Nunca existiu “cerco do Monte Sinjar”
14/8/2014, Moon of Alabama ("Obama mente, mente, mente...") – http://goo.gl/T43wuv
“Rompemos o cerco do ISIL [Estado Islãmico] no Monte Sinjar”, disse Obama.
“Não esperamos que haja operação adicional para evacuar pessoas daquele monte, e é improvável que tenhamos de continuar a operação de lançar ajuda humanitária do ar, sobre o monte” – Obama continuou.
Essa declaração de “rompemos o cerco” é mentira.
Nunca houve “cerco” a ninguém no Monte Sinjar ou arredores. Os iazidis que fugiram foram rapidamente evacuados e chegaram à Síria, considerados bem-vindos, em operação executada por forças do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, PKK na sigla curda, e do YPG, dos guerrilheiros curdos sírios. Há agora cerca de 15 mil iazidis na parte curda da Síria. Alguns milhares de refugiados podem ainda estar nas montanhas, mas os pastores nômades que vivem ali provavelmente os ajudarão e guiarão.
O PKK já estava fazendo esse serviço três dias antes de acontecer a primeira ação dos EUA. Dia 6 de agosto, o GulfNews noticiou:
“Militantes do PKK chegaram à área de Jabal Sinjar, onde estão protegendo os sinjaris contra ataques” dos terroristas – disse Penjweny.
Mas outro funcionário do PKK alertou que talvez demorasse um pouco, antes de os civis poderem ser resgatados.
“O PKK está trabalhando para abrir uma passagem segura para os desalojados; não é fácil e pode demorar vários dias” – disse Harem Kamal Agha.
Aqui se vê um vídeo, carregado dia 8 de agosto, sob o título “YPG e PKK resgatam refugiados de Sinjar”, que mostra parte da operação de evacuação. Observem os caminhões-tanques com água e/ou gasolina, para manter a marcha dos refugiados.
Herbert Maddison tuitou imagens da área:
Guerrilheiros #HPG [#PKK] no monte #Shingal / arredores de #Sinjar com iazidis tirados de lá, #Kurdistan #Iraque 9-8-2014
O PKK fez ainda mais do que resgatar os iazidis:
60 guerrilheiros do PKK chegaram a Lalesh, local sagrado dos #iazidis, para defender o santuário.
pic.twitter.com/oJ8qEp1wnM #ISIL #ISIL #Kurdistan
pic.twitter.com/oJ8qEp1wnM #ISIL #ISIL #Kurdistan
A única razão pela qual Obama mandou tropas e jatos para lá foi para proteger a cidade de Erbil, onde há um centro da CIA, o aeroporto internacional e prédios-sedes de várias empresas ocidentais de petróleo.
Quando os jatos dos EUA começaram a bombardear umas poucas posições do ISIL próximas de Erbil, a maioria dos iazidis já estavam em segurança e a caminho para bem longe das montanhas. Os EUA anunciaram os primeiros ataques aéreos na 6ª-feira, dia 8 de agosto; mas o PKK iniciara a operação para ajudar os iazidis na 3ª-feira, 5 de agosto. Jamais houve qualquer bloqueio ou sítio e os iazidis estavam em segurança a caminho da Síria, onde os refugiados receberam ajuda também do PKK.
Mas esse bom serviço, bem feito, foi serviço executado pelos socialistas do PKK e do YPG. O Departamento de Estado dos EUA classifica oficialmente o PKK como “grupo terrorista”, por sua luta contra o estado turco. Diferente da guerrilha peshmerga comandada pelo líder curdo iraquiano Barzani, aquele pessoal é treinado, tem disciplina para combate e pode ser bem sucedido contra o ISIL e outras organizações jihadistas. Mas esta é uma história que Obama não quer contar.
Obama precisa de uma desculpa para reintroduzir o exército dos EUA no Iraque – mas para proteger as empresas norte-americanas que estão extraindo petróleo por lá e para pressionar para mudar o regime (“golpe”) em Bagdá. O “cerco” do Monte Sinjar foi primeira desculpa que apareceu à mão. Quase tão boa quanto o afundamento do Maine e o “incidente” no Golfo de Tonkin.
(trad. Vila Vudu)
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