, em março.

Enquanto isso, o ISIS está avançando perto da cidade de Misrata na Líbia. Com uma população de cerca de 500.000, é a terceira maior cidade da Líbia, depois de Tripoli e Benghazi. No início de maio, o ISIS tomou o cruzamento de Abu Grain e os povoados estratégicas na primeira linha de defesa da cidade: Abu Grain, Baghla, Zamzam e Abu Najaym. Militantes do grupo aventuram-se regularmente em toda a estrada principal que conduz ao sul de Misrata, e realizam incursões e ataques na área, inclusive contra postos de controle guarnecidos por brigadas de Misrata. Fontes em Misrata relatam que 7 combatentes da 'Força Escudo Central da Líbia' foram mortos e 105 feridos nos confrontos com o ISIS. Estes números, porém, são muito subestimados.

Ao mesmo tempo, o ISIS está se expandindo para o oeste, cortando as comunicações de logística e tomando alguns portos. Esses movimentos recentes preocupam os países vizinhos. O Egito e a Argélia estão reforçando a segurança na fronteira com a Líbia e expandindo a inteligência em Trípoli e Bengazi.

Existem apenas algumas pré-condições que permitem ao ISIS ser bem sucedido na Líbia:

. A má coordenação e rixas entre os grupos armados locais favorecem o ISIS.

. Enquanto os confrontos estão em curso na Síria e no Iraque, o ISIS conseguiu implantar centenas de militantes na Líbia, a fim de montar lá uma base de retaguarda.

. Os tensos conflitos sociais, econômicos e étnicos dão espaço para suas campanhas de recrutamento no país. Apesar dos choques constantes, o número de combatentes do ISIS cresceu para 5.000 em 2016.

No ano passado o ISIS aumentou sua influência na Líbia de forma significativa. Se os grupos locais líbios não forem capazes de chegar a um acordo sobre a estratégia para se oporem a esta ameaça, veremos a história da expansão do grupo no Iraque repetir-se no país africano."

https://southfront.org/isis-expands-the-influence-in-libya/


EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO, A FUNÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO É JUSTIFICAR UMA INTERVENÇÃO OCIDENTAL.




ATUALIZAÇÃO EM 19/05/2016:

Líbia: Preparando-se para a guerra contra o Califado

Hoje, os Estados Unidos incluíram as filiais do Daesh (Estado Islãmico) da Líbia, Arábia Saudita e Iêmem na lista negra do terrorismo. No entanto, esta manobra é profundamente enganosa. Os EUA não estão interessados no combate ao terrorismo.

Os EUA são o mais notório criador e financiador do terrorismo no mundo. Qualquer ameaça à sua agenda é designada como "terrorista". Tal como acontece com o seu abuso da "R2P" [responsabilidade de proteger] e da "intervenção humanitária", rotular de "terrorista" uma organização é o primeiro passo da "fabricação do consenso" para a agressão contra esse grupo ou nação. Os EUA misturam terroristas com movimentos de resistência legítimos que combatem ativamente o terrorismo e a ocupação imperial. Essa justaposição de terroristas (contra-revolucionários) e revolucionários legítimos cria uma enorme confusão.

Numerosos relatos da empresa Stratfor sobre a Líbia apontam erroneamente a Resistência Verde como alinhada ao Daesh, quando a verdade é que a Resistência Verde sempre se opôs, sem exceção, a todas as facções do Islã político e lutou consistentemente contra elas independentemente do nome, pois entende que todas elas representam a mesma ameaça para a segurança e a soberania da Líbia.

Com os EUA a fornecer armas para o "governo de unidade" da Líbia criado e imposto por estrangeiros, e para sua "Guarda Presidencial" da "Alvorada da Líbia", eles estão de fato armando terroristas e privando o legítimo Exército Líbio do apoio necessário para conseguir derrotar o terrorismo.

Como na Síria, os EUA continuam a sua política de armar extremistas enquanto derrubam governos legítimos.

A coalizão EUA-Arábia assassinou dezenas de milhares de civis em nome da libertação do Iêmem da al-Qaeda, destruindo a democracia e tentando esmagar a legítima resistência Houthi à agressão da Arábia.

Na Líbia, os EUA e seus aliados demonstraram a mais profunda hipocrisia com a instauração do "governo de unidade" e a criação da "guarda presidencial", efetivamente colocando terroristas no poder e, em seguida, armando e financiando outros terroristas para protegê-los.

O comentário a seguir expõe sucintamente as maquinações por trás da trama imperialista:

Árabes do Estado de Londres (Citação:)

Reportamos-nos novamente à reunião realizada em Istambul, sob os auspícios da inteligência turca, que contou com uma série de [terroristas] líderes de milícias, incluindo Abdul Rauf do "Batalhão da Atribuição", Abdul Ghani Alkkla, chefe da "Junta Abu Salim" e Khaled al-Sharif, do "Grupo Líbio de Luta Islâmica" (LIFG), e outros líderes militares do "Batalhão Ahalboss" e da "Brigada Mahjoub" incorporados à "Alvorada da Líbia" de Trípoli. Foi nessa reunião que Khaled al-Sharif apresentou este projeto de criação da Guarda Presidencial...
(https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/10/on-the-presidential-councils-elite-guard/)

Antes dessa reunião, em 30 de março, Martin Kobler [chefe da missão da ONU na Líbia - UNSMIL] reuniu-se com o comandante da al-Qaeda, Abdel Hakim Belhaj e outros líderes extremistas em Istambul.

A Guarda Presidencial é uma organização terrorista, e como tal, não deve ser legitimada ou armada. Torna-se evidente que ambos, os Estados Unidos e as Nações Unidas, foram coniventes em:

* Usurpar a soberania da Líbia,

* Completar o golpe de Estado que começou há cinco anos com o brutal assassinato de Kadafi,

* Colocar a Irmandade Muçulmana no poder como o governo oficial,

* Atribuir a terroristas a tarefa de guardar esse governo.

Um governo que nenhum líbio quer. Um governo que vai fazer da Líbia um país muito mais perigoso. Um governo que vai representar uma ameaça ainda maior para as nações vizinhas.

Este ato traiçoeiro não é diferente de o próprio Califado Islâmico hastear sua bandeira negra sobre Trípoli, enquanto as Nações Unidas e os líderes de mais de 20 países reunidos em Viena prostram-se diante dele e de todo o horror que ele representa !!!

https://libya360.wordpress.com/2016/05/19/libya-preparing-for-war/




ATUALIZAÇÃO EM 27/05/2016:

UM VÍDEO SOBRE A LÍBIA ANTES E DEPOIS DA DESTRUIÇÃO


"Por favor, assistam este pequeno vídeo que eu fiz sobre a Líbia antes e depois da OTAN. O Mundo não pode esquecer as atrocidades horríveis cometidas usando uma mentira/bandeira-falsa contra a nação soberana da Líbia. Estes crimes continuam até hoje." - Joanne Moriarty

http://libyanwarthetruth.com/video-beautiful-libya-and-her-illegal-destruction-nato

sexta-feira, 13 de maio de 2016

BRASIL: A DITADURA DOS PICARETAS



WIKILEAKS REVELA: TEMER FOI INFORMANTE DA EMBAIXADA DOS EUA (Esp.)

El nuevo presidente interino de Brasil, Michel Temer, fue informante de la embajada de EE.UU. en Brasil, ha revelado WikiLeaks a través de su cuenta en Twitter.

En un mensaje publicado por el sitio web de WikiLeaks figura un documento enviado desde São Paulo (Brasil) con destino al Comando Sur de EE.UU., con sede cercana a Miami. En el cable se analiza la situación política en Brasil durante la presidencia de Luiz Inácio Lula da Silva y aparecen las reflexiones de Temer sobre las opciones electorales de su partido para el año 2006 (el dato del cable filtrado es del 11 de enero del mismo año).

https://actualidad.rt.com/actualidad/207323-temer-brasil-informante-inteligencia-eeuu#.VzYGd7guMTs.gmail



UNASUL CONDENA O GOLPE



Ernesto Samper, secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas, alertou que o afastamento de Dilma Rousseff do governo do Brasil cria um precedente perigoso para a região.

Durante uma conferência de imprensa na quinta-feira, Samper disse que a decisão do Congresso brasileiro de iniciar um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff "compromete perigosamente a governabilidade democrática da região."

"O que acontece no Brasil é uma maioria política parlamentar desafiando a maioria dos cidadãos, que se expressou de forma clara a favor de Dilma", disse Samper referindo-se à re-eleição da presidente Rousseff em 2014. Acrescentou que os esforços dos políticos brasileiros para expulsar Rousseff via impeachment são de "caráter político" e criticou a Câmara dos Deputados por não dar a Dilma espaço para se defender.

Samper pediu ao Senado, que agora vai presidir o julgamento, para respeitar o procedimento devido. "Nesta nova fase, pedimos que o direito de defesa para a presidente Rousseff seja garantido", disse Samper.

O secretário-geral da Unasul disse que "não é seu papel comentar sobre o governo interino (de Michel Temer)."

Durante um evento anterior na quarta-feira, Samper disse que o maior risco para a governança na região são grupos que "se envolvem em trabalho político, sem responsabilidade política".

O esforço de impeachment contra Rousseff foi em grande parte impulsionado pela mídia e pelas elites econômicas e políticas no Brasil. O apoio do conglomerado de mídia Globo foi essencial para criar apoio para o impeachment, proporcionando uma cobertura desproporcional de alegações de corrupção contra membros do Partido dos Trabalhadores e concedendo a atenção da mídia para comícios de direita pedindo a expulsão de Rousseff.

Elementos do sistema judicial do país, incluindo Sergio Moro, o juiz que preside a investigação de um escândalo de corrupção, desempenharam um papel político de liderança, que os apoiantes de Dilma dizem ser inadequado para um juiz.

O Supremo Tribunal Federal também se absteve de intervir e parar a tentativa de golpe, apesar do fato de Rousseff estar sendo levada a julgamento sem ter sido considerada culpada de qualquer crime.

O processo do impeachment contra a presidente brasileira se baseia em alegações de que ela manipulou contas de orçamento, um ato cometido pela maioria de seus predecessores e por alguns dos próprios senadores que votaram para o processo de impeachment prosseguir.

O dirigente da Unasul alertara previamente que um cenário de potencial impeachment cria um precedente "perigoso" ao criminalizar práticas padrão de gestão de orçamento do governo [atos administrativos].

Telesur

http://www.telesurtv.net/english/news/UNASUR-Condemns-Impeachment-Efforts-by-Brazilian-Lawmakers-20160505-0010.html



MADURO E EVO MORALES CONDENAM O GOLPE



https://actualidad.rt.com/actualidad/207285-maduro-morales-condenar-impeachment-rousseff



FUTEBOL E GOLPE



http://www.opopular.com.br/editorias/2.928/impeachment-%C3%A9-golpe-v%C3%ADdeo-usa-o-futebol-para-explicar-de-forma-did%C3%A1tica-e-divertida-crise-pol%C3%ADtica-1.1061997



QUEM ESTÁ POR TRÁS DO GOLPE?





Nota do MST sobre o afastamento da presidenta Dilma Roussef

12 de maio de 2016 16h17

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público manifestar seu repúdio e inconformismo em relação à decisão do Senado Federal, dessa quinta-feira (12), de admitir o processo de Impeachment contra a Presidenta Dilma Roussef e afastá-la do cargo temporariamente. Temos certeza, como afirma o texto do processo, que a Presidenta não cometeu nenhum crime com as pedaladas fiscais. Se assim fosse, o processo deveria atingir também o vice que ora assume, Michel Temer, e o senador Anastasia, ex-governador de Minas. 

Esse é um golpe institucional e anti-democrático que desrespeitou a vontade de 54 milhões de eleitores e foi orquestrado pelos setores mais conservadores da sociedade, em especial o empresariado neoliberal e subserviente aos interesses das empresas Estadunidenses. Um golpe sustentado por uma campanha permanente dos grandes meios de comunicação – em especial, a Rede Globo –, e pela ação seletiva e midiática de setores do poder judiciário.

O golpe referendado pelo Senado não desrespeita apenas a opinião da população sobre quem deve ser o Chefe de Estado, mas, como anunciado pelo Vice usurpador, pretende aplicar um programa recessivo, neoliberal, de tristes lembranças para o povo brasileiro nos tempos dos governos Collor-FHC. Ele será anti-popular e um retrocesso social que diversas vezes foi rejeitado pela maioria da população nas urnas. Incapazes de conviver com a democracia e de se submeterem a vontade popular, as elites afastam a Presidenta sem qualquer comprovação de crime, apenas para que seu projeto de cortes sociais, desemprego e privatização seja levado a cabo.

A “Ponte para a recessão”, do golpista Michel Temer, só levará à acentuação da crise social e econômica e ampliará a instabilidade política do país. O novo governo que se anuncia, por seu histórico, tampouco representa ruptura com os métodos corruptos, que todos denunciamos nas ruas.

Esperamos que o Senado se redima, quando tiver que julgar o mérito. E se assim não proceder, as forças partidárias democráticas e contrárias ao Golpe devem recorrer ao STF. A sociedade brasileira sabe que estamos enfrentando uma crise econômica, política, social e ambiental. Essa crise não se supera com golpes. Ela necessita de um amplo debate na sociedade que aglutine a maior parte das forças populares e sociais, para buscarmos construir um novo projeto de país que enfrente as crises. 

Em relação à crise política instaurada, defendemos com os demais movimentos populares, que somente uma reforma política profunda, que devolva ao povo o direito de escolher seus representantes legítimos, pode ser uma saída verdadeira. O atual congresso não tem condições e nem vontade política. Daí a necessidade do senado aprovar a realização do plebiscito que dê ao povo o direito de convocar uma assembleia constituinte, que culmine numa reforma política com a realização de eleições gerais em condições democráticas.

O MST permanecerá mobilizado em defesa da democracia e dos direitos sociais, ao lado da Frente Brasil Popular e dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que não aceitarão o golpe. Seguiremos sempre em luta, contra o latifúndio e o agronegócio, pela reforma agrária popular e pelo direito constitucional de todos os trabalhadores rurais terem terra e vida digna no campo. 

Não ao golpe! Fora Temer!

Coordenação Nacional do MST

Brasília, 12 de maio 2016




Cenk Uigur pergunta: existe democracia no Brasil?



(cortesia do prof. Jorge José Oliveira)

domingo, 8 de maio de 2016

GOVERNO DE UNIDADE TERRORISTA

Sem muita novidade: o site Southfront.org traz um resumo da trajetória de Abdel Hakim Belhadj, principal mandatário da coalizão terrorista "Aurora da Líbia", com quem a ONU negocia a imposição de um "governo de unidade" para representar todas as milícias terroristas e para autorizar o envio de tropas da OTAN à Líbia.



A crise em curso na Líbia empurra o Ocidente a tentar consolidar líderes políticos poderosos, para formar um "governo de unidade". O principal critério de tal envolvimento é a capacidade desses líderes de prestar assistência militar a esse governo apoiado pelo Ocidente. As biografias dos líderes ou até mesmo seu envolvimento em ações terroristas são ignorados. Assim a EU e os EUA tentam evitar a situação de serem forçados a implantar uma força terrestre significativa na região.

O Representante Especial, Chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia, Martin Kobler, está negociando com o líder político e militar líbio Abdel Hakim Belhadj. Belhadj é o ex-chefe do LIFG (Grupo de Combate Islâmico Líbio), ligado à Al Qaeda, e um agente importante na derrubada de Muamar Kadafi apoiada pelos EUA. Belhadj tem uma reputação de envolvimento na jihad internacional, bem como de desempenhar um papel-chave nos atentados na estação de trens de Madrid em 2004, e é acusado do assassinato de dois políticos tunisianos a mando da Irmandade Muçulmana.

Na década de 1980, Belhadj e outros líderes do LIFG se juntaram ao Taliban no Afeganistão. Após a invasão americana do Afeganistão, foi preso no Paquistão no final de 2001 e entregue a autoridades de segurança dos EUA, mas ao contrário de outros prisioneiros no Afeganistão, ele foi repatriado para a Líbia, dois meses depois. Belhadj foi detido em 2004 no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, na Malásia. Ele foi então transferido para Bangkok e foi então colocado sob a custódia da CIA (Agência Central de Inteligência) dos EUA, sendo mantido em uma prisão secreta no aeroporto. Foi entregue à Líbia e mantido na prisão de Abu Salim por sete anos. [Depois foi anistiado. Ver comentário de Saif al-Islam Kadafi em: http://defesadalibia.blogspot.com.br/2011/11/traicoes.html ].

Belhadj é uma figura importante no governo de Tripoli e suas forças desempenham um papel significativo na coalizão islâmica "Líbia Dawn" (Aurora da Líbia), que inclui a Irmandade Muçulmana e Ansar al-Sharia, divisão da Al Qaeda, e que atualmente detém grandes partes de Trípoli. Ao mesmo tempo, Belhadj é chamado "completo homem de negócios" e controla a atividade comercial do aeroporto internacional de Mitiga. Ele recebe as taxas do tráfego do aeroporto, inclusive dos suprimentos militares do Qatar para a "Aurora da Líbia". Ele é agora o proprietário de fato do canal Al Nabaa TV, reputado como um ramo da Al Jazeera na Líbia, e da companhia aérea "Asas da Líbia". Belhadj também tem interesses comerciais nos ramos dos meios de comunicação, do tráfego aéreo e dos seguros de assistência médica na Turquia e na Tunísia. As potências ocidentais decidiram envolver como aliado um terrorista, líder de uma organização criminosa internacional, para instalar no poder o chamado "governo de unidade" da Líbia, que não tem quase nenhum apoio em todo o país. Será que realmente acreditam que este é um bom plano, nos melhores interesses do povo líbio?



ATUALIZAÇÃO - 10/05/2016: BRIGA DE RATOS NA LÍBIA



Os 2 governos rivais da Líbia, de Trípoli e de Tobruk, sediam ramos separados da National Oil Corporation (NOC - Empresa Petroleira Nacional), um com escritório em Trípoli, reconhecido internacionalmente, e o outro com sede em Bayda.

Em 4 de maio, a NOC-Bayda, que é leal a Tobruk, bloqueou um petroleiro registrado em Malta, o Seachance, de carregar óleo no terminal de Marsa al-Hariga, perto de Tobruk. Segundo funcionários do porto, o navio tentou carregar petróleo bruto vendido pela NOC-Trípoli, que apoia o governo de Trípoli. A NOC-Bayda impediu os trabalhadores do terminal de carregarem o óleo no navio. A negativa seguiu-se a uma tentativa frustrada da NOC-Bayda de exportar seu petróleo. Recentemente, Malta impediu a entrada do petroleiro, carregado com petróleo da NOC-Bayda.

Mais de metade da produção diária bruta de petróleo da Líbia, entre 220.000 e 250.000 barris por dia, passa através do terminal de Marsa al-Hariga. Cerca de metade disso é entregue à empresa comercial suíça Glencore. Outra parte vai para o Oeste da Líbia para refinação. Em 2015, a Glencore assinou um contrato com a NOC-Trípoli para exportar petróleo dos campos de Sarir e Messla através de Marsa al-Hariga. Por sua vez, a NOC-Bayda rejeitou todos os contratos assinados depois de março de 2015, incluindo o acordo da Glencore.

Especialistas ocidentais acham provável que, bloqueando o terminal, Tobruk esteja tentando minar a legitimidade das instituições de Trípoli: o chamado "governo de unidade" e a NOC-Trípoli. Sugerem que o governo de Tobruk vai se tornar mais agressivo em sua oposição a Trípoli. No entanto, esta idéia omite o fato evidente de que o objetivo de Tobruk é conseguir exportar petróleo independentemente. Assim, os acontecimentos recentes podem ser descritos como uma espécie de barganha, em meio aos esforços do Ocidente em unir o país sob o domínio de seus mercenários. Na Líbia de hoje, o poder político-militar e o reconhecimento internacional são apenas ferramentas para enriquecer com os recursos do país e sua localização geográfica.

https://southfront.org/competition-for-libyas-oil/

http://thesaker.is/competition-for-libyas-oil/




UCRÂNIA

Odessa antifascista

Cerca de cinco mil pessoas concentraram-se na segunda-feira, 2, na cidade de Odessa, para lembrarem o massacre ocorrido há dois anos na Casa dos Sindicatos. Os manifestantes transportaram faixas e cartazes acusando o presidente da Ucrânia de encobrir os assassinos, entre os quais o actual presidente do parlamento, Andrei Paruby, ex-membro do aparato repressivo golpista e considerado o responsável operacional pelo massacre realizado a 2 de Maio de 2014 em Odessa.

A iniciativa, em que se reclamou uma investigação séria e cabal dos acontecimentos, foi acompanhada por fortes medidas de segurança, impostas pelo governador estrangeiro Mikhail Saakashvili. O ex-presidente da Geórgia – colocado no poder daquele país após uma das chamadas revoluções coloridas do Leste da Europa, mas que agora é alvo de um pedido de extradição por parte das autoridades judiciais georgianas – requisitou a mobilização para Odessa de milhares de membros da Guarda Nacional, incluindo 300 paramilitares do nazi-fascista batalhão Azov.


http://www.avante.pt/pt/2214/internacional/140250/

BRASIL

SOBRE A LUTA DOS ESTUDANTES DE SÃO PAULO



Mídia Ninja - Vídeo sobre a luta dos estudantes, apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos - OEA no dia 07 de abril deste ano, que denuncia violações cometidas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. #OcupaTudo - Via Escolas em Luta