segunda-feira, 16 de maio de 2016

GOLPE DE ESTADO NA LÍBIA

Conferência de Viena sobre a Líbia - a fase final do golpe de estado

Líbia 360° - Comentário Editorial:

"A agenda dessa reunião era finalizar o golpe de estado imperialista, legitimar um governo ilegítimo e formalizar acordos para a ocupação estrangeira permanente da Líbia.

Nós publicamos uma versão abreviada deste comunicado ontem. Embora esse evento tenha sido encenado para fins de propaganda, as consequências são devastadoras para a soberania da Líbia.

Para o Império, esta é uma vitória. Para o povo livre da Líbia, esta é uma aberta declaração de guerra."

https://libya360.wordpress.com/2016/05/16/ministerial-meeting-for-libya-the-final-coup-detat/



Nota de Imprensa

Escritório do Porta-Voz, Viena, Áustria

16 de maio de 2016

"Congratulamo-nos com a presença do primeiro-ministro Al-Sarraj e elogiamos sua liderança ao conduzir as instituições da Líbia ao estabelecimento do governo em Trípoli, um ponto de viragem no processo político da Líbia.

Expressamos nosso forte apoio ao povo líbio em manter a unidade da Líbia. Reafirmamos nosso apoio à implementação do Acordo Político Líbio (LPA) de Skhirat, Marrocos, assinado em 17 de Dezembro de 2015 e ao Governo de Acordo Nacional (GNA) como o único governo legítimo da Líbia, como indicado no Comunicado de Roma de 13 de dezembro de 2015 e aprovado pela resolução 2259 do Conselho de Segurança da ONU. Instamos todas as partes a trabalhar de forma construtiva para a conclusão do quadro institucional de transição, nomeadamente permitindo que a Câmara dos Representantes realize plenamente o seu papel, conforme estabelecido no LPA. [obs.: a Câmara dos Representantes não reconheceu o LPA.]

... Estamos empenhados em apoiar todos os esforços do GNA, a fim de reforçar seu alcance político em todo o país ...

A segurança é fundamental para o futuro da Líbia. O GNA enfrenta desafios de segurança críticos, mas não os enfrenta só. Saudamos a criação pelo Conselho da Presidência da Guarda Presidencial, que será composta por pessoal profissional [ver abaixo], de acordo com o artigo III do Decreto nº 2 do Conselho Presidencial, para proteger as instituições nacionais, os membros do Conselho Presidencial e membros do governo ...

Reiteramos nosso compromisso de cessar apoio e contato oficial com as instituições paralelas. O GNA é o único destinatário legítimo de assistência de segurança internacional e está encarregado de preservar e proteger os recursos da Líbia para o benefício de todos os seus habitantes ...

As instituições econômicas nacionais da Líbia, incluindo o Banco Central da Líbia (CBL), National Oil Corporation (NOC), e Libyan Investment Authority (LIA), devem funcionar sob a exclusiva jurisdição do GNA ...

Argélia, Chade, China, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Itália, Malta, Marrocos, Níger, Qatar, Rússia, Arábia Saudita, Espanha, Sudão, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia, Nações Unidas, Liga dos Estados Árabes e União Africana.

https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/16/joint-communique-from-the-ministerial-meeting-for-libya/


Formação da Guarda Presidencial

"O primeiro-ministro do Conselho Presidencial da Líbia, Fayez al-Sarraj, anunciou a formação de uma 'guarda presidencial' que os observadores alertam que levará a um confronto aberto entre o Conselho Presidencial e o Exército Nacional Líbio.

Estas etapas são parte de um plano que visa a liquidação das forças do Exército Líbio 'leais à Câmara dos Representantes', que servem sob o comando de Khalifa Haftar. É estratégia da Irmandade Muçulmana formar uma guarda nacional em aliança com a Turquia e o Qatar, e efetivamente substituir o legítimo Exército Líbio. [legítimo até certo ponto: o Conselho das Tribos apoia Haftar condicionalmente, como meio de eliminar as milícias fundamentalistas.]

A Guarda Presidencial irá 'beneficiar de independência financeira e administrativa', e seguir as ordens do comandante supremo do exército, encarregado de 'assegurar a sede presidencial, guardar os membros do Conselho Presidencial e visitantes importantes, e guardar portos vitais de entrada por terra, mar e ar'.

Embora esta decisão supostamente cumpra o acordo político assinado na cidade marroquina de Skhirat em 17 de Dezembro de 2015, o ativista político líbio Kamal Mrash não hesita em condenar o golpe, alertando para consequências políticas desastrosas. Ele denuncia que a decisão 'viola a Convenção de Skhirat, que se refere explicitamente ao desmantelamento das milícias e sua remoção de Trípoli e outras cidades líbias'. Ele diz que Al-Sarraj abusou deste acordo para servir a sua própria agenda e os interesses e esquemas do eixo Turquia-Qatar. 'O Exército Nacional Líbio é um obstáculo para o cumprimento da sua agenda'.

Kamal Mrash descreve o projeto por trás da formação da Guarda Presidencial como o 'Novo Velho'. Alterar um nome não esconde o fato de que as milícias que deveriam ter sido desmanteladas são a 'nova' Guarda Presidencial e que eles não vão cumprir as tarefas que seriam cumpridas pelo Exército Nacional da Líbia - guardar as fronteiras, protegendo instalações e portos vitais. [obs.: O próprio LPA é visceralmente ilegítimo e antipopular, resultado da colusão do representante da ONU com as milícias fundamentalistas de Tripoli e de Misrata, e inicialmente com a Câmara dos Representantes. Essa Câmara foi formada na tortuosa eleição promovida pela ONU em 2014. Os fundamentalistas perderam a eleição, e inconformados tomaram/destruíram Trípoli, obtendo assim o reconhecimento da ONU.]

A 'Guarda Presidencial' será composta inicialmente de 10 mil membros das milícias extremistas, encarregados de proteger a capital e seus subúrbios, a fim de facilitar o trabalho do GNA. Essas milícias têm estado sob a proteção do Conselho Presidencial desde a chegada desse Conselho à base naval de Tripoli, no final de março.

A gravidade e o alcance desse projeto devem ser entendidos. Ele irá conceder às milícias extremistas 'legitimidade' e a oportunidade de consolidar sua dominação de Trípoli e destruir o Exército Nacional Líbio.

Outro plano elaborado pelos líderes dessas milícias, sincronizado com a destruição do comando do Exército Líbio, foi realizar uma campanha de assassinatos, tendo como alvos os oficiais em Tripoli.

Este é um momento decisivo que marca uma 'mudança estratégica' ostensiva no tabuleiro de xadrez da Líbia - um golpe de Estado."

https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/11/presidential-guard-place-extremist-militias-in-power-to-destroy-the-libyan-national-army/


MAS AFINAL, QUE DIREITO TÊM ESSES ESTRANGEIROS
DE IMPOR O SEU GOVERNO AOS LÍBIOS ?
































ATUALIZAÇÃO EM 17/05/2016:

O ESTADO ISLÂMICO EXPANDE SUA INFLUÊNCIA NA LÍBIA



"Enquanto a situação permanece tensa para o Estado Islâmico (ISIS) no campo de batalha Síria+Iraque, o grupo continua procurando expandir sua influência em diferentes regiões do mundo. A  situação parece especialmente perigosa na Líbia. A campanha aérea dos EUA, França e Egito não evitou a expansão do grupo no país. Além disso, o ISIS realiza ataques transfronteiriços. Mais de 50 pessoas foram mortas em confrontos contra militantes do ISIS na cidade fronteiriça de Ben Guerdane, na Tunísia, em março.

Enquanto isso, o ISIS está avançando perto da cidade de Misrata na Líbia. Com uma população de cerca de 500.000, é a terceira maior cidade da Líbia, depois de Tripoli e Benghazi. No início de maio, o ISIS tomou o cruzamento de Abu Grain e os povoados estratégicas na primeira linha de defesa da cidade: Abu Grain, Baghla, Zamzam e Abu Najaym. Militantes do grupo aventuram-se regularmente em toda a estrada principal que conduz ao sul de Misrata, e realizam incursões e ataques na área, inclusive contra postos de controle guarnecidos por brigadas de Misrata. Fontes em Misrata relatam que 7 combatentes da 'Força Escudo Central da Líbia' foram mortos e 105 feridos nos confrontos com o ISIS. Estes números, porém, são muito subestimados.

Ao mesmo tempo, o ISIS está se expandindo para o oeste, cortando as comunicações de logística e tomando alguns portos. Esses movimentos recentes preocupam os países vizinhos. O Egito e a Argélia estão reforçando a segurança na fronteira com a Líbia e expandindo a inteligência em Trípoli e Bengazi.

Existem apenas algumas pré-condições que permitem ao ISIS ser bem sucedido na Líbia:

. A má coordenação e rixas entre os grupos armados locais favorecem o ISIS.

. Enquanto os confrontos estão em curso na Síria e no Iraque, o ISIS conseguiu implantar centenas de militantes na Líbia, a fim de montar lá uma base de retaguarda.

. Os tensos conflitos sociais, econômicos e étnicos dão espaço para suas campanhas de recrutamento no país. Apesar dos choques constantes, o número de combatentes do ISIS cresceu para 5.000 em 2016.

No ano passado o ISIS aumentou sua influência na Líbia de forma significativa. Se os grupos locais líbios não forem capazes de chegar a um acordo sobre a estratégia para se oporem a esta ameaça, veremos a história da expansão do grupo no Iraque repetir-se no país africano."

https://southfront.org/isis-expands-the-influence-in-libya/


EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO, A FUNÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO É JUSTIFICAR UMA INTERVENÇÃO OCIDENTAL.




ATUALIZAÇÃO EM 19/05/2016:

Líbia: Preparando-se para a guerra contra o Califado

Hoje, os Estados Unidos incluíram as filiais do Daesh (Estado Islãmico) da Líbia, Arábia Saudita e Iêmem na lista negra do terrorismo. No entanto, esta manobra é profundamente enganosa. Os EUA não estão interessados no combate ao terrorismo.

Os EUA são o mais notório criador e financiador do terrorismo no mundo. Qualquer ameaça à sua agenda é designada como "terrorista". Tal como acontece com o seu abuso da "R2P" [responsabilidade de proteger] e da "intervenção humanitária", rotular de "terrorista" uma organização é o primeiro passo da "fabricação do consenso" para a agressão contra esse grupo ou nação. Os EUA misturam terroristas com movimentos de resistência legítimos que combatem ativamente o terrorismo e a ocupação imperial. Essa justaposição de terroristas (contra-revolucionários) e revolucionários legítimos cria uma enorme confusão.

Numerosos relatos da empresa Stratfor sobre a Líbia apontam erroneamente a Resistência Verde como alinhada ao Daesh, quando a verdade é que a Resistência Verde sempre se opôs, sem exceção, a todas as facções do Islã político e lutou consistentemente contra elas independentemente do nome, pois entende que todas elas representam a mesma ameaça para a segurança e a soberania da Líbia.

Com os EUA a fornecer armas para o "governo de unidade" da Líbia criado e imposto por estrangeiros, e para sua "Guarda Presidencial" da "Alvorada da Líbia", eles estão de fato armando terroristas e privando o legítimo Exército Líbio do apoio necessário para conseguir derrotar o terrorismo.

Como na Síria, os EUA continuam a sua política de armar extremistas enquanto derrubam governos legítimos.

A coalizão EUA-Arábia assassinou dezenas de milhares de civis em nome da libertação do Iêmem da al-Qaeda, destruindo a democracia e tentando esmagar a legítima resistência Houthi à agressão da Arábia.

Na Líbia, os EUA e seus aliados demonstraram a mais profunda hipocrisia com a instauração do "governo de unidade" e a criação da "guarda presidencial", efetivamente colocando terroristas no poder e, em seguida, armando e financiando outros terroristas para protegê-los.

O comentário a seguir expõe sucintamente as maquinações por trás da trama imperialista:

Árabes do Estado de Londres (Citação:)

Reportamos-nos novamente à reunião realizada em Istambul, sob os auspícios da inteligência turca, que contou com uma série de [terroristas] líderes de milícias, incluindo Abdul Rauf do "Batalhão da Atribuição", Abdul Ghani Alkkla, chefe da "Junta Abu Salim" e Khaled al-Sharif, do "Grupo Líbio de Luta Islâmica" (LIFG), e outros líderes militares do "Batalhão Ahalboss" e da "Brigada Mahjoub" incorporados à "Alvorada da Líbia" de Trípoli. Foi nessa reunião que Khaled al-Sharif apresentou este projeto de criação da Guarda Presidencial...
(https://jamahiriyanewsagency.wordpress.com/2016/05/10/on-the-presidential-councils-elite-guard/)

Antes dessa reunião, em 30 de março, Martin Kobler [chefe da missão da ONU na Líbia - UNSMIL] reuniu-se com o comandante da al-Qaeda, Abdel Hakim Belhaj e outros líderes extremistas em Istambul.

A Guarda Presidencial é uma organização terrorista, e como tal, não deve ser legitimada ou armada. Torna-se evidente que ambos, os Estados Unidos e as Nações Unidas, foram coniventes em:

* Usurpar a soberania da Líbia,

* Completar o golpe de Estado que começou há cinco anos com o brutal assassinato de Kadafi,

* Colocar a Irmandade Muçulmana no poder como o governo oficial,

* Atribuir a terroristas a tarefa de guardar esse governo.

Um governo que nenhum líbio quer. Um governo que vai fazer da Líbia um país muito mais perigoso. Um governo que vai representar uma ameaça ainda maior para as nações vizinhas.

Este ato traiçoeiro não é diferente de o próprio Califado Islâmico hastear sua bandeira negra sobre Trípoli, enquanto as Nações Unidas e os líderes de mais de 20 países reunidos em Viena prostram-se diante dele e de todo o horror que ele representa !!!

https://libya360.wordpress.com/2016/05/19/libya-preparing-for-war/




ATUALIZAÇÃO EM 27/05/2016:

UM VÍDEO SOBRE A LÍBIA ANTES E DEPOIS DA DESTRUIÇÃO


"Por favor, assistam este pequeno vídeo que eu fiz sobre a Líbia antes e depois da OTAN. O Mundo não pode esquecer as atrocidades horríveis cometidas usando uma mentira/bandeira-falsa contra a nação soberana da Líbia. Estes crimes continuam até hoje." - Joanne Moriarty

http://libyanwarthetruth.com/video-beautiful-libya-and-her-illegal-destruction-nato

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