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A desinformação da ‘mídia de referência’ internacional
James Petras (Global Research) - segunda-feira, 04 de junho de 2012, 17:40
Quando terroristas islâmicos apoiados pelo Ocidente vitimam o regime laico da Síria, a imprensa ocidental, especialmente o Financial Times, continua a absolver a utilização de enormes carros-bombas por terroristas, os quais mataram e mutilaram centenas de cidadãos sírios.
Com cinismo brutal, repórteres ocidentais encolhem os ombros e papagueiam as afirmações dos propagandistas anti-regime baseados em Londres, de que o regime Assad estava a destruir as suas próprias cidades e a matar os seus próprios cidadãos e forças de segurança.
Quando o regime Obama e seus aliados europeus abraçaram publicamente o extremismo, incluindo o terrorismo de estado, assassinatos direcionados e os carros-bombas em bairros urbanos cheios de gente, a imprensa respeitável aderiu. O extremismo assume muitas formas – da recusa a informar honestamente acerca da utilização de forças mercenárias e a violência para derrubar mais um regime anticolonial até a expulsão de milhões de camponeses e agricultores.
As “classes educadas”, o respeitável público leitor rico são continuamente doutrinadas pelas respeitáveis mídias ocidentais para acreditarem que o sorridente e pragmático presidente Santos na Colômbia e o eleito presidente Lobos em Honduras têm êxito em estabelecer a paz, a prosperidade com base no mercado, acordos de livre comércio mutuamente benéficos e concessões de bases militares aos EUA – mesmo quando estes dois regimes atualmente lideram o recorde mundial de assassinatos de sindicalistas e jornalistas.
O repórter do Financial Times Michael Peel “cobriu” o assalto ao governo líbio de Kadafi sem mencionar a campanha de bombardeamento da OTAN, que destruiu o mais avançado estado da África.
Peel apresentou o surgimento das gangs armadas de fanáticos tribais e terroristas islâmicos como uma vitória da democracia sobre uma “ditadura brutal”. A desonestidade e hipocrisia de Peel é evidente nas suas afirmações ultrajantes de que a destruição da economia líbia, a tortura em massa e os assassinatos com motivações raciais, que se seguiram à guerra da OTAN, foram uma vitória para o povo líbio.
O viés totalitário da imprensa respeitável é uma consequência direta do seu servilismo duradouro a políticas extremistas seguidas pelos regimes ocidentais. Uma vez que medidas extremistas, como a utilização da força, violência, assassínio e tortura, tornaram-se rotina de presidentes e primeiros-ministros no exercício do cargo, os repórteres não têm opção senão fabricar mentiras para tornar “respeitáveis” tais crimes, cuspindo um fluxo constante de adjetivos altamente agressivos a fim de converter vítimas em carrascos e carrascos em vítimas.
Todas as formas de extremismo permeiam os regimes ocidentais e encontram justificação e racionalização junto aos media respeitáveis cujo trabalho é doutrinar a sociedade civil e transformar cidadãos em cúmplices acríticos do extremismo.
Ao emitir infindavelmente “reportagens” sobre o presidente Putin da Rússia qualificando-o como tirano autoritário da era soviética, os media respeitáveis evitam qualquer discussão da melhoria do padrão de vida russo e do triunfo eleitoral com mais de 60%.
Ao exagerar um passado autoritário do presidente líbio assassinado, pode-se relegar ao esquecimento suas vastas obras públicas, programas de bem-estar social, de generosa imigração e de ajuda à África sub-saariana. No novo código dos jornalistas, o extremismo em defesa do Império já não é vício.
RECORDANDO O INÍCIO DA GUERRA
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