domingo, 25 de agosto de 2019

O DIA DO FOGO





"Desmatadores de Novo Progresso escolheram uma dia do ano para queimar florestas: 10 de agosto. Produziram queimadas tão intensas que seus efeitos podem ser vistos do espaço."

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Fidel Castro no Rio de Janeiro em 1992:




sexta-feira, 9 de agosto de 2019

ASSANGE INOCENTADO

O coletivo Vila Mandinga traduziu e publicou em 5 de agosto:

Tribunal Federal dos EUA rejeita denúncia e expõe a conspiração do partido Democrata contra Assange e WikiLeaks

31/7/2019, Eric London, World Socialist Website, WsWs

Em decisão publicada na 3ª-feira, fim do dia, o juiz John Koeltl da Corte Distrital Federal dos EUA para o Distrito Sul de New York aplicou golpe devastador à conspiração comandada pelo governo dos EUA contra ao fundador de Wikileaks, Julian Assange.

Em sua decisão, o juiz Koeltl – nomeado por Bill Clinton e ex-procurador especial assistente na Força-tarefa especial para o caso Watergate, rejeitou “with prejudice” [significa que a sentença proíbe o Comitê Nacional Democrata de voltar a apresentar a mesma denúncia] denúncia ajuizada em abril de 2018 pelo Comitê Nacional Democrata, que alegava que WikiLeaks seria responsável por conspirar com o governo russo para roubar e-mails e informações do Comitê Nacional Democrata e vazá-los para o grande público.

Jennifer Robinson, um dos advogados de Assange, e outros advogados de WikiLeaks festejaram a decisão como “importante vitória da liberdade de expressão.”

A decisão deixa exposto o Partido Democrata à acusação de ter conspirado para atacar a liberdade de expressão e tentar acobertar crimes do imperialismo dos EUA e atividades de ativa corrupção dos dois partidos que representam interesses de Wall Street, Democratas e Republicanos. Na sentença, o juiz Koeltl declara:

“Se Wikileaks pudesse ser responsabilizado pela publicação de documentos sobre as estratégias políticas de envolvimento financeiro e eleitoral do DNC simplesmente porque o DNC os rotula como ‘secretos’ e segredos comerciais, então qualquer jornal ou outro meio de comunicação também poderia ser responsabilizado. Mas isso elevaria, de modo inaceitável, um interesse puramente privado de privacidade, até fazê-lo sobrepor-se ao interesse da Primeira Emenda na publicação de assuntos do mais alto interesse público. As comunicações internas publicadas pelo DNC permitiram que o eleitorado americano olhasse para trás da cortina de um dos dois principais partidos políticos dos Estados Unidos durante uma eleição presidencial. Este tipo de informação é claramente do tipo com direito à mais forte proteção que a Primeira Emenda garante.”

A sentença expõe a ilegalidade da conspiração conduzida pelo governo dos EUA e apoiada pelos governos de Grã-Bretanha, Equador, Austrália e Suécia e por toda a mídia-empresa e todo o establishment político, para extraditar Assange para os EUA onde talvez tenha de enfrentar acusação de espionagem.

O autor da denúncia no processo civil – o Partido Democrata – também foi o principal acusador contra Assange dentro do aparelho do Estado por mais de uma década. Durante todo o governo Obama, funcionários do Departamento de Justiça do Partido Democrata, além de apoiadores dos Democratas dentro do governo Trump trabalharam para inventar uma denúncia criminal contra Assange.

A sentença que declara inadmissível o processo judicial expõe a quantidade descomunal de conflitos de interesses e de má conduta de procuradores, além de abuso criminoso dos trâmites processuais pelos autores da denúncia. A acusação montada contra Assange nada tem a ver com fatos e visa exclusivamente a puni-lo por divulgar fatos criminosos de que teve conhecimento, entre os quais crimes de guerra cometidos pelo imperialismo norte-americano e estados vassalos.

O juiz declarou que WikiLeaks é “organização internacional de notícias” e que Assange é profissional “publisher,” expondo as mentiras das empresas de mídia comerciais que pretendem que Assange não esteja coberto pela proteção que a lei garante à liberdade de expressão. O juiz Koeltl continuou:

“No caso New York Times Co. versus United States, o caso histórico conhecido como ‘Papéis do Pentágono’ [ing. ‘Pentagon Papers’], a Suprema Corte afirmou o direito da imprensa de publicar informação que interesse aos cidadãos, obtidas de documentos roubados de terceiros.”

Como questão de lei, ao atender ao pedido de Wikileaks para rejeitar a denúncia, a corte decidiu que o Comitê Nacional Democrata não apresentou pedido “factualmente plausível”. Quando se trata de acatar pedido para rejeitar uma denúncia, o juiz tem de aceitar como verdadeiros todos os fatos alegados pelo autor da denúncia. No caso de Assange-Wikileaks, o juiz declarou, na sentença que ainda que todos os fatos alegados pelo Comitê Nacional Democrata fosse verdadeiros, de modo algum se poderia “extrair a inferência razoável de que o acusado devesse responder pela má conduta denunciada.”

Avançando ainda mais um passo, o juiz declarou (lit.) “puídos” ou “surrados” [ing. “threadbare”] os argumentos da denúncia, e acrescentou: “Em momento algum o Comitê Nacional Democrata apresenta qualquer fato” que mostre que Assange ou WikiLeaks “participou no roubo da informação do Comitê Nacional Democrata.”

O juiz Koeltl disse que o argumento do Comitê Nacional Democrata, de que Assange e WikiLeaks “conspiraram com a Federação Russa para roubar e disseminar materiais do Comitê Nacional Democrata” é “inteiramente divorciado dos fatos.” O juiz declarou ainda que a corte “não é obrigada a aceitar alegações mal concluídas afirmadas como se fossem fatos.”

O juiz também desmantelou o argumento do Comitê Nacional Democrata, de que WikiLeaks seria culpado-por-associação com a Rússia; declarou “irrelevante” a suposta conexão entre Assange e o governo russo, porque “uma pessoa tem legítimo direito de publicar documentos roubados, desde que quem publique não tenha participado no roubo.”

O Juiz Koeltl também rejeitou a alegação do Comitê Nacional Democrata de que “WikiLeaks pode ser declarado responsável pelo roubo como um co-conspirador pós-fato dos documentos roubados.” Declarando “não convincente” esse argumento, o juiz escreveu que o argumento “destriparia” [ing. “eviscerate”] as proteções constitucionais: “Essa ideia tornaria co-conspirador no roubo, qualquer jornalista que publique artigo baseado em informação roubada.”

Na queixa apresentada em abril de 2018, o Comitê Nacional Democrata faz uma série de alegações que agora foram descartadas para sempre e declaradas completas mentiras, incluindo que Assange, Trump e a Rússia teriam “minado e distorcido a capacidade do Comitê Nacional Democrata para transmitir ao eleitorado norte-americano os valores e visões do partido.” (...) 

É profundamente irônico que o juiz Koeltl tenha citado, na sentença. o caso dos Papéis do Pentágono.

A denúncia sem qualquer fundamento do Comitê Nacional Democrata citou o New York Times oito vezes como “prova” dos laços de Assange e WikiLeaks com a Rússia, incluindo artigos assinados pelos repórteres Andrew Kramer, Michael Gordon, Niraj Chokshi, Sharon LaFraniere, K.K. Rebecca Lai, Eric Lichtblau, Noah Weiland, Alicia Parlapiano e Ashley Parker, do Times, além de um artigo de 26/7/2016, assinado por Charlie Savage intitulado “Assange, inimigo confesso de Clinton, controlou o timing da publicação para coincidir com a Convenção Democrata.”

O primeiro desses artigos foi publicado apenas semanas depois de o New York Times contratar James Bennet como editor de editoriais, em março de 2016. O irmão de James Bennet, Michael Bennet, é candidato à presidência, é senador pelo Colorado e foi presidente do Comitê de Campanhas para o Senado, do Comitê Nacional Democrata. Em 2018, Bennet assinou carta dirigida ao vice-presidente Mike Pence manifestando “extrema preocupação” com o fato de o Equador não ter cancelado o asilo para Assange, que ainda estava preso na embaixada do Equador em Londres.

“É imperativo” – dizia a carta – que você reforce ante o presidente [Lenin] Moreno do Equador, a preocupação que nos causa a continuada proteção garantida ao Sr. Assange, num momento em que WikiLeaks prossegue em seus esforços para minar os processos democráticos em todo o planeta.”

Em abril de 2019, depois que o governo Trump anunciou acusações a Assange, o corpo editorial do New York Times, dirigido por James Bennet, escreveu: “O governo começou bem, ao acusar Assange de um crime indiscutível”. Duas semanas adiante, Michael Bennet anunciou a  própria candidatura à presidência, e desde então tem recebido cobertura favorável na página de editoriais do Times.

Além do mais, o pai de James e Michael Bennet, Douglas Bennet, foi presidente da Agência de Desenvolvimento Internacional [USAID], ligada à CIA, no final da década dos 1970s e início dos 1980s.

Na 3ª-feira, 30/7/2019, o Times publicou notícia quase invisível, seis parágrafos na página 25, sob o título “DNC lawsuit against election is dismissed” [Juiz rejeitou acusação do Comitê Nacional Democrata contra eleições]. Na edição online, o Times exibiu com destaque um link para matéria especial sobre o Relatório Mueller – inventado sobre o mesmo amontoado de mentiras “puídas”, “surradas”, que o juiz Koeltl chutou para bem longe de qualquer tribunal federal nos EUA.*******

<mandingavila64@gmail.com>

Comentário da Vila Mandinga:

“No caso New York Times Co. versus United States, o caso histórico conhecido como ‘Papéis do Pentágono’ [ing. ‘Pentagon Papers’], a Suprema Corte afirmou o direito da imprensa de publicar informação que interesse aos cidadãos, ainda que obtidas de documentos roubados de terceiros.” 
[Da sentença de 30/7/2019, em NY, contra o Partido Democrata, que tentava enquadrar Assange num complô inventado pelo próprio Partido Democrata! Parece inacreditável? Pois aconteceu dia 30/7/2019. Até o momento – 5/8/2019, 22h25 --, não conseguimos encontrar NENHUMA NOTÍCIA na mídia-empresa BR&golpes, sobre essa sentença tããããããããããão pedagógica para os ‘juízes’, ‘ministros’ e outros e autopromovidos legalistas nesse BR&golpe.]

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Nossa opinião: parece que algo escapou do controle do "Deep State" (alguém escapou: o juiz) e atrapalhou um pouco os planos deles. Mas logo eles arrumarão outra denúncia ou alguma coisa assim. Têm muita imaginação para essas coisas e nenhuma vergonha na cara.

Para não perderem liberdade de movimentos, não estão divulgando a sentença. Como se não tivesse importância, depois de fazerem a caveira de Julian Assange por tantos anos.

É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA DIVULGAR !!!!