domingo, 15 de julho de 2012

CANTANDO AO AMANHECER


A POPULAÇÃO COMEMORA MAIS UMA VITÓRIA DA RESISTÊNCIA (HOJE)


RETROSPECTIVAS:








O POVO DE TRÍPOLI SE ORGANIZA E PROCURA RESISTIR AOS RATOS (SETEMBRO/2011)

A destruição da Síria

13.07.2012




O imperialismo segue sendo o principal inimigo da humanidade. Relativizar esse conceito é o mais grave dos erros políticos

Editorial da edição 489 do Brasil de Fato

Os alardeados bombardeios aéreos do governo Kaddafi, que serviram de pretexto para a intervenção militar da OTAN, comprovadamente jamais existiram. Silêncio total da grande mídia que comoveu o mundo com as notícias de civis destroçados por bombas. Os desmentidos repousam na mesma gaveta onde está a pasta "inexistência de armas de destruição em massa no Iraque".

A invasão de tanques e tropas da Arábia Saudita no pequeno Bahrein, promovendo a repressão da luta popular, mereceu minúsculas linhas e comentários de jornais. Poucos sabem de sua existência. Quase nada se falou das torturas, desaparecimentos e assassinatos políticos no Iêmen. Nada se fala dos presos políticos na Arábia Saudita e Marrocos. Quantos morreram nestes países? Quantos estão morrendo?

Diariamente, os jornais nos mantém atualizados sobre as mortes e crimes na Síria. Uma crescente e macabra estatística, em todos os telejornais.

É verdade. Ocorre uma verdadeira matança neste país. E os EUA anunciam, abertamente, o fornecimento de armas cada vez mais sofisticadas a alguns seletos grupos de oposição ao governo. Todas as mortes, ferimentos, explosões de bombas, são creditadas à ditadura genocida e sanguinária.

Cresce a tensão fronteiriça com a Turquia, incondicional aliado dos EUA. O polêmico episódio da derrubada de um avião turco no espaço aéreo sírio nos recorda as escaramuças patrocinadas pelos EUA contra Cuba e Nicarágua. Vai se montando o cenário.

Estamos assistindo a destruição da Síria. Querem derrubar o governo do presidente Bashar Al-Assad, não pelos seus eventuais problemas, mas por suas qualidades, por não ser submisso aos interesses do imperialismo na região. O objetivo é sangrar ao máximo a Síria, para causar uma comoção que permita superar os vetos da Rússia e da China e autorizar uma nova intervenção militar.

País criado a partir dos interesses do imperialismo inglês ao desmontar o império otomano, as fronteiras sírias foram definidas a partir do traçado da linha férrea que ligava Istambul a Beirute. Por conta disso, até hoje guarda profundas contradições entre os grupos étnicos e religiosos que permaneceram nas linhas traçadas num gabinete de Londres. Permaneceu como colônia francesa até 1946. Mas as tensões entre sunitas, xiitas, alauitas, drusos, curdos, cristãos, armênios e circassianos permanecem latentes. Conhecemos a habilidade dos estrategistas militares para fomentá-las, reavivá-las. Recordemos como os ingleses agiram na independência da Índia, fomentando o Paquistão, os belgas reavivando tragicamente o conflito entre tutsis e hutus para manter o controle sobre a atual Ruanda. E a forma como destruíram o perigoso Estado Iugoslavo que ameaça sobreviver soberano na Europa do leste.

A máquina estatal, encontra-se principalmente, no controle de uma minoria alauita, representada politicamente pelo governo da família Assad. Bashar al Assad herdou o poder de seu pai, Hafez al Assad que, por sua vez, era um dos principais herdeiros da principal corrente política árabe dos anos 1940-50, o nacionalismo pan-arabista. O nome de seu partido, que até hoje governa o país, é Baath, o mesmo nome do partido de Sadam no Iraque. O egípcio Gamal Abdel Nasser foi a principal liderança deste movimento.

Existe repressão efetiva e contradições populares com a ditadura Síria, que potencializaram as primeiras manifestações, duramente reprimidas. A grande diferença com as demais lutas democráticas nos países vizinhos é a presença direta dos interesses estadunidenses armando e financiando grupos interessados em ampliar a cifra de mortos e feridos entre a população civil. Curiosamente, as minorias armênias, cristãs e curdas temem muito mais os "rebeldes fundamentalistas" que o governo alauita de Assad.

As forças e movimentos populares ficam atônitos com esta situação. Como posicionar-se?

A questão é simples. EUA e Israel querem destruir o governo Sírio. Não aceitam sua reivindicação histórica pela devolução das colinas de Golan, ocupadas militarmente pelo Estado de Israel desde 1967. Não permitem a existência de um governo que além de não se submeter a seus interesses, preserva sua soberania nacional. Utilizam a influência de seu aliado incondicional Arábia Saudita, apostando em grupos fundamentalistas.

Uma guerra civil prolongada não serve hoje aos interesses da classe trabalhadora e das massas populares da Síria. Os que estimulam a continuidade da guerra civil agem como aliados das forças da OTAN, que já se posicionam na fronteira turca para um ataque contra mais esta nação árabe.

Momentos como este não permitem vacilações. Não se trata de apoiar o regime de Bashar Assad, mas de ter claro que é preciso barrar as ações do imperialismo na região. Aos que se iludem com uma possível rebelião popular em curso, basta recordar os recentes resultados da Líbia. O imperialismo segue sendo o principal inimigo da humanidade. Relativizar esse conceito é o mais grave dos erros políticos.

Não à guerra civil prolongada! Basta de assassinatos da população civil! Que cessem os ataques de ambas as partes e que seja construída uma saída política democrática, popular, progressista e anti-imperialista para a crise na Síria!

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=9966

http://port.pravda.ru/cplp/brasil/13-07-2012/33355-destruicao_siria-0/

(Só não entendemos o útimo parágrafo: "Que cessem os ataques de ambas as partes..." -- a quem se dirige? Aos terroristas, serão eles sensíveis a tal apelo? Ou ao governo sírio, que tem mesmo que atacar os terroristas para defender a população? Parece papo do Kofi Annan. Ou se trata de relativizar o conceito de que o Imperialismo segue sendo o principal inimigo da Humanidade?)



Entrevista de Dan Glazebrook à RT (Ing/Fr)



Entrevista de Webster G. Tarpley à PRESS TV (Ing/Fr)




SUAVES MENTIRAS DA AL JAZEERA

(2/6/2012)

"A Líbia planeja realizar suas primeiras eleições em quatro décadas, mais tarde neste mês. Mais de 2,7 milhões de pessoas se registraram para votar. 

Mas os membros de alguns grupos minoritários acusados ​​de serem leais a Muammar Gaddafi, o falecido líder deposto em um levante popular, dizem que as próximas eleições não fazem sentido para eles, pois eles continuam a ser marginalizados.

Cerca de 40.000 Tawerghas agora estão vivendo em acampamentos miseráveis ​​na periferia de várias cidades, depois de terem sido deslocados da sua cidade natal. Eles dizem que muitos de seu povo não puderam se registrar para votar por causa do deslocamento."


Primeira mentira: "as primeiras eleições em 4 décadas" -- então não havia eleições antes? Os cargos no governo (cuja legitimidade nunca foi contestada) e nos Comitês Populares, não eram eleitos? Era Kadafi quem os nomeava pessoalmente?

Segunda mentira: "Mais de 2,7 milhões se registraram para votar" -- na maioria são "novos líbios", oriundos de países vizinhos que receberam do CNT a naturalização como líbios, especialmente para fazer número nas eleições.

Terceira mentira: "alguns grupos minoritários... continuam marginalizados" -- não, é a imensa maioria dos verdadeiros líbios que continua marginalizada. Tampouco lhes interessa eleger os candidatos permitidos: fundamentalistas da Al Qaeda, agentes dos EUA e imigrantes picaretas.

Quarta mentira: "Kadafi, o falecido líder deposto por um levante popular" -- não houve levante popular, mas invasão estrangeira, e Kadafi não foi deposto, mas assassinado pela OTAN e seus acólitos.

Quinta mentira: "muitos Tawergas não puderam se registrar para votar por causa do deslocamento" -- isso não seria empecilho. A verdade é que um Tawerga que sai do campo de refugiados corre risco de vida. Dificilmente sobreviveria se saísse para votar. E votar em quem? Para quê?



UMA VERSÃO EXTENSA DE "LÍBIA, TERRA SEM LEI" (Ing)



AFEGANISTÃO: O MASSACRE DE KANDAHAR (Ing)


Na noite de 11 de Março de 2012, dezessete civis afegãos foram chacinados em Kandahar. A imprensa dos EUA atribuiu o crime a um único soldado, que teria enlouquecido. Aqui a bela repórter australiana Yaara Bou Melhem entrevista sobreviventes e militares afegãos e descobre que uma brigada americana deliberadamente atacou e matou os moradores de três casas escolhidas aleatoriamente.

Trata-se de um procedimento-padrão: naquele dia um Humvee dos americanos fora explodido nas redondezas por uma mina terrestre colocada pela Resistência afegã. Quando há um atentado ou emboscada contra as tropas de ocupação, estas se vingam aleatoriamente na população, para a "incentivar" a denunciar ou impedir, na próxima vez, a ação da Resistência.

É notório um militar afegão dizendo que a população os odeia por eles serem aliados dos EUA.

http://www.sbs.com.au/dateline/story/about/id/601431/n/Anatomy-of-a-Massacre


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