sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

KADAFI E AS MULHERES


"... Este é um dos artigos mais fascinantes, e extremamente importante por ter aparecido desde o início da guerra de agressão e genocídio conduzida pela OTAN e os traidores da Líbia contra a Jamahiriya Líbia. Este artigo revela que, além do genocídio físico contra a Líbia, há um genocídio cultural que também está sendo travado, iniciado por jihadistas de Bengazi que são extremamente fanáticos anti-mulheres e desejam destruir permanentemente o elevado status que as mulheres da Líbia alcançaram sob o coronel Gaddafi.

Qualquer pessoa que conheça a dinâmica interna da sociedade islâmica vai perceber que não é exagero algum afirmar que, talvez mais do que o petróleo, ouro e poder político, os traidores de Bengazi são motivados por sua indignação pela postura progressista de Gaddafi quanto à igualdade das mulheres e os direitos das mulheres.

Como Ms. Lindauer revela, as reformas de Gaddafi na Líbia para as mulheres foram tão progressistas que o 'barbudo' aiatolá Khomeini, emitiu uma fatwa (decreto) declarando a Jamahiriya líbia como blasfema para as tradições islâmicas. Mas quem conhece a sunna (prática) do profeta Maomé reconhece que as reformas de Gaddafi estão em total sintonia com as tradições autênticas da sociedade islâmica."


(http://www.mathaba.net/news/?x=627710)



POR QUE AS MULHERES OCIDENTAIS DEVEM APOIAR GADHAFFI

SUSAN LINDAUER - 27/07/2011


Para os banqueiros europeus, é uma guerra pelo ouro da Líbia. Para as corporações do petróleo, é uma guerra pelo óleo barato (agora ameaçam destruir a infra-estrutura petroleira da Líbia, como do Iraque). Mas para as mulheres da Líbia, é uma batalha feroz contra o Abaya -- um estilo islâmico de vestimenta que os críticos dizem que priva as mulheres de auto-expressão e identidade.

Hillary Clinton e o presidente Sarkozy podem relutar em admitir, mas o desejo de voltar para trás o relógio dos direitos das mulheres na Líbia constitui uma das principais metas para os rebeldes da OTAN no Conselho de Transição.

Para os rebeldes da OTAN, que são esmagadoramente pró-islâmicos independentemente da propaganda da OTAN (veja www.obamaslibya.com), é uma questão de restaurar a obediência social à doutrina islâmica. No entanto, a abaya é mais do que um símbolo da virtude e do recato feminino. Ela introduz uma completa doutrina conservadora, impactando os direitos das mulheres no casamento e no divórcio, o direito de atrasar a maternidade para estudar e trabalhar, todos os fatores que determinam o status de independência de uma mulher.

Isso torna esta guerra da Líbia uma que as mulheres não podem dar-se ao luxo de perder. Para aqueles de nós que apóiam a modernidade islâmica, há bons argumentos de que Gadhaffi seria grosseiramente irresponsável se entregasse o poder a um vazio dominado pelos rebeldes da OTAN. Dadas a selvageria dos abusos dos rebeldes contra o povo da Líbia (www.obamaslibya.com) e a sua agenda para restabelecer a Shariah e retirar os direitos das mulheres, Gadhaffi tem a obrigação de ser firme e detê-los para a proteção do povo.

Na verdade, é um pouco desconcertante que a França ou a Itália queiram entregar o poder aos rebeldes sem eleições. Mas eleições seriam uma salvaguarda que capacitaria as mulheres da Líbia a lançarem uma alternativa de liderança rejeitando o Abaya. É exatamente isso que os rebeldes temem, e é a causa da sua profunda e duradoura rejeição ao processo eleitoral. A democracia representa uma ameaça real ao projeto da OTAN da "Nova Líbia".

O abaya tem tanto peso na batalha pela modernidade islâmica que Gadhaffi praticamente baniu a vestimenta islâmica desde os primeiros dias de seu governo. Livrar-se do abaya era parte do pacote de Gadhaffi de uma reforma maior em apoio aos direitos das mulheres e uma das melhores e mais avançadas em todo o mundo árabe. A transformação do status da mulher foi tão grande que o aiatolá Khomeini no Irã impôs uma fatwa contra Gadhaffi anos atrás, declarando seu governo uma blasfêmia para as tradições islâmicas.

Para ter uma perspectiva privilegiada sobre as reformas de Gadhaffi para as mulheres, membros de uma delegação de observação na Líbia falaram com Najat El Madani, presidente da Sociedade Líbia de Cultura e Ciências, uma ONG fundada em 1994. Eles também entrevistaram o Sheikh Khaled Tentoush, um dos imãs mais importantes na Líbia. Imã Tentoush sobreviveu a duas tentativas de assassinato da OTAN, sendo que uma foi particularmente reveladora.

Tentoush conta que ele e outros 12 Imãs progressistas estavam viajando para Benghazi para discutir um fim pacífico para o conflito. Pararam para tomar chá em uma casa de hóspedes em Brega -- e a OTAN despejou uma bomba diretamente em cima deles, matando 11 dos 13 imãs, que tinham abraçado reformas islâmicas em favor dos direitos das mulheres e da modernidade.

Não havia instalações militares ou soldados de Gadhaffi em qualquer lugar próximo que pudessem "justificar" o bombardeamento da OTAN. Este foi um assassinato deliberado de líderes islâmicos que dão legitimidade religiosa às políticas modernistas de Gadhaffi e, portanto, representam uma grande ameaça para as ambições conservadoras dos rebeldes islâmicos. A OTAN os matou.

O que tanto irrita os radicais islâmicos na Líbia? Eis uma introdução aos direitos das mulheres sob Gadhaffi:

Sem acompanhante masculino na Líbia

Na Líbia, as mulheres estão autorizadas a circular pela cidade, ir às compras ou visitar amigos sem um acompanhante masculino. Inacreditável que pareça, na maior parte do mundo árabe, essas liberdades são estritamente proibidas. Em grande parte do Paquistão, por exemplo, uma criança de 5 anos do sexo masculino seria considerada um acompanhante apropriado para uma mulher adulta no mercado. Caso contrário, seria melhor ela ficar em casa. Na Arábia Saudita e Kuwait, as mulheres são freqüentemente trancadas em seus apartamentos, enquanto seus maridos, irmãos ou pais saem para trabalhar. Sim, há exceções. Algumas famílias isoladamente rejeitam essas práticas. No entanto, antes que alguns leitores protestem contra esta caracterização, devem ser honestos e reconhecer que o Taliban no Afeganistão e os sauditas e kuwaitianos não são os únicos grupos que restringem as liberdades das mulheres no mundo árabe. Esse é o comportamento social padrão em grandes áreas da sociedade árabe.

* Na Líbia, as mulheres nunca ficam trancadas em suas casas, enquanto seus maridos, pais e irmãos vão trabalhar. Gadhaffi proíbe limitar a mobilidade das mulheres.

* Na Líbia, as mulheres gozam de plenos direitos legais para dirigir carros, ao contrário de suas irmãs na Arábia Saudita. Em muitos países árabes, o marido detém o passaporte da mulher. Então ela não pode viajar para fora do país sem a sua aprovação.

Direito de casar
 
* Tragicamente, em Cabul, Afeganistão, uma jovem pode ser mantida na prisão por rejeitar o marido escolhido pelo pai. Até que ela mude de idéia, sua futura sogra visita-a na prisão todos os dias, exigindo saber por que seu filho não é "suficientemente bom" para ela. Por que ela desobedece aqueles que sabem o que é melhor para ela? Essa pobre mulher fica trancada na prisão de Cabul até que mude de idéia. E isso acontece bem debaixo dos narizes dos soldados americanos e da OTAN. A ocupação da OTAN tampouco protegerá as mulheres na Líbia.

* Em todo o mundo árabe, do Iêmen à Jordânia à Arábia Saudita ao Irã (mas o Irã não pertence ao Mundo Árabe, NdoT), pais e irmãos decidem em que idade uma mulher jovem será dada em casamento, geralmente logo que ela atinge a puberdade. Ela não tem escolha na decisão mais importante de sua vida. Freqüentemente uma jovem se casa com um dos amigos adultos de seu pai, ou um primo. Em todo o mundo árabe, é socialmente aceitável para um lojista perguntar a uma jovem muçulmana se ela já começou a menstruar. É esperado que a boa menina islâmica responda com sinceridade.

* Não na Líbia. Para seu maior crédito, contrariando todas as tradições islâmicas, desde os primeiros dias de governo Gadhaffi disse "sem essa" (No Way) para os casamentos forçados. A mulher líbia tem o direito de escolher seu próprio marido. Elas são encorajadas a procurar casamento por amor. Sob a estrita lei da Líbia, nenhuma pessoa, sem exceção, pode forçar uma mulher líbia a se casar com qualquer homem por qualquer motivo.

* Os casamentos forçados são um problema tão enraizado em todo o mundo árabe, que na Líbia um Imã sempre convoca a noiva. O Imã reúne-se com ela em particular, e pergunta se alguém a está forçando a se casar, ou se há algum motivo para ela se casar com esse homem que não seja o seu desejo de estar com ele. Ambos Najat e o Imã Tentoush são muito inflexíveis sobre esses pontos.

* Na Líbia, espera-se que os imãs protejam a mulher de abusos por parte de parentes.

Direito de terminar um casamento

* O divórcio é brutalmente difícil para uma mulher em todo o mundo árabe. Um marido pode bater ou estuprar sua esposa, ou cometer adultério ou trancá-la em uma sala como em uma prisão. Não importa o que uma mulher sofra, como uma esposa ela não tem direitos legais para deixar o casamento, mesmo para sua própria proteção. Quando seu pai negocia o contrato de casamento, ela está presa para toda a vida. Um homem pode se divorciar de uma mulher repetindo três vezes diante de duas testemunhas: "Eu me divorcio de você, eu me divorcio de você, eu me divorcio de você..." Ele pode enviar uma mensagem de texto de um telefone celular, e acabou. A mulher não tem a liberdade recíproca. Ela está presa ao casamento até que seu marido a deixe partir.

* Não é assim na Líbia. Uma mulher líbia pode deixar um casamento a qualquer momento que escolher. A mulher simplesmente registra o divórcio e continua com sua vida. É muito similar às leis dos EUA, em que o homem não tem poder para impedi-la. Fica completamente sob seu controle iniciar um divórcio.

* Na Líbia, se uma mulher entra em um casamento com os seus bens próprios, ao fim do casamento o marido não pode tocar seus bens. O mesmo é verdadeiro para os bens do homem. Bens comuns costumam ir para a mulher.

Esses direitos de casamento "anormais" provocam raiva profunda entre os homens conservadores da Líbia. Os rebeldes particularmente odeiam o governo de Gadhaffi pela concessão de direitos de casamento para as mulheres.

Mas considere como atrasar o casamento impacta as oportunidades das mulheres na sociedade:

Casamento tardio significa parto postergado, que capacita as jovens a continuar a educação e conseguir emprego. Não surpreende, portanto, que as mulheres da Líbia desfrutem das melhores oportunidades no mundo árabe, o que também pode causar ressentimentos entre os homens conservadores da Líbia.

Educação da Mulher da Líbia

* Na Líbia as mulheres tiram mais proveito do ensino superior do que os homens, de acordo com Najat. Há mulheres profissionais em todas as carreiras. Muitas mulheres líbias são cientistas, professoras universitárias, advogadas, médicas, funcionárias públicas, jornalistas e mulheres de negócios. Najat atribui essa liberdade e gama de opções a Gadhaffi e à insistência de seu governo em que as mulheres devem ser livres para escolher suas vidas, e devem ser totalmente apoiadas nessas escolhas. Najat e Tentoush disseram que alguns imãs na Líbia gostariam que fosse de outra forma, especialmente aqueles que favorecem os rebeldes, mas Gadhaffi sempre prevaleceu sobre eles. Por exemplo, existem muitas mulheres-soldados, e elas são muito fortes e plenamente capazes de contribuir para a defesa militar do país.

* As mulheres recebem bolsas de estudo iguais às dos homens. Todos os líbios podem ir estudar no estrangeiro se assim o desejarem, pagos pelo governo de Gadhaffi. As mulheres solteiras costumam levar um irmão ou parente do sexo masculino com elas, e disse Najat que todas as despesas são cobertas tanto para a mulher como para seu acompanhante.

* Na Líbia, as mulheres não têm que pedir permissão aos maridos para terem um emprego, e qualquer tipo de trabalho está disponível para elas. Em contraste, em muitos outros países árabes, muitos empregos são proibidos porque o trabalho coloca as mulheres na proximidade diária de homens que não os seus maridos, o que elimina muitos tipos de oportunidades de emprego.

Espancando os direitos da Mulher

Estas são algumas das razões pelas quais os rebeldes consideram Gadhaffi um "infiel". Eles freqüentemente expressam o desejo de restabelecer a Shariah. É um "segredo" aberto nos círculos árabes. Ao ignorar este ponto, a OTAN se assemelha aos três macacos. Não vê nenhuma verdade. Não ouve nenhuma verdade. Não fala a verdade. Mas a comunidade árabe entende essa dinâmica. Os rebeldes vão acariciar a cabeça de Hillary Clinton e Sarkozy até tomarem o poder. Então vão fazer exatamente o que já começaram a fazer. Restabelecerão a lei islâmica sob a proteção dos Estados Unidos e dos governos da OTAN. Códigos sociais conservadores serão aplicados exatamente como no Afeganistão.

Os líbios entendem este ponto, mesmo que os americanos e europeus se percam em negação. Não deve surpreender ninguém, portanto, que um dos maiores apoios de Gadhaffi vem das mulheres líbias. Nem deve surpreender os observadores que Gadhaffi não está exatamente "agarrando-se ao poder", como a mídia corporativa gosta de sugerir. Muito pelo contrário, o apoio a Gadhaffi disparou para 80 ou 85 por cento durante esta crise. Obama, Sarkozy e Bersculoni ficariam encantados em contar com tão intenso apoio popular.

O bombardeamento da OTAN saiu pela culatra e afastou o povo líbio da causa rebelde, destruindo infra-estruturas comunitárias que eram realmente motivo de orgulho dos líbios. Rebeldes estão perseguindo famílias pró-Gaddhaffi de Benghazi, uma espécie de limpeza política. Mas eles não têm nenhuma credibilidade nas ruas que lhes confira poder em negociações com os outros líbios, porque os perdedores não podem ditar termos. A OTAN pode propagandear até Sarkozy ter um ataque, mas o povo tem desqualificado esses rebeldes.

A OTAN está tentando uma resolução política porque a Europa quer sair da brincadeira. Na verdade, a música está ficando cada dia mais feia. A OTAN nunca deveria ter tomado esse bonde, em primeiro lugar. Não há nenhum sentido nisso. Eles estão brigando com a Al Qaeda no Afeganistão, e abraçando a Al Qaeda e os conservadores islâmicos em Benghazi.

Aqueles de nós que apóiam a modernização do Islã devem ficar aliviados por as pessoas da Líbia serem mais inteligentes e mais espertas que os burocratas da OTAN. E todos nós devemos fazer uma oração para que Gadhaffi se mantenha no poder.

(http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25806)


HOMENAGEM A AICHA KADAFI
http://libyasos.blogspot.com/2011/12/libya-news-backup-libyasos-19-december.html#more

(VEJA OUTRO CLIPE PARA AICHA NA NOSSA POSTAGEM "3 CLIPES E 1 RETROSPECTIVA", DE 24/09/2011)


A JORNALISTA HALA MISRATI, PRISIONEIRA DOS "REBELDES", TORTURADA, ESTUPRADA PELO MENOS 17 VEZES, E AGORA APARENTEMENTE GRÁVIDA.

http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201201-A7875/libye-les-rebelles-montrent-hala-misrati-peut-etre-enceinte-janvier-2012.html

O VÍDEO ACIMA FOI CENSURADO. ESTE ABAIXO CONTÉM CENAS DELE, EM 1:30 MIN. (25/03/2012)

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