segunda-feira, 30 de maio de 2016

A ESTRATÉGIA DO GOLPE GLOBAL



Manlio Dinucci

«Que ligação existe entre entre sociedades geográfica, histórica e culturalmente distantes, do Kosovo à Líbia e a Síria, do Iraque ao Afeganistão, da Ucrânia ao Brasil e a Venezuela?

O traço comum é serem sociedades arrastadas à estratégia global dos Estados Unidos, exemplificada pela 'geografia' do Pentágono. O mundo inteiro se encontra dividido em 'áreas de responsabilidade', cada uma confiada a um dos seis 'comandos combatentes unificados' dos Estados Unidos: o Comando Norte cobre a América do Norte, o Comando Sul a América do Sul, o Comando Europeu a região que compreende a Europa e a Rússia, o Comando África o continente africano, o Comando Central o Oriente Médio e a Ásia Central, e o Comando Pacífico a região da Ásia/Pacífico.

Aos seis comandos geográficos se somam três operando em escala mundial: o Comando estratégico (responsável pelas forças nucleares), o Comando para as operações especiais e o Comando para o transporte.

À frente do Comando Europeu se encontra um general ou um almirante nomeado pelo presidente dos Estados Unidos, que assume automaticamente o encargo de Comandante supremo aliado na Europa.

A Otan é assim inserida na cadeia de comando do Pentágono, ou seja, opera fundamentalmente em função da estratégia estadunidense. Esta consiste na eliminação de todo estado ou movimento político-social que ameace os interesses políticos, econômicos e militares dos Estados Unidos que, embora sendo ainda a primeira potência mundial, estão perdendo terreno em face da emergência de novos sujeitos estatais e sociais.

Os instrumentos dessa estratégia são múltiplos: da guerra aberta – ver os ataques aéreos e terrestres na Iugoslávia, no Afeganistão, Iraque e Líbia – às operações secretas conduzidas nesses como em outros países, ultimamente a Síria e a Ucrânia.

Para essas operações o Pentágono dispõe de forças especiais, cerca de 70 mil especialistas que 'cada dia operam em mais de 80 países em escala mundial'. O Pentágono dispõe também de um exército na sombra de contratados (mercenários): no Afeganistão, segundo documenta a revista Foreign Policy [1], os mercenários do Pentágono são cerca de 29 mil, ou seja, três para cada soldado estadunidense; no Iraque, cerca de oito mil, dois para cada soldado estadunidense.

Aos mercenários do Pentágono se acrescentam aqueles que fazem parte da tentacular Comunidade de Inteligência (informação) compreendendo, além da CIA, 15 outras agências federais. Os mercenários são duplamente úteis: eles podem assassinar e torturar, sem que isso seja atribuído aos EUA, e quando são eliminados, seus nomes não aparecem na lista dos mortos. Além disso, o Pentágono e os serviços secretos dispõem de grupos que eles armam e treinam, como os grupos islamistas utilizados para atacar de dentro da Líbia e da Síria, e os grupos neonazistas utilizados para o golpe de Estado na Ucrânia.

Outro instrumento da mesma estratégia são as 'organizações não-governamentais' que, dotadas de enormes meios, são utilizadas pela CIA e pelo Departamento de Estado para ações de desestabilização interna e em nome da 'defesa dos direitos dos cidadãos'.

No mesmo quadro entram a ação do grupo de Bilderberg [2] – que o magistrado Ferdinando Imposimato denuncia como 'um dos responsáveis da estratégia da tensão e dos massacres' na Itália [3], e a da Open Society do 'investidor e filantropo George Soros' [4], artesão das 'revoluções coloridas'.

No campo de visão da estratégia golpista de Washington encontram-se hoje o Brasil, para minar por dentro os BRICS, e a Venezuela, para minar a Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA). Para desestabilizar a Venezuela – indica o Comando Sul em um documento descoberto recentemente [5] – é necessário provocar 'um cenário de tensão que permita combinar ações de rua com o emprego dosado da violência armada'.

Passaram 4 décadas do golpe de estado no Chile, orquestrado por Washington e organizado pela CIA, mas a estratégia de Washington permanece a mesma: é uma estratégia golpista.»

Manlio Dinucci – Geógrafo e geopolítico – REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) | 30 DE MAIO DE 2016

http://www.voltairenet.org/article192034.html

Tradução: José Reinaldo Carvalho – Editor do site Resistência – http://www.zereinaldo.blog.br/

Fonte: Il Manifesto (Itália)

[1] 'Mercenaries Are the Silent Majority of Obama’s Military', Micah Zenko, Foreign Policy, May 18th, 2016. – http://foreignpolicy.com/2016/05/18/private-contractors-are-the-silent-majority-of-obamas-military-mercenaries-iraq-afghanistan/

[2] 'Aquilo que você não sabe sobre o Grupo Bilderberg', Thierry Meyssan, Tradução David Lopes, Komsomolskaïa Pravda (Rússia) , Rede Voltaire, 29 de Abril de 2011. – http://www.voltairenet.org/article169624.html

[3] 'Terrorismo: o juiz italiano Imposimato acusa o Grupo de Bilderberg', Tradução Alva, Rede Voltaire, 30 de Janeiro de 2013. – http://www.voltairenet.org/article177422.html

[4] 'George Soros, spéculateur et philanthrope', Réseau Voltaire, 15 janvier 2004. – http://www.voltairenet.org/article11936.html

[5] 'Operación Venezuela Freedom-2', Red Voltaire , 22 de mayo de 2016. – http://www.voltairenet.org/article191879.html




GRÉCIA

O GOVERNO GREGO ARCARÁ COM UMA GRAVE RESPONSABILIDADE
SE ARRASTAR O PAÍS A PARTICIPAR DE UM NOVO MASSACRE NA LÍBIA

Declaração do Gabinete de Imprensa do Comitê Central do KKE – Partido Comunista da Grécia
– Κομμουνιστικό Κόμμα Ελλάδας – 30/05/2016

Manifestação defronte à base naval de Suda, em Creta - 29/05/2016


"O que está acontecendo no Mediterrâneo? 

Será que está sendo planejada uma nova intervenção imperialista contra a Líbia? 

Qual é o objetivo do exercício 'Phoenix Express 2016' da OTAN na região? 

Qual é o papel da base de Suda?

Qual é a finalidade da NOTAM (notificação a pilotos) que foi emitida pelo governo grego – em paralelo com as NOTAM da Itália e de Malta – quanto à interdição do espaço aéreo para aviões vindos da Líbia e as boas vindas a aviões da OTAN dentro do espaço aéreo grego? 

O governo grego está obrigado a dar respostas claras. 

O KKE denuncia toda intervenção contra a Líbia e exige que não haja participação grega nos planos Euro-Atlanticistas. 

A conversa sobre lidar com jihadistas – os quais são criação dos EUA e seus aliados – é somente um pretexto para justificar guerras. 

As operações militares imperialistas na Síria e na Líbia desde 2011 agravaram seriamente a situação na região, levaram a milhares de mortos e feridos e arrancaram centenas de milhares de pessoas dos seus lares. 

O governo SYRIZA-ANEL arcará com novas e graves responsabilidades se pretende arrastar o nosso país à participação em um novo massacre na Líbia no interesse dos monopólios". 

http://inter.kke.gr/en/articles/The-government-will-bear-grave-responsibilities-if-it-drags-the-country-into-participating-in-yet-another-massacre/

http://resistir.info/grecia/nato_libia_30mai16.html

https://gz.diarioliberdade.org/mundo/item/16007-kke-o-governo-grego-arcara-com-uma-grave-responsabilidade-se-arrastar-o-pais-a-participacao-num-novo-massacre-na-libia.html#.V09c-N9ytwA


UM VÍDEO DO KKE DE 2013

"Os pretextos para a guerra imperialista" (sem legendas)
http://kalamarias.blogspot.com.br/2013/09/blog-post_16.html




LÍBIA/TUNÍSIA


31/05/2016 - LIBYAAGAINSTSUPERPOWERMEDIA.ORG PEDE PARA DIVULGAR:

"URGENTE – Tunisiano apela por ajuda para trazer o seu sobrinho de 3 anos da Líbia, as autoridades recusam.

A Líbia está se deteriorando e está entrando na sua pior era de estado falido e dividido. Peço aos meus leitores para demonstrarem sua humanidade para com esta criança. Pessoalmente não tenho ligações com a família, mas este menino, Baraa Al-Ziani, está sozinho em um hospital líbio com sua mãe em uma prisão por razões desconhecidas, mas na Líbia você não tem que fazer nada, basta olhar alguém de lado e eles colocam-no na cadeia. De qualquer forma, eu tenho certeza de que todos nós ainda temos uma gota de humanidade para ajudar este menino.


VAMOS VIRALIZAR ESTE APELO. Talvez então os oficiais da Tunísia e do governo da ONU na Líbia façam algo sobre isso."

https://libyaagainstsuperpowermedia.org/2016/05/31/urgent-tunisian-man-appeals-for-help-to-bring-his-3-year-old-nephew-from-libya-authorities-refuse/

Baraa Al-Ziani


Alguns links e endereços para enviar mensagens:



ONU:


UNSMIL: http://unsmil.unmissions.org/Default.aspx?tabid=3575&language=en-US

Jean Alam – Public Information Officer – Tunisia – alamj@un.org – Mobile: +(216) 97 408 051,


UNICEF: http://www.unicef.org/about/contact_contactusform.php

UNICEF Tunísia: tunis@unicef.org


OMS:

World Health Organization
Avenue Appia 20
1211 Geneva 27
Switzerland
Phone: + 41 22 791 21 11
Fax: + 41 22 791 31 11


OHCHR: InfoDesk@ohchr.org

Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights (OHCHR)
Palais des Nations
CH-1211 Geneva 10, Switzerland
Telephone: +41 22 917 9220
http://www.ohchr.org/EN/AboutUs/Pages/ContactUs.aspx


ACNUR: http://www.unhcr.org/contact-us.html

United Nations High Commissioner for Refugees
Case Postale 2500
CH-1211 Genève 2 Dépôt
Suisse.
Phone: +41 22 739 8111
Fax: +41 22 739 7377

General Protection & Detention: +(218) 91 989-7936 (Tripoli)

General Protection: +(218) 92 318-6819 (Benghazi)

UNHCR Libia: lbytr@unhcr.org



CRUZ VERMELHA e CRESCENTE VERMELHO: http://www.redcross.int/

Red Cross Red Crescent
P.O. Box 303, CH-1211 Geneva 19, Switzerland
E-mail: rcrc@ifrc.org
https://www.icrc.org/eng/who-we-are/contacts/


CRESCENTE VERMELHO – Tunísia

ICRC regional delegation (para Mauritania, Marrocos, Tunísia)
Galerie du Lac - Bloc A
Rue du Lac de Constance
1053 Les Berges du Lac
TUNIS
Phone:(+216) 71 960 179 /154/458/169/109
Fax: (+216) 71 960 156  

Head of regional delegation: Mr BRUDERMANN Markus
Media contact person: Ms M'TIR Faten
Mobile: (+216) 25 336 200
Languages spoken: Arabic/French/English


CRESCENTE VERMELHO – Líbia

ICRC delegation
Ibrahim Al Houni Street 10.53.050
Diagonally Opposite Brother’s Clinic (Al Okhowa)
Nouflieen
TRIPOLI
Phone: +218 21 340 93 31, +218 21 340 99 20
Mobile: +218 91 941 80 66, +218 92 523 65 82

Head of delegation: Mrs LORENZ Katja Elena
Libyan mobile number: +218 94 408 59 06, +218 91 947 89 82
Tunisian mobile number: +216 23 32 55 35

Deputy head of delegation: Mr CASANOVA Felix
Libyan mobile numbers: +218 92 862 97 75, +218 91 880 67 38
Tunisian mobile number: +216 29 01 01 23

Media contact person: Mr Ammar Ammar
Libyan mobile numbers: +218 92 894 21 45, +218 91 930 77 06
Tunisian mobile number: +216 26 90 34 85
Languages spoken: English/Arabic




SÍRIA

02 de junho de 2016




Moscou, SANA – "Maria Zakharova, porta-voz do Ministério do Exterior russo, anunciou na quinta-feira que Moscou conclama a fechar a fronteira turco-síria para parar o fluxo de armas e terroristas, reiterando a necessidade de uma cooperação internacional para combater o terrorismo na Síria.

Zakharova, numa conferência de imprensa semanal, acrescentou: 'nós chamamos novamente a ativar a cooperação internacional no combate aos terroristas na Síria, incluindo a Jabhat al-Nusra', acrescentando que não há mais possibilidade nem tempo para tratar os pistoleiros na Síria como uma oposição moderada.

Ela afirmou a necessidade de assegurar o fechamento da fronteira turco-síria como condição principal para deixar de abastecer os extremistas e terroristas com armas e munições e para parar o fluxo de pistoleiros que compensam as baixas nas fileiras dos terroristas.

Zakharova reiterou que o Ministério do Exterior russo refuta as acusações de que a força aérea russa atacou locais civis na província de Idleb, e ressaltou que os aviões russos não realizaram quaisquer missões militares lá.

A funcionária russa acrescentou que Moscou está pronta para cooperar mais estreita e eficazmente com Washington em relação à Síria, observando que essa cooperação existiu, 'mas poderia ter sido mais eficaz e estamos prontos para isso', negando que a Rússia tenha negligenciado o chamado para reforçar a coordenação de esforços com Washington."

Qabas/ Mazen





Damasco, SANA – Bouthaina Shaaban, Conselheira Presidencial para Política e Mídia, declarou nesta quinta-feira que o fornecimento por paraquedas de ajuda humanitária na Síria deve ser decidido pelo governo sírio e pela ONU.

'Temos necessidade de eliminar o terrorismo e eu desejo que os países ocidentais se concentrem mais em combater o terrorismo', disse Shaaban, citada pela agência de notícias Sputnik, em uma chamada de vídeo durante uma conferência em Washington sobre a luta contra o ISIS e a Jabhat al-Nusra.

Ela acrescentou que o governo sírio trabalha com a ONU para encontrar melhores meios para entregar comida e assistência médica para todos os sírios.

Em um contexto mais amplo, Shaaban afirmou que o exército sírio tem sido capaz, com a ajuda das forças aéreas russas, de derrotar os terroristas em grandes partes da Síria.

Mazen



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